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Europa

Faltam quatro dias: como serão as eleições na França?

A extrema direita ganhará as eleições, o que representará uma derrota acachapante do imperialismo

Faltam quatro dias para as eleições legislativas na França. Convocadas pelo presidente do país, Emmanuel Macron, o pleito é resultado da dissolução da Assembleia Constituinte por parte do mandatário francês.

As projeções mais conservadoras indicam uma vitória extremamente agressiva da extrema direita, com o segundo lugar ficando com a chamada esquerda, principalmente com Jean-Luc Mélenchon, FI.

O golpe de Emmanuel Macron fracassou. Ele esperava que, numa eleição relâmpago, como o partido dele tem a maioria no Parlamento francês, ele teria condições de manter essa maioria. Talvez não no mesmo nível da eleição passada, mas ainda assim, manteria a maioria. Porém, ele aparenta ter se equivocado de maneira significativa.

O problema chave das eleições francesas é saber quem será o candidato a primeiro-ministro da coligação da esquerda na chamada Nova Frente Popular (NFP). Eles estão discutindo se, em um acordo, o Partido Socialista indicaria o primeiro-ministro, e se Macron apoiaria essa coligação.

Ao mesmo tempo, segundo a imprensa francesa, todos os partidos da NFP rejeitam Mélenchon como candidato a primeiro-ministro. Isso indica que já há um acordo para escolher alguém do Partido Socialista.

A burguesia, para tal, tentará impedir que Mélenchon ganhe a votação a nível distrital. Aqui, é preciso explicar que a frente consiste no seguinte: onde determinado partido lança um candidato, os demais não o fazem. Por conseguinte, onde há Mélenchon, não há Partido Socialista, o que abre a possibilidade para que a burguesia faça uma campanha concentrada contra o candidato do França Insubmissa.

Entretanto, eles podem não obter a maioria necessária, especialmente porque, até agora, o Reagrupamento Nacional (RN), a extrema direita, tem 40% dos votos.

Nesse sentido, será necessário aguardar o resultado eleitoral. Levando em consideração as poucas pesquisas eleitorais que foram feitas até então, é possível que haja uma verdadeira avalanche eleitoral da extrema direita.

Segundo a revista imperialista The Economist, o voto da extrema direita aumentou 10% desde que a eleição foi convocada, há 20 dias. O partido de Zemmour, também de extrema direita, e o Republicanos, tradicionalmente da burguesia imperialista francesa, estão com 8% e enfrentam uma crise — tal partido rachou, pois parte dele decidiu apoiar Le Pen.

Consequentemente, se as pesquisas estiverem próximas da realidade, uma aliança entre Macron e a esquerda seria a única forma de se formar um governo sem a extrema direita.

Se tratando da França, é preciso levar em consideração que a eleição é muito antidemocrática. Ela é distrital, o que pode resultar em discrepâncias entre a porcentagem de votos e o número de deputados.

Além disso, a eleição para deputado é em dois turnos. Isso significa que, se Macron ficar em segundo lugar em distritos onde o RN de Le Pen vencer, outros partidos podem desistir da eleição e apoiar o candidato de Macron, o que, ao que tudo indica, é uma das apostas que ele está fazendo. É preciso considerar, ademais, o nível de participação eleitoral, o qual a imprensa afirma que será alto.

Segundo levantamento feito pelo jornal francês Le Figaro, Le Pen teria entre 220 e 260 deputados; os republicanos e outros partidos de direita, entre 25 e 50 deputados; Macron, entre 75 e 110 deputados, o que representa uma queda significativa em comparação com os 250 deputados da eleição passada; partidos diversos de esquerda, entre cinco e nove deputados; e a Nova Frente Popular, entre 180 e 210 deputados, o que parece ser um exagero dado que a NFP estaria quase empatada com Le Pen; por fim, partidos diversos teriam entre quatro e oito deputados.

Se Le Pen tiver 260 deputados, ela estaria perto da maioria, que é de 290 deputados. Nesse caso, faltariam cerca de 30 deputados, e não há nenhum outro partido próximo que poderia formar uma aliança com ela.

Fato é que existe uma grande vantagem por parte da extrema direita. É provável que Le Pen tenha mais de 40% dos votos, o que pode gerar uma onda direitista na França. Nesse sentido, há uma mobilização de todos os elementos de extrema direita que veem a possibilidade de Le Pen chegar ao poder como uma grande vitória.

No final, uma coisa é fato: a extrema direita ganhará as eleições, o que representará uma derrota acachapante do imperialismo na França e na Europa.

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