A França começou sua conferência de ajuda ao Líbano na quinta-feira (24), que além de prover ajuda humanitária também tem um objetivo político.
Segundo o Ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, são esperados 70 países e 15 organizações internacionais. Segundo o canal francês RTL, Barrot afirmou que “todos os convidados disseram sim“. O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, estará presente após conversas com o presidente francês Emmanuel Macron, que também abrirá a conferência.
“A conferência é importante, mas não espero muito dela“, disse Agnes Levallois, vice-presidente do Instituto de Pesquisas do Oriente Médio Iremmo, da França. Já Hasni Abidi, do Cermam, centro de estudos árabes em Genebra, tem uma visão mais otimista, afirmando que é a única iniciativa diplomática em curso desde que França e EUA pressionaram por um cessar-fogo temporário em setembro.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, uma sionista linha dura, confirmou que participará da conferência em Paris.
O chefe de Relações Exteriores da UE, Josep Borrell, descreveu a reunião como uma oportunidade crucial para mobilizar assistência política e econômica urgente para o Líbano e garantir a soberania do país.
Na quinta-feira (24), Barrot destacou que o principal objetivo da conferência é reafirmar a necessidade de um cessar-fogo, buscar uma solução diplomática e acabar com as hostilidades. A França busca “reunir ajuda humanitária de tantas nações quanto possível”. O escritório de Macron anunciou na quarta-feira (23) que a conferência pretende arrecadar fundos para um apelo de US$ 400 milhões da ONU para ajudar os libaneses deslocados pela guerra.
A França busca restabelecer a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que marcou o fim da guerra em 2006. A resolução determina que as únicas forças armadas presentes na fronteira sul do Líbano com a Palestina ocupada devem ser os capacetes azuis da ONU e o exército libanês. Ou seja, significa a expulsão do Hesbolá do território onde se encontra sua maior força militar.
Por essa resolução o Líbano seria defendido pelas forças armadas, aliadas dos EUA, e pelas forças de paz da ONU, controladas pelos EUA. No Líbano essa política tem zero popularidade.