Abrindo a página inicial do portal da Folha de S. Paulo, nos deparamos com a seguinte notícia, nessa quarta-feira (4/9): Novo é sigla mais à direita e PSTU a mais à esquerda no Brasil, mostra GPS partidário. E aí, nos perguntamos, onde está o PCO.
No interior do artigo, a própria Folha dá uma explicação: “O único partido que não integra o ranking é o PCO (Partido da Causa Operária), de esquerda, pela insuficiência de informações que atendam aos critérios. A legenda não tem representação na Câmara, não coligou a outros partidos no pleito deste ano e teve menos de dez trocas de candidatos em relação a 2020.”
Sem entrar no mérito da justificativa, sobre a qual falaremos mais adiante, a própria explicação do jornal revela uma coisa: é o PCO o partido mais à esquerda do País. É um partido ideológico que, portanto, tem mais dificuldades de eleger candidatos no circo eleitoral, que não coliga com outros partidos, pois preserva seu programa, e não tem filiados que fazem troca-troca oportunista de partidos.
Omitir o PCO do espectro de partidos foi uma manobra muito bem calculada da Folha, o que também revela que o Partido não apenas é o mais à esquerda, como é o mais radical.
A própria ideia do tal do GPS partidário é uma besteira. Nas ciências sociais, a chamada escola norte-americana de ciência política acredita que é possível resumir a política e a atuação de partidos e o comportamento de eleitores por meio de fórmulas matemáticas, em sua maioria relacionados à política institucional. Substitui-se a luta de classes, as contradições reais, por números abstratos.
Deve ser daí que vem o tal GPS partidário da Folha e tirando o fator picaretagem, ou seja, a manobra intencional de excluir o PCO, os critérios políticos não foram capazes de detectar a presença de um partido ideológico.
A política passa a ser reduzida a mera ação institucional, dentro de fatores determinados previamente e relacionados por fórmulas estatísticas e matemáticas abstratas.
Como dissemos, o artigo da Folha é uma manobra política espúria, bem calculada para excluir o PCO, já que quanto menos o Partido aparecer, melhor para a imprensa capitalista. Mas ele revela também a pobreza dessa ciência política norte-americana e da própria imprensa brasileira que decidiu adotá-la.