Em razão do resultado das eleições parlamentares que ocorreram no último sábado (26) na Geórgia, em que o partido Sonho Georgiano saiu vencedor, o imperialismo está impulsionando uma nova revolução colorida no país.
Nesta segunda-feira (28), após convocação da presidente lacaia do imperialismo Salome Zurabishvili, e organizadas por partidos da oposição e ONGs pró-imperialistas, algumas milhares de pessoas protestaram em Tbilisi (capital da Georgia), em frente ao parlamento, contra os resultados eleitorais.
Vários manifestantes portavam bandeiras da União Europeia e alguns, da Ucrânia, expondo o caráter pró-imperialista do protesto. Líderes de partidos de oposição declararam que irão contestar formalmente as eleições alegando irregularidades. A presidente instou a continuarem os protestos para que o governo faça um novo pleito eleitoral, mesmo tendo dito, em entrevista, que não tinha nenhuma prova da suposta fraude eleitoral da qual acusa o partido vencedor.
Embora a manifestação tenha terminado sem incidentes, a agência russa de notícias TASS noticiou nesta terça-feira (29) que “atiradores treinados pela Ucrânia estão chegando à república para organizar provocações durante protestos em massa”, citando “autoridade regional familiarizada com a situação”.
Trata-se do mesmo modus operandi utilizado pelo imperialismo durante a revolução colorida na Ucrânia em 2014, conhecida como Euromaidan. À época, franco-atiradores não identificados alvejaram manifestantes golpistas, matando vários. A liderança dos protestos golpistas e o imperialismo acusaram – sem provas – as forças governamentais e utilizaram o ocorrido como pretexto para intensificar o apoio à ação das milícias nazistas ucranianas e à ofensiva golpista.
Eventualmente, investigações independentes revelaram que os tiros partiram de atiradores que estavam localizados em prédio sob controle do próprio movimento Maidan. Em documentário do ano de 2017 (Relevando a Ucrânia), o cineasta Oliver Stone reproduziu denúncia de jornalista ucraniano que relatou que membros do governo norte-americano disseram a líderes do Maidan que a morte de poucos manifestantes não era suficiente para um golpe. Era preciso que pelo menos 100 fossem mortos.
Confirmando que o imperialismo busca derrubar o governo da Geórgia, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, declarou, na terça-feira (29) que “este ano, instamos consistentemente o governo georgiano a pôr fim às suas ações antidemocráticas e a regressar ao caminho euro-atlântico. Não excluímos futuras consequências se o rumo do governo georgiano não mudar”.