Segundo coluna publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, os organizadores da Cpac Brasil, maior conferência nacional da direita brasileira, anunciaram que a cidade de Balneário Camboriú (SC) será a sede da edição de 2024, que irá ocorrer entre os dias 6 e 7 de julho. Este evento será uma das principais ações anunciadas até o momento pela direita nacional para o ano de 2024 após a manifestação realizada por Jair Bolsonaro na Avenida Paulista. A expectativa inclusive, segundo a imprensa burguesa, é que este seja o maior encontro já realizado pela direita brasileira desde o início da conferência em 2019. É previsto um público para a conferência de cerca de 4 mil pessoas, uma quantidade expressiva para uma atividade desta natureza organizada pela direita.
“Esse ano a edição brasileira vai ser especial, porque no mundo inteiro a direita está num momento de ascensão. Olha a Itália, Portugal e inclusive a boa expectativa vinda dos EUA, bem como da Argentina com Milei”, afirmou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em vídeo divulgado nas redes sociais anunciando o evento.
A iniciativa é inspirada por um evento que ocorre desde a década de 1970 nos Estados Unidos, e é liderada pelo Instituto Conservador-Liberal (ICL), presidido pelo próprio Jair Bolsonaro. Apesar da lista de convidados ainda não ter sido totalmente divulgada, espere-se presença de pessoas como o presidente argentino, Javier Milei, que participou da edição do ano passado, em Belo Horizonte, antes de ser eleito na Argentina.
Esta atividade da direita bolsonarista serve como um alerta para a esquerda nacional e as organizações populares. A medida que o governo Lula vai sendo encurralado pela direita no Congresso e pelo imperialismo, o bolsonarismo cresce no campo da mobilização popular. O ato ocorrido na Avenida Paulista foi já um grande alerta, no entanto, a organização de mais iniciativas como essas servem de preparação para a mobilização da extrema-direita e do imperialismo contra o governo eleito pelos trabalhadores.
Isto revela que a direita sabe da importância de mobilizar nas ruas e que a resposta da esquerda precisa ser no mesmo campo. Setores da esquerda pequeno-burguesa defendem que a luta contra o bolsonarismo deve se dar no campo jurídico, que o bolsonarismo já está morto e que quem deve cuidar da extrema direita deve ser o “democrático” ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No entanto, ao contrário do que afirmam os “sábios” da esquerda nacional, é necessário, na realidade, que a luta contra a direita bolsonarista se dê no campo político e não institucional. As instituições dominadas pela burguesia não só não combateram o bolsonarismo como também servirão de base para o aumento das políticas anti-democráticas no Brasil, algo que rapidamente já se voltou contra a própria esquerda. O campo de luta contra a direita é as ruas, é a mobilização popular dos trabalhadores. Lula não possuí apoio no Congresso, mas sim no povo e deve dele fazer sua base de ação contra os bolsonaristas.