No momento em que uma juíza federal de Brasília decidiu aceitar uma denúncia contra 39 pessoas que foram perseguidas pela Operação Lava Jato, em uma clara tentativa de ressuscitar a operação que levou ao golpe de Estado de 2016, publicamos na íntegra uma entrevista exclusiva feita com Delúbio Soares, ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) preso em meio ao processo do Mensalão.
Na entrevista, Delúbio conta detalhes sobre o processo, destacando o seu caráter arbitrário e a participação do imperialismo norte-americano, e analisa o papel da imprensa e a postura da esquerda frente a ofensiva.
“Delúbio, ao lado de outros destacados líderes petistas, foi alvo de acusações que posteriormente, se comprovaram falsas e serviram para a primeira tentativa de golpe contra o governo popular e democrático de Lula, o chamado ‘mensalão’”. É assim que começa o livro Delúbio Soares, o Réu sem Crime.
Em primeiro lugar, vamos falar sobre o livro que você lançou recentemente, “Um Réu Sem Crime”. O que você pode nos dizer sobre a publicação? Essa publicação é uma publicação para contar, junto à militância da esquerda brasileira, dos partidos progressistas e das pessoas que querem debater, o que aconteceu em dois episódios: no Mensalão e na Lava Jato.
Eu tenho andado por aí e explicado para as pessoas que a Lava Jato é filha do Mensalão, foi o Mensalão que iniciou toda aquela operação. O STF fez um julgamento totalmente fora da Constituição; usou teses da Alemanha, como o direito do Domínio do Fato; uma ministra julgou que não tinha convicção da tese da condenação, mas a literatura permitia condenar. Dez anos depois, o ministro Dias Tóffoli disse que o Mensalão condenou inocentes.
E o que é que eu observei? Como o STF saiu da Constituição quando aceitou a denúncia do Mensalão e quando, no julgamento do Mensalão, julgou sem prova, com teorias que não são usuais no Brasil. Eu, por exemplo, e outros, Zé Dirceu e outros, nós não podíamos ser julgados no STF, já que nós não tínhamos direito do chamado foro privilegiado. A gente não tinha esse direito, mas fomos julgados ali porque precisavam nos julgar, nos condenar e nos prender logo. Lá é mais fácil fazer isso do que na primeira instância ou na segunda instância, onde há a capacidade pela Constituição de recorrer, onde as pessoas têm direito de recorrer, o direito de argumentar. Mas ali não existia esse direito, porque o PIG, aquela expressão que o Paulo Henrique Amorim expressou muito bem, o Partido da Imprensa Golpista, o PIG tinha que condenar alguém do PT, tinha que condenar a cúpula do PT no Mensalão para tirar para, depois, chegar no Lula.
O PIG está a serviço do grande capital e, na palavra tradicional, a burguesia, que não aceita um governo de trabalhadores e não pode derrubar com ferro e fogo. Então eles têm que arrumar um argumento da Justiça para intervir na política. Fizeram isso no Mensalão e fizeram na Lava Jato. Mas eu ganhei uma ação da Lava Jato e, depois, 20 dias depois, eu ganhei a ação do Mensalão. A última ação do Mensalão, que começou em 2005, eu fui ganhar em 2023. Ganhei todas as ações, todas as imputações que fizeram a mim, e algumas deram processo, outras não, outras só deram inquérito, outros só teve a Polícia Federal, só teve denúncia.
Eu fui 93 vezes à Polícia Federal. 93 vezes! E todas tinham as perguntas básicas: “o PT te orientou a roubar?”. Aí depois falavam assim “o PT foi muito sacana com você, você é um cara fiel ao PT e o PT te expulsou”, para eu falar mal do PT. Eu falava: “essa é a opinião do senhor. Quer saber do PT, pergunta à direção do PT, ao juiz, ao promotor, ao delegado”. E, em todas 93 vezes, tinham as perguntas: “o Lula mandou fazer? Você combinou com Lula? Por que é que o Lula estava precisando desses votos?”
Então isso já dava indício de que era uma preparação para o golpe, certo? Uma preparação! 93 vezes os caras falaram isso para mim. Não foi uma vez, não foram duas. E não adiantava falar para a imprensa normal, porque a imprensa normal não queria ouvir, não queria publicar. Às vezes, até um jornalista ou outro ouvia, mas não publicava. Então, ali foi um complô da imprensa a serviço do grande capital. O grande capital queria o seguinte: que o Lula trouxesse o governo para o que foi parecido com o governo Fernando Henrique [Cardoso, FHC]. Avançar nas privatizações, avançar no modelo de concentração de renda. E o governo Lula não estava ali para isso. Ele estava para melhorar a vida do povo, fazer casa popular, aumentar o salário mínimo. A gente estava num governo de olhar para, na época, 195 milhões de brasileiros, e não só os poucos que sempre lucraram no Brasil. Essa inversão é que levou ao Mensalão, que derrubou a direção do PT.
Só no PT, para você ter ideia, o tesoureiro foi preso; o presidente do PT, que era o Genoino; o ex-presidente, que era o ministro Zé Dirceu; o líder do PT no governo, que era o Paulo Rocha; o professor Luizinho; e o João Paulo, que era presidente da Câmara. Então, era para tirar do Congresso as pessoas que tinham capacidade de articulação política para aprovar as questões que eram necessárias no Congresso.
Na política, tirou o Genoíno, Delúbio Soares, o Pereira, o Marcelo Sereno. E, no governo, tirou o principal ministro que tinha naquela época, que era o ministro Zé Dirceu, que é ex-presidente do PT.
Esse agrupamento que eu estou te falando é que levou a vitória de Lula em 2002. Eles queriam tirar todo esse pessoal para ficar fora da política para destronar o Lula. Mas o presidente Lula continuou o governo, se elegeu e depois reelegeu a Dilma. E depois, veio a outra fase. Essa foi a fase federal, depois veio a fase local, que era a 13.ª Vara, com aquela excrescência da força tarefa que começou a fazer tudo quanto é coisa.
Então, o objetivo da revista [isto é, do livro Delúbio Soares, o Réu sem Crime] é explicar para a sociedade e para quem quiser ouvir as duas sentenças que foram publicadas e o comentário sobre as duas sentenças. Por que aconteceu isso, o que é o lawfare e qual foi o efeito das fake news. Nós precisamos explicar isso, conversar com as pessoas, e eu estou disposto a ir em tudo quanto é lugar, conversando, explicando isso.
Nós temos que esclarecer diretórios do partido, frente democrática, MST. Para você ter uma ideia, fiz uma reunião para discutir esse assunto com a nova direção do MST, que reuniu lá em Pontal, no Rio Grande do Sul. Fui lá a convite do João Paulo Rodrigues, que é o coordenador, explicar para a nova direção do MST o que aconteceu, o que eles podiam fazer e no que a gente podia trabalhar juntos.
Infelizmente, eles estão envolvidos na CPI [do MST] e acho que todo o movimento de esquerda e toda a sociedade precisa apoiar o MST, lutar contra essa CPI, que é uma tentativa de incriminar o MST para depois incriminar o movimento social, o movimento sindical e incriminar a esquerda.
Esse é o objetivo da revista.
Sobre essa questão das fake news e do PIG que você abordou. Durante o golpe, saiu aquela capa da Veja antes do segundo turno da eleição entre Dilma e Aécio, por exemplo, que era uma coisa grotesca. Havia uma campanha muito forte contra o PT. No seu caso, você também viu a imprensa criar um clima forte em torno das condenações? Pelo que o PIG fez, [pelas] grandes revistas, não tinha jeito de não nos condenarem. Tem uma pessoa que eu conheço muito e que considero muito, não foi meu advogado, mas sempre me aconselhava com ele, que é o Dr. Aristide Junqueira, que foi Procurador-Geral da República, é uma pessoa muito conceituada no meio jurídico do Brasil, inclusive aqui em Brasília. O Dr. Aristide falava: “Do jeito que está, vocês já estão condenados. Cabe ao STF dar dosimetria, dar a pena, aplicar a pena”. Porque você vai em um lugar, você abre o jornal, você é corrupto. Você abre outro jornal, você é corruptor. Você abre outro jornal, o Genoino é ladrão. Você abre outro jornal, o Zé Dirceu roubou. Não tem jeito. A CPI que eu fui foi uma CPI muito longa e, lá, o deputado de um determinado estado arrumava uma mentira, falava mentira. “Isso, isso, isso, isso”, e o jornal da cidade dele publicava aquela mentira. “O deputado afirmou isso pa pa pa pa pa pa”, “mandou dinheiro para o Zé das Couves lá em Tocantins. Foi milhões de reais lá para o Tocantins”. Aí o que acontecia? O cara botava no jornal, aí estava na peça acusatória do MP e o Joaquim Barbosa levava aquilo como verdade. E quando tem associação da mídia com a imprensa e com apoio político do Judiciário, com apoio político e jurídico do Judiciário, não tem como escapar.
Ali não tinha jeito. Eu me esforcei ao máximo, contratei os melhores advogados, Dr. Arnaldo, Dra. Flávia, Dr. Celso Vilardi. Eles trabalharam, trabalharam e não tinha como. Eu acho que o Joaquim Barbosa e o Gurgel, que era o procurador na época da votação do plenário, eles não leram as nossas peças. Só encaminhou o que a acusação fez e a acusação só fez mentira. No Mensalão, nós não tínhamos direito de foro, julgado por manchete de jornal, inventaram a tese do domínio do fato, inventaram a tese que eu posso votar porque a literatura me permite – isso é muito sério – não observaram, não leram, não divulgaram, colocaram sigilo de justiça no inquérito da Polícia Federal. Todas essas vezes que eu fui à Polícia Federal, no caso do Mensalão, que foi 66 vezes naquela época, o que aconteceu ali? Eles arquivaram em segredo de justiça. Porque no resultado do inquérito – depois eu fiquei sabendo -, o delegado falou “Não tinha nenhuma imputação a tese do MP, que era compra de voto. Tinha dinheiro não contabilizado para as campanhas eleitorais, pagando dívidas de campanha eleitoral”. Foi isso que aconteceu. Ele apontava “Não tinha dinheiro público”, no relatório da Polícia Federal, “não teve enriquecimento ilícito”, e “foi tudo para pagar a despesa de campanha eleitoral verificada pela Polícia Federal”. Só que esse inquérito está mofando em algum lugar lá no STF. E eu vou pedir a anulação da ação penal, só encontrar as melhores condições, o melhor período para pedir essa anulação, pedir uma revisão criminal. Eu já autorizei a minha neta, meus advogados, meus filhos ou minha mulher: se eu partir, eles podem fazer porque a família pode pedir, não prescreve nunca o direito de pedir a revisão. Se eles vão conseguir ou não, é outro debate jurídico que nós vamos fazer no Supremo Tribunal Federal, mas no momento correto. Então, eu acho que é isso que eles fizeram, armaram e precisavam pegar algumas pessoas que eles achavam importante. Quem são essas pessoas? Na minha opinião, no Mensalão, o Zé Dirceu, Delúbio Soares, Silva Pereira, João Paulo Cunha. Depois do Mensalão, nós cumprimos uma pena aqui em Brasília, fiquei aqui no sistema quatro anos, uma parte na Papuda, uma parte do CPP. Aqui não tinha tornozeleira eletrônica naquela época, eu fiquei no semiaberto, num flat que eu tive que alugar aqui e trabalhar na CUT todo dia. Já melhorou, uma coisa é você estar na Papuda, no fechado, semiaberto, dorme na cadeia. Depois, você tem bastante restrição, mas você está em um hotel que você tem que ficar toda noite ali. É uma restrição, mas menos drástica, mais drástica é o fechado. Aí o que acontece nesse período? Logo em seguida, nós vamos conseguir um indulto
Eu fui beneficiado e, no outro dia, chega em casa a Polícia Federal. Aí começa a outra etapa. Aí volta a prender quem? Já estava preso o Vaccari, resolveram me prender de novo, resolveram prender o Zé Dirceu de novo e o Lula para tirar a gente. Como eles não conseguiram tirar o Lula daquela vez, aí usaram a 13.ª Vara e a excrescência da força tarefa da Lava Jato para prender o Lula, condenar o Lula e impedir o Lula de ser candidato. Aí saiu a vitória de Pirro, elegeram o inominável, que é o responsável pelas mortes na pandemia, responsável pelo desemprego no Brasil, a queda da renda da população e por vender o Brasil para os estrangeiros. Ainda bem que o pessoal, o povo, 60 milhões de pessoas fizeram um movimento com todos nós juntos para reconciliar o Brasil com a democracia. E agora, o Supremo, que fez toda a barbaridade, agora está no caminho mais ou menos dentro da Constituição. O Supremo saiu da Constituição na Lava Jato ao votar a prisão em segunda instância; depois revogou a prisão em segundo instância; ao impedir que o Lula fosse ministro da Dilma; não impediu as barbaridades que os parlamentares fizeram para impichar a Dilma. Lembra aquela frase que o Romero Jucá fez? Tem uma gravação dele publicada na época, ele falando com as pessoas do MDB “ô, vamos para o impeachment, porque nós, o Supremo e todos juntos”. Lembram disso? Aí deu o impeachment, e agora, a Dilma é inocentada sem nenhum processo, nenhuma ação criminosa foi feita no governo dela e ela foi impichada. Perdeu o mandato, deu Temer, que acelerou o desemprego, acelerou a fome, veio esse maledito aí e fez tudo que nós vimos que agora tem que consertar. Vamos gastar dois, três anos para consertar, para fazer o Brasil voltar a ter crescimento, gerar emprego, gerar renda, casa própria para cada trabalhador. Cada trabalhador desse país precisa uma casa própria e nós temos que trabalhar para isso e temos de divulgar isso.
E como é que foi na época do Mensalão, na época da Lava Jato, a reação da esquerda e de setores do próprio PT em relação a todo esse regime de exceção? Naquele momento, e eu falo uma palavra bem branda, porque não adianta ficar espezinhando também as pessoas que compreenderam equivocadamente aquele processo, as denúncias que foram feitas de compra de deputado impactaram demais a sociedade e impactou a direção do PT. E a direção do PT achava que tinha um culpado, e culpado era chamado Delúbio Soares, que era o tesoureiro do partido. Aí, o que é que a direção do PT disse? “Nós temos que tirar o Delúbio fora, que aí o problema sai”. Eu dizia, “Vocês estão errados”. Inclusive usei na minha defesa, quando fui na reunião do partido na qual fui expulso, eu dizia: “não adianta dar carne humana para Leão, porque leão que come gente, vai querer comer gente sempre. Dá minha carne aos leões eu não vou dar. Vocês querem dar, eu não concordo”. Mas eu fui expulso na reunião do diretório, foi a única punição que eu tive na minha vida antes das punições do Mensalão. Isso abriu a porteira pro MPF e pro Judiciário. E o PIG em cima. O partido não foi correto. Dos partidos de esquerda, 90%, com exceção do PCO [Partido da Causa Operária], uma parte do PCdoB, uma parte do PT.
Mas o setor chamado “a esquerda do PT”, o que o povo vive falando aí “turma de A”, “turma de B”, queria tudo me expulsar. Tanto é que, quando eu volto, eu pedi minha volta, seis anos depois, a esquerda tradicional do PT votou contra. 60 votos para voltar e 15 contra. A chamada esquerda clássica do PT que não compreende o que é a luta de classes. E tem muita gente que faz o jogo do lado de lá, dentro do PT, dentro da esquerda brasileira. Essa Luísa Helena, o PSOL, que, na época já estava se constituindo, falava demais, falava de mim. Eu encontro gente da esquerda, que, naquela época, era radicalmente contra, que não tem coragem de olhar nos olhos, porque eu já venci todos os processos, gastei 18 anos. Hoje, todo mundo fica com vergonha de estar perto de mim. As pessoas mais jovens, as pessoas mesmo do centro direita me respeitam muito porque foi 18 anos de dificuldade. Quatro anos no sistema aqui em Brasília, dois anos lá no Paraná por uma coisa que você não deve? Não fez nada de errado? Se o Mensalão fosse julgado como crime eleitoral, que na época não tinha essa figura, que é um dinheiro que eu peguei emprestado de um banco, via duas empresas do Marco Valério, e paguei as contas do PT e dos partidos aliados naquele momento, que não estava registrado no cartório, não existia a tradição de registrar tudo no cartório…
Foram 55 milhões de reais que eu peguei emprestado para pagar depois, já tinha começado a devolver o dinheiro. Aí o que acontece? Isso foi criminalizado, mas não como [crime] eleitoral. Você pega um dinheiro para pagar despesas de campanha, paga as despesas de campanha. Qualquer um sabe que é eleitoral, menos o STF, menos a Procuradoria Geral. Ela falou que era para comprar deputado para votar com o governo. Precisava comprar o Luizinho pra votar com o governo? O João Paulo? É totalmente fora do contexto a acusação. Mas essa acusação é que prevaleceu.
Eu ficava com muita pena naquele processo do Zé Maria, o Zé Maria do PSTU. Eu ia conversar com o Zé Maria e ele chorava, mas o pessoal dele me chamava de ladrão nas universidades, em tudo quanto é lugar. Nas chapas de sindicato, era a chapa do Delúbio ladrão, corruptor e não sei o que. E o Zé Maria, eu encontrava com ele [e ele dizia]: “Delúbio, que sacanagem”. Pois é, mas o seu povo está me xingando, Zé. “É, mas eu não tenho controle disso”. Você não tem o controle, você pode até não ter, mas a orientação de vocês é essa. Você não escreve no jornal? Você, no programa eleitoral, não fica xingando a gente de corrupto? Foi assim em 2006 e 2010. Aí é difícil disfarçar, né? Não precisa ser assim, tem que entender a realidade. Luta de classe tem ferimento, luta de classe não é um jantar entre amigos. Nós, classe trabalhadora, e a classe dominante do outro lado, é um enfrentamento. A classe dominante não quer exterminar a classe trabalhadora, mas ela quer espezinhar para que a gente fique penando para trabalhar de graça para eles, ou baratinho, para aumentar o lucro. É o jogo do capitalismo aqui no Ocidente e aqui na América Latina. Nos Estados Unidos, é um pouco diferente, é similar na Europa. Mas aqui é mais, vamos chamar assim, mais selvagem. Na América Latina, a coisa é “hard”, vamos chamar assim, é bem “hard” aqui na América Latina, mas a gente tem que enfrentar.
Você comentou sobre o papel do grande capital em todos esses processos e a gente viu depois, com a Vaza Jato, como Departamento de Estado dos Estados Unidos estava diretamente envolvido na própria Lava Jato. Naquela época, você já via algum indício de que essas grandes potências, os Estados Unidos, estariam por trás da perseguição? O Moro, o juiz da 13.ª Vara, sempre foi. Aqui, na minha revista, ela traz um texto que é muito importante. “escolheu-se um juiz, foi ele preparado por forças externas, municiado com informações e ferramentas jamais vistas até então, instrumentalizaram-se as instâncias judiciárias e o Ministério Público que atuaria junto àquele juiz único, e cooptou-se o imaginário da maior parte da população brasileira por intermédio de grande parcela da imprensa brasileira”. Isso que você está perguntando está aqui. Os americanos, eles gostam de americanos e sempre trataram o Brasil como quintal. Quando viram o Lula crescendo, [disseram]: “temos que destronar o Lula. E nós fomos vencendo, superando as dificuldades. E olha que eles tiveram a oportunidade de destituir a Dilma. Aquilo não foi um impeachment, aquilo foi uma destruição, um crime contra a população brasileira. Aí elegem o maledito. Depois, a sociedade brasileira toma um fôlego, recupera e faz um processo de acolher novamente o processo democrático. É isso que aconteceu nessa eleição, que foi muito dura. E aí teve um reconhecimento da necessidade do Brasil voltar ao leito da normalidade para o Brasil crescer.