A Frente de Libertação Árabe é um pequeno partido político palestino que estava anteriormente sob o controle do Partido Baath liderado pelo Iraque, estabelecido por Ahmed Hassan al-Bakr em 1969 e posteriormente liderado por Saddam Hussein. A FLA é integrante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Ela oi criada em abril de 1969 como a frente do Partido Baath dirigido pelo Iraque e seguia rigorosamente as políticas do governo iraquiano em todas as questões. Em alinhamento com a ideologia árabe do Baath, a FLA inicialmente se opôs ao “caráter palestino” da guerra contra “Israel”, preferindo promover uma guerra mais ampla do mundo árabe contra “Israel”, que considerava sob a liderança natural do Iraque.
A Frente de Libertação Árabe era o principal grupo ativo na pequena população palestina no Iraque, de cerca de 34.000 pessoas, mas era extremamente pequeno em outras comunidades palestinas. Mantinha um pequeno grupo em campos de refugiados no Líbano e tinha uma presença mínima nos territórios palestinos. Samir Sanunu é o representante da FLA no Líbano.
Seu primerio líder foi seu secretário-geral, Zaid Haidar. Haidar nasceu na Síria na década de 1930 em uma família de nacionalistas árabes. Em 1956, ingressou no Partido Baath na Síria. Em 1968, foi para o Iraque após o golpe e se tornou parte do Partido Baath no Iraque. Em 1969, o governo iraquiano o nomeou secretário-geral do Partido Baath na Palestina, Frente de Libertação Árabe.
Em junho de 1969, a FLA tornou-se membro da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), dirigida por Iasser Arafat. Era um meio pelo qual o Iraque poderia influenciar a OLP e os eventos na Palestina. Em 1974, juntou-se à Frente de Rejeição, inicialmente apoiada pelo Iraque, formada por facções palestinas radicais que rejeitaram o que consideravam a crescente moderação da OLP.
Após a OLP entrar nos Acordos de Oslo com “Israel”, a Frente de Libertação Árabe se opôs a esses acordos, em consonância com a política do governo iraquiano. Isso resultou em uma divisão na Frente de Libertação Árabe em 1993, com uma ala pró-Arafat se transformando na Frente Árabe Palestina e se mudando para os territórios palestinos; enquanto o restante da Frente de Libertação Árabe permaneceu na Frente de Rejeição.
Entre outros líderes da FLA estavam Munif al-Razzaz, Abdul Wahab al-Kayali e Abdul Rahim Ahmed. Al-Kayali foi secretário-geral pelo menos entre 1972-74 e serviu no conselho executivo da OLP a partir de janeiro de 1973. Foi assassinado em Beirute em 1981 por atiradores desconhecidos. Ahmed foi secretário-geral de 1975 (talvez 1974) até sua morte em 1991 e foi membro do conselho executivo da OLP a partir de 1977. O atual secretário-geral é Raqad Salem (Abu Mahmoud), que foi mantido em uma prisão israelense entre 2001 e 2006.
A FLA ganhou alguma importância durante a Segunda Intifada, que começou em 2000, como distribuidora de contribuições financeiras do governo iraquiano para as famílias dos “mártires”, com bônus adicionais para as famílias dos “homem-bomba”.
Após a invasão norte-americana do Iraque em 2003, a derrubada do governo de Saddam Hussein e a dissolução do Partido Baath, muitos refugiados palestinos que viviam no Iraque foram forçados a fugir do país, e muitos membros da FLA fugiram para o Líbano e a Cisjordânia por razões de segurança.
Hoje, o secretário-geral da FLA ainda é Raqad Salem, que possui cidadania iraquiana. Ele foi preso por “Israel” em 2001 por distribuir fundos iraquianos às famílias dos perpetradores dos ataques suicidas. Foi um dos 57 palestinos libertados em 2006 como um gesto de boa vontade. A FLA ainda mantém um assento no comitê executivo da OLP desde 1993, ocupado por Mahmoud Ismail.
A sede da FLA está localizada em Ramalá, na Cisjordânia ocupada. Ela publica o jornal mensal “Sawt al-Jamahir”, editado por Raqad Salem. O governo iraquiano financiava o jornal até 2003.
A Frente de Libertação Árabe não participou de ataques armados contra “Israel” desde pelo menos o início dos anos 1990 e acredita-se que não possua mais nenhuma capacidade militar significativa. Os Estados Unidos não a designam como uma organização terrorista estrangeira, e ela não está listada nas listas de terroristas das Nações Unidas, da União Europeia ou de qualquer outro país.