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Política Nacional

Falidos, PSDB, PDT e Solidariedade discutem fusão

A possibilidade de fusão entre siglas de esquerda e de direita, pertencentes ao “centro democrático”, demonstra uma falência total de sua política durante a crise atual

Diversos partidos do chamado centro político ou centro “democrático” apresentaram queda nas últimas eleições, enquanto a cláusula de barreira segue se tornando cada vez mais difícil de atingir. Ao não atingir a cláusula de barreira, os partidos perdem acesso ao fundo partidário e ao tempo de televisão. 

O PSDB nas eleições de 2020 obteve 520 prefeituras, mas nesta eleição de 2024 obteve 269. O Solidariedade, que incorporou o PROS entre as últimas eleições e as atuais, obteve 135 em 2020 e somente 62 este ano. Nas eleições municipais de 2020, 29 partidos ou federações partidárias elegeram prefeitos, mas esse número reduziu para 21. 

Além disso, mesmo após criar federações, os partidos tradicionais seguem encolhendo. De todas as federações criadas de 2020 para 2024, somente uma obteve crescimento após a fusão: DEM e PSL se fundiram dando origem ao União Brasil, PTB e Patriotas também criando o PRD, enquanto Solidariedade absorveu o PROS, e o Podemos (PODE) incorporou o PSC, dos quais somente o União Brasil cresceu e esse crescimento foi pequeno, de apenas 3%. Todas as demais federações encolheram em ao menos 40%.

Uma matéria recente do Globo, do dia 14/10, busca atribuir a tendência a criação dessas federações apenas ao enrijecimento da cláusula de barreira, mas não explica o porquê da queda na votação das federações em comparação com a soma do desempenho das siglas que as formam nas eleições municipais de 2020. De um lado, é verdadeiro que esse enrijecimento é um fator importante e está contextualizado num momento político de ataque aos partidos pequenos por várias frentes, em especial pela arbitrariedade judicial dos tribunais eleitorais. No entanto, esse é somente um dos aspectos da questão, que, novamente, não explica a queda no desempenho das siglas federadas.

Outro aspecto importante sobre a tendência de queda e de federação dos partidos do centro “democrático” é o acirramento da luta de classes em um contexto de crise mundial do capitalismo. O capitalismo nunca se recuperou plenamente da crise de 2008, ao mesmo tempo que sua forma mais avançada, o imperialismo, não pôde deixar de manter uma política belicista para continuar existindo. Esse mesmo imperialismo teve uma derrota inédita no Afeganistão contra a guerrilha do Talibã; seguida por uma guerra inédita por ter se iniciado por uma força contrária ao imperialismo, a guerra na Ucrânia; seguida por derrotas na África contra governos nacionalistas em Níger, Mali e Burquina Fasso seguidas por uma organização revolucionária envolvendo a Palestina e os países ao redor, que põe em risco o controle imperialismo sobre o oriente médio, consequentemente sobre as maiores reservas de petróleo do mundo.

Em momentos de crise, para manter seu aparato repressivo funcionando, o imperialismo precisa aumentar a exploração do trabalho e endurecer os regimes políticos dos países que controla. Dessa forma, o imperialismo precisa de uma política cada vez mais violenta e ditatorial. Ao mesmo tempo, os trabalhadores tendem a se organizar e buscar uma política cada vez mais combativa, por sentirem a consequente redução dos salários e perda de direitos e também pelo enfraquecimento objetivo da classe dominante. 

Assim, organizações do centro “democrático”, que envolvem ao mesmo tempo uma direita com discurso menos inflamado e uma esquerda conciliadora, ficam com cada vez menos espaço político. A queda na votação desses partidos e a busca desesperada por federações, como a possível entre PSDB, PDT e Solidariedade, para evitar o desaparecimento político são o retrato disso. 

O caso PSDB em específico também mostra uma falência da política neoliberal frente à população. Os trabalhadores não votam mais em uma direita que não mascare suas intenções neoliberais em um discurso fascista, de pânico moral e de aumento da repressão. Quase ninguém acredita mais no “privatiza que melhora” do PSDB. É preciso um “kit gay” de Bolsonaro e Tarcísio para privatizar atrás da cortina de fumaça, de forma que o neoliberalismo perde seus representantes diretos e passe a depender de representantes indiretos, os quais levam a política adiante com um custo maior para fazer populismo, enriquecer a burocracia militar e negociar com camadas mais baixas da burguesia, não somente com os bancos e o restante da alta burguesia.

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