É possível dizer que a escolha do volante espanhol Rodri, jogador do time inglês Manchester City, como o vencedor do prêmio Bola de Ouro, de melhor jogador do mundo na última temporada, causou certo espanto mundial.
Já havia indícios, manifestos nas semanas anteriores à premiação, de que o melhor jogador de fato da temporada, o brasileiro Vinicius Jr, do Real Madrid, seria preterido. Aqui e ali, nos órgãos esportivos europeus, deste ou aquele comentarista esportivo europeu, ouvia-se a opinião de que, embora Vinicius Jr. tivesse tido um ótimo desempenho no ano, o prêmio deveria ser concedido ao espanhol.
A Bola de Ouro é um prêmio criado pela revista francesa France Football, sendo entregue de forma independente, entre 1956 e 2009, e novamente a partir de 2016, após o fim da parceria com a Federação Internacional de Futebol (FIFA). Sempre foi um prêmio organizado por europeus para premiar europeus.
Em tempos recentes, a revista francesa, para tentar ganhar maior autoridade e credibilidade mundial, se viu forçada a premiar a posteriori jogadores que, absurdamente, não tinham o prêmio que pretende indicar o melhor jogador do planeta no ano. A maior jogador da história, Pelé, por exemplo, nunca fora agraciado com a Bolo de Ouro enquanto jogou. Os franceses foram obrigados a ceder em alguma medida e reconheceram, retroativamente, jogadores não europeus como vencedores do prêmio.
Mas o espírito da premiação nunca deixou de estar ali. Trata-se de uma premiação europeia para consagrar os europeus, uma premiação a serviço do futebol europeu. O objetivo é propagandear a superioridade dos europeus sobre o resto do mundo.
A crise do imperialismo mundial parece empurrar instituições como a revista France Football, uma ferramenta de propaganda do imperialismo europeu, a manobras mais ousadas e perigosas. A premiação de Rodri foi uma dessas manobras. O espanto mundial expôs a fraude e mostrou que a operação ultrapassou os limites daquilo que poderia ser maquiado como razoável.
A France Football trouxe à tona a sua real função. É preciso que o futebol brasileiro e seus jogadores, principalmente, extraiam as lições.