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Vinícius Rodrigues

Militante do Partido da Causa Operária no Rio de Janeiro e membro da Direção Nacional da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Coluna

Futebol, a arte que mais resiste à decadência do imperialismo

Os pequenos burguesa consideram o futebol como ópio, pelo contrário, ele é a arte da classe operária e resiste aos ataques dos monopólios que controlam o esporte

Em meios pequeno-burgueses é muito comum o ataque ao futebol, principalmente ao futebol brasileiro. Muitos afirma que é o “ópio do povo”, como se o povo não se embriagasse todos os dias com coisa muito pior. Mas a verdade é que esse comentário é totalmente absurdo, pois o futebol é um dos melhores fenômenos culturais que o povo assiste, muito melhor do que o que os pequeno burgueses que odeiam o Brasil, ou que caíram nessa campanha, consomem.

Primeiro é preciso deixar claro, o futebol brasileiro é uma arte. Ele teve seu ápice entre os anos de 1950 e 1970, sendo a personificação disso Pelé, o artista mais popular do mundo no século XX. Assim como toda arte no imperialismo, ela está em decadência. Isso também é muito claro, basta assistir o Brasileirão hoje, ou ver como a Seleção, mesmo ainda sendo a melhor do mundo, não consegue acertar o jogo bonito tradicional dos brasileiros. O futebol ao ser dominado pelos monopólios europeus decaiu muito. A revolta dos torcedores com o chamado “futebol moderno”, que é, na verdade, o futebol dos monopólios é enorme.

Mas isso é um fenômeno de toda a arte, e nesse sentido o futebol é a que menos decaiu. A música está em uma situação deplorável, o cinema no Brasil foi quase destruído. As artes plásticas se tornaram apenas especulação financeira. Nem o teatro resistiu, agora é dominado pelo identitarismo que é particularmente terrível no que tange a arte.

Aqui vale contar uma anedota para exemplificar o caso. Tive a oportunidade de ir ao teatro recentemente e assistir um musical sobre Chico Buarque em que diversos atores da Globo participaram. Foi talvez a pior peça que eu já assisti na vida. A trama, que já era ruim, ficou ainda pior quando o roteiro inseriu um romance lésbico com uma mulher negra sem motivo nenhum. Terrível. Nem no quesito da música foi bom, conseguiram diminuir a estrela de Chico Buarque. Já tinha visto isso em outra peça sobre João Gilberto.

Pouco tempo depois assisti o segundo tempo do jogo Vasco x Flamengo no Brasileirão. Não há nem como comparar um momento com o outor. Mesmo em um teatro muito bom, com atores bem pagos, equipamento de som de qualidade, músicas do Chico Buarque, a experiência de assistir em casa da televisão o jogo foi milhares de vezes superior. O Clássico das Multidões deu de mil na peça identitária da Globo. E aqui volta o pequeno burguesa. Os que admiram essa peça horrenda são os mesmos que atacam o futebol brasileiro.

Fato é, o trabalhador brasileiro que assiste futebol está muito melhor que o pequeno burgues. E o futebol é o melhor que ele possui. Melhor que a música popular atual, muito melhor que qualquer coisa que passe na Rede Globo. Até por isso a Globo faz questão de manter o monopólio do futebol, eles sabem muito bem que é o melhor que eles possuem. Quem não entende isso é o pequeno burgues que, além de tudo, perde a alegria de assistir essa verdadeira arte do povo brasileiro.

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