A greve dos servidores das universidades federais ganhou novo impulso depois da importante marcha na Esplanada dos Ministérios do último dia 17 de abril, o que levou à sua ampliação na semana passada.
Iniciada pelos técnicos administrativos (TAEs) há cerca de dois meses, a mobilização já tinha atingido, na semana passada, mais de 60 universidades e 350 institutos federais em todas as regiões do País. Milhares de estudantes também se somam à mobilização, fundamental na luta contra a destruição do ensino público.
Na marcha do dia 17, também participaram outros setores do funcionalismo, apontando o caminho necessário para a luta contra a política de déficit zero às custas dos servidores: uma mobilização geral.
Nova proposta
A força da greve levou o governo a reformular sua miserável proposta de 0% de reajuste neste ano e 9%, em duas parcelas anuais, nos anos seguintes.
Contra a reivindicação dos trabalhadores (34,42% para TAES e 22,71% para docentes, com as direções aceitando um parcelamento que inclua reajuste em 2024), o governo apresentou, ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, no último dia 19, a proposta de reajuste de 9% no salário, em 2025, e mais um de 3,5% em maio do ano seguinte.
A proposta inclui reajuste diferente e mais defasado para os técnicos (o setor mais combativo da greve), representando a política reacionária adotada por setores do governo de procurar dividir os trabalhadores da Educação e o conjunto do funcionalismo, uma tática dos patrões e da direita contra a mobilização operária.
No momento em que a mobilização enfrenta a política de arrocho salarial da direita, que manteve os salários dos servidores congelados nos governos golpistas de Temer e Bolsonaro, estes mesmos setores – de fora e de dentro do governo – pressionam o governo Lula para que não haja reajustes. Tudo isso em nome de chegar a um “déficit zero” nas contas públicas.
Adotam a política de manter e aprofundar a fragmentação do funcionalismo, propondo cerca de 60 mesas de negociação com diferentes setores do funcionalismo.
Romper o cerco
Os recursos para o necessário e devido reajuste salarial existem, mas os recursos são sugados pelos banqueiros, grandes monopólios e grandes capitalistas e suas máfias no Congresso Nacional, em meio a um intenso cerco sobre o governo Lula.
A greve mostra a política necessária para superar o impasse atual e abrir caminho para uma efetiva vitória dos trabalhadores contra toda a direita que ataca ou sabota (de dentro) o governo.
Radicalizar a greve e ampliá-la para todas as universidades e institutos, unificar a comunidade universitária e todo o funcionalismo é o caminho para a vitória.