A União Europeia vai anunciar pacote de 50 bilhões de euros para a Ucrânia, porém esse pacote será pago durante o período de quatro anos. O próprio imperialismo, através de sua revista The Economist, reconheceu a insuficiência desse pacote para reverter o quadro alarmante que a Ucrânia tem diante de si.
Continua travado no parlamento norte-americano o pacote de ajuda a Ucrânia prometido por Biden. O pacote está travado justamente porque a guerra é algo impopular.
O primeiro-ministro da Eslováquia já expressou publicamente que irá vetar a entrada dos ucranianos na OTAN.
A coesão político-institucional e militar na Ucrânia está cada vez mais em decadência, e o ponto fundamental desse processo de crise se encontra no confronto cada vez mais aberto entre o comandante das forças armadas ucranianas e o presidente do país. Sem os recursos da União Europeia e dos EUA, a situação na frente de batalha vem ficando cada vez mais insustentável, ainda mais com a intensificação dos bombardeios russos. A crise entre Zelensky e seus comandantes expressa justamente isso.
As enormes baixas ucranianas e a convocação forçada, o caos econômico interno e a incapacidade de sua indústria bélica de recompor as perdas, estão levando Zelensky a uma disparada crescente em sua impopularidade.
O avanço de Trump nas prévias, e a desidratação da candidatura de outros Republicanos e do próprio Joe Biden, se dá muito por conta da sua posição voltada para promessas do republicano de cuidar mais do ambiente doméstico do que das pautas internacionais. Esse ponto tornou-se crucial nos últimos anos por causa do deterioramento das condições de sobrevivência da população norte-americana.
Não existe perspectiva para que o conflito no território europeu chegue ao fim. Tampouco podemos verificar que as coisas na Faixa de Gaza, no Mar Vermelho e demais localidades do Orienta Médio, que envolvem os principais países imperialistas da Europa diretamente na situação – seja política, econômica ou militarmente –, tem perspectiva de findar no curto prazo. Essa situação acarreta um horizonte em que somente se pode esperar a estagnação ou a retração econômica.
Isso significa na elevação do acirramento entre as classes sociais e em uma possível mudança no regime político tal como o conhecemos até os dias de hoje, se isso irá acarretar uma configuração mais à esquerda ou mais à direita, isso não há como prevê em absoluto. Mas há significativos indícios de que a extrema-direita tem saído na frente, enquanto a esquerda ainda permanece na defesa da democracia em abstrato (que concretamente significa na defesa dos neoliberais “puro-sangue”).