No artigo Israel não comete genocídio, publicado na Folha de S. Paulo, o advogado e major das Forças de Defesa de “Israel” Rafael Rozenszajn (nascido no Brasil, mas na prática, cidadão israelense), defende a política de extermínio realizada pela ditadura sionista contra o povo palestino, utilizando argumentos que são, ao mesmo tempo, absurdos e cínicos, em passagens como: “se existe genocídio nesse conflito, ele foi cometido pelo Hamas, que visa atingir civis e afirma claramente que seu objetivo é eliminar Israel do mapa”.
“Eliminar ‘Israel’ do mapa”, no entanto, não é sinônimo de “eliminar cidadãos judeus do mapa”. A história está recheada de exemplos que comprovam como a extinção de um Estado, isto é, uma entidade política e jurídica, não tem relação alguma com a extinção dos cidadãos que lá habitavam. Fosse assim, a humanidade teria testemunhado o maior genocídio da história em 1992, com o fim da União Soviética, que, seguindo a lógica dos sionistas, deveria, necessariamente, implicar também na extinção dos soviéticos, o que não ocorreu. Os povos que habitavam o colossal país passaram a ser russos, ucranianos, georgianos, etc.
Da mesma forma, o fim do Vietnã do Sul não implicou na morte dos cidadãos que habitavam o país. Isso deve estar sempre na mente da esquerda para a compreensão do cinismo por trás da afirmação de que por querer “eliminar Israel do mapa”, o Hamas quer também eliminar os cidadãos israelenses e os judeus, o que é totalmente falso.
Ainda, se o objetivo do Hamas fosse, de fato, “atingir civis”, os militantes deste e de outros partidos da Resistência não teriam atacado a base militar de Nahal Oz. Bastaria se dirigir ao local onde ocorria um festival de música eletrônica, cerca de 17 km ao sul da base, onde a segurança era infinitamente menor. Haveria um milhão de opçoes mais simples para o tipo de ataque que Rozenszajn tenta falsificar como deliberado contra civis.
Como demonstrado, porém, não foi isso que ocorreu. Esse é apenas um exemplo da distorção grotesca empregada pela propaganda sionista, que busca colocar a Resistência na defensiva enquanto encobre os massacres sistemáticos praticados pelo próprio exército de “Israel”. Rozenszajn segue o roteiro de praxe, reproduzindo falsidades que já foram amplamente desmascaradas, como as alegadas “decapitações de bebês” ou os “estupros em massa”, mentiras que nasceram de “depoimentos” de soldados israelenses e não resistem à menor verificação independente.
A própria campanha de calúnias e mentiras mostra que a propaganda sionista depende da confusão para prosperar. Diferentemente da Resistência, que age abertamente em defesa do povo oprimido, “Israel” só consegue justificar seus crimes com falsificações descaradas. Isso expõe a verdadeira natureza do sionismo: um projeto racista e genocida que é incompatível com a verdade. Rozenszajn ainda escreve:
“Diferentemente do Hamas, que visa assassinar a população civil israelense, a guerra de Israel nunca foi contra o povo de Gaza. Assim, apesar de Israel se encontrar diante de uma ofensiva sem precedentes na frente interna, com mais de 12 mil foguetes lançados e o maior ataque contra o povo judeu desde o Holocausto, o país continuou a apoiar e a facilitar um amplo auxílio humanitário para o povo de Gaza.”
Após assassinar pelo menos 47 mil palestinos (existem outros 10 mil desaparecidos, presumivelmente mortos e com os cadáveres perdidos nos escombros do grande entulho a que Gaza foi reduzida), dos quais 70% são mulheres e crianças, é um alívio saber que “Israel” nunca teve como alvo “o povo de Gaza”. Diante de tal magnitude de horror, restam duas possibilidades: ou as forças sionistas são as mais atrapalhadas do planeta, que, tentando atacar a Resistência, matam civis por inépcia, ou são o exército mais nazista que já existiu, eliminando mulheres e crianças com frias e calculadas operações de terror. Os fatos indicam a segunda hipótese.
Quanto às supostas medidas humanitárias, estas são outra mentira deslavada. Cínico, Rozenszajn as cita fazendo de conta, no entanto, que não existem barreiras sistemáticas impostas tanto por “Israel” quanto por “colonos”, isto é, a milícia fascista que atua para expulsar os palestinos de suas terras e para impedir a entrada de alimentos, remédios e outros itens essenciais em Gaza.
A propaganda tenta transformar bloqueios e massacres em generosidade, mas não convence. Os sionistas não apenas matam, mas também humilham suas vítimas, algo digno do mais grotesco cinismo. Rozenszajn conclui:
“Essas ações, que são somente parte dos esforços se Israel para com a população civil em Gaza, são incompatíveis com a intenção de cometer atos de genocídio.
(…)
O crime de genocídio foi legalmente definido em 1948 pela Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, estabelecida em resposta direta ao Holocausto. Essa definição requer dois elementos: 1 – intenção comprovada de destruir, em todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso (ou seja, possuir intenção de cometer genocídio); e 2 – atos específicos, incluindo matar, causar danos graves, criar condições destrutivas, impedir nascimentos ou transferir crianças à força (ou seja, praticar conduta real de genocídio).”
Contra a propaganda para tolos feita pelo militar sionista, há declarações como a de seu superior, o ex-ministro da Defesa de “Israel” Joave Galante, que, antecipando a selvageria que seria vista em todo o planeta, declarou no começo da campanha: “estamos [‘Israel’] impondo um cerco total à Gaza. Sem eletricidade, sem comida, sem água, sem gás, tudo bloqueado (…) Estamos lutando contra animais e agimos em conformidade”. Essa parte, como se viu, não foi uma mera figura de linguagem, mas a própria forma de atuação das hordas sionistas, sendo provavelmente uma das raras vezes em que os invasores da Palestina não mentiram. Pelas proporções do massacre, a ditadura sionista agiu exatamente como expressou seu ministro: exterminando-os como se fossem “animais”.
Ataques às mesquitas, uso de armas proibidas como bombas de fósforo branco, bombas incendiárias contra tendas de refugiados, bombardeios e ataques diversos a hospitais, alvejando socorristas, profissionais de saúde e jornalistas, todos esses crimes ocorreram e ocorrem à exaustão em Gaza, sendo provas incontestáveis de que “Israel” pratica, sim, genocídio.
As mentiras de Rozenszajn não escondem que o sionismo, desde sua origem, tem como objetivo a eliminação do povo palestino e a consolidação de um regime de apartheid, tornando “Israel” o verdadeiro autor de um dos piores genocídios já vistos na história humana. Para qualquer um que se oponha a massacres, a Resistência Palestina armada é a resposta justa e necessária contra criminosos como Rozenszajn e seus colegas de farda.