O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, apresentou nesta quarta-feira (18) provas contundentes de que o opositor Edmundo González Urrutia firmou um acordo com o governo venezuelano ao deixar o país rumo à Europa. A principal delas é uma carta assinada por González, na qual ele reconhece a vitória eleitoral de Nicolás Maduro e acata a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
O documento foi assinado em um encontro na Embaixada da Espanha em Caracas, onde González, a vice-presidente Delcy Rodríguez e autoridades espanholas estiveram presentes. O direitista teria concordado em sair do país após o reconhecimento oficial da sentença, fato que desmonta as alegações de perseguição política e de que o medo acarretado pelo cerco à embaixada Argentina teria influenciado a decisão do “Anjo da Morte” (como González é conhecido em Honduras por seu papel na brutal repressão contra a esquerda).
Rodríguez detalhou que, dias antes da saída de González, houve reuniões entre o governo venezuelano e o opositor, realizadas tanto presencialmente quanto por telefone. O presidente da Assembleia Nacional ainda enfatizou que as conversas ocorreram em um ambiente de cordialidade, sem qualquer tipo de pressão ou coação, e que a saída de González do país foi acordada entre as autoridades venezuelanas e espanholas, que organizaram os trâmites de forma discreta.
Além disso, Jorge Rodríguez desafiou o advogado de González, José Vicente Haro, que contestava a autenticidade da carta, a apresentar provas de suas alegações. Caso contrário, ele afirmou que tornaria públicas as gravações dos encontros, reafirmando a transparência do processo.
A recente fuga de Edmundo González Urrutia à Europa está sendo noticiada pela imprensa imperialista como a de um perseguido político escapando de uma suposta “ditadura” cruel e sanguinária. Nada poderia estar mais distante da verdade. O que se viu, na realidade, foi um acordo entre as partes, no qual González reconheceu o governo venezuelano e a vitória de Maduro antes de deixar o país.
Sem negar uma única palavra do que disse o presidente do parlamento venezuelano, o golpista respondeu por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais, confirmando que as reuniões ocorreram no interior da embaixada da Espanha em Caracas, mas dizendo ter sido coagido a assinar o documento para que pudesse sair do país.
“Em outras palavras, ou eu assinava, ou me ateria às consequências. Houve horas muito tensas de coação, chantagem e pressões. Neste momento considerei que poderia ser mais útil livre do que encerrado”.
A resposta de González mostra a qualidade do cínico que o homem é. Fora o ditador do Equador Daniel Noboa, que invadiu a embaixada mexicana, poucos governos no mundo se arriscaram a violar embaixadas até o momento, especialmente nos países atrasados. A ideia de que Maduro teria feito isso e contra a embaixada de um país imperialista como a Espanha, é tão desprovida de senso de realidade que a pessoa que acreditar no que o homem diz merece ser chamada de idiota.
Esse caso demonstra como a propaganda imperialista mente descaradamente para criar a imagem de um regime opressor na Venezuela. A verdadeira história é que o governo bolivariano não apenas respeitou os direitos de González como lhe permitiu deixar o país sem qualquer tipo de repressão, desde que ele acatasse a legalidade das instituições venezuelanas.
A fuga do candidato derrotado é explorada como se fosse um caso emblemático da repressão venezuelana, porém a verdade é que o suposto regime “cruel” e “sanguinário” descrito pela imprensa imperialista é um regime que defensivo, que acaba sendo mais democrática do que o dos países imperialistas, onde a repressão contra os movimentos em defesa da Palestina mostram não haver respeito algum às liberdades políticas.
Ao contrário do que se lê na imprensa imperialista, a Venezuela está longe de ser um país onde a repressão dita o ritmo da política. A mentira criada e a manutenção dessa farsa expõem como o imperialismo faz qualquer loucura para justificar suas tentativas de desestabilizar o governo bolivariano.
É fundamental entender que essa distorção não é um caso isolado. Toda a política do imperialismo em relação à Venezuela é fundamentada em uma campanha massiva de difamação do regime bolivariano, cujo objetivo é criar a justificativa para ações mais diretas, como sanções econômicas e até intervenções militares.
O caso de González, que poderia facilmente ser retratado como uma demonstração de que a Venezuela permite uma certa margem de diálogo com a oposição, é invertido em sua essência, transformado em mais uma peça de propaganda de um suposto clima de perseguição. O fato de ele ter saído do país após reconhecer a vitória de Maduro e a legitimidade das instituições venezuelanas expõem o desespero do imperialismo em encontrar qualquer pretexto para manchar a imagem do regime bolivariano.
A conclusão que se pode tirar desse episódio é clara: tudo o que se lê na imprensa imperialista sobre a Venezuela é uma grande farsa. O país, longe de ser uma ditadura, é mais democrático do que muitos dos seus detratores.
Se González tivesse realmente fugido de um regime de terror, ele não teria conseguido sair mediante um acordo, bastava aproveitar-se do fato de estar protegido em uma embaixada de um país imperialista. Sua partida, sob o reconhecimento formal das autoridades venezuelanas, é mais uma prova de que a Venezuela é um país muito comedido no tratamento dispensado a opositores e até mesmo golpistas notórios, como o candidato presidencial derrotado. Esse episódio desmascara a verdadeira face da propaganda imperialista e demonstra a necessidade de continuar lutando em defesa da soberania da Venezuela e dos países atrasados.