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Oriente Médio

EUA usam ONU para atacar o Hesbolá e a Palestina

Força militar da ONU renova novamente seu tempo de permanência no sul do Líbano para ajudar a campanha de ‘Israel’ contra a resistência

Nesta semana, o Conselho de Segurança da ONU prorrogou pela 17ª vez a manutenção da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) na fronteira entre o país e a ocupação israelense. Na prática, essa missão serve apenas para atrapalhar as ações do Hesbolá, favorecendo os ataques sionistas. Quatro anos após a criação da FINUL, por exemplo, ‘Israel’ cercou os campos de refugiados de Sabra e Chatila para permitir o massacre de centenas de refugiados palestinos e libaneses.

A FINUL foi criada antes mesmo da criação do Hesbolá, com o pretexto de ajudar o exército libanês a estabilizar a região após enormes ataques israelenses em 1978. Uma das tarefas da força seria atuar como socorristas e ajudar a população local, porém ao longo de 46 anos é muito óbvio que se trata de mais um capacho do imperialismo. Desde 2006, a FINUL tem uma Força-Tarefa Marítima, com o pretexto de auxiliar a marinha libanesa em operações de vigilância e salvamento. Na prática, sua principal função é tentar impedir a chegada de armas e itens diversos aos combatentes do Hesbolá.

Artigo publicado no jornal libanês Al-Akhbar destaca que nessa renovação do prazo da missão, os Estados Unidos conseguiram alterar o termo “cessar as hostilidades” por “apoio ao cessar as hostilidades”. Uma manobra para que “Israel” fique livre para atacar o sul do Líbano e a FINUL fique respaldada para não fazer nada em benefício da população que fica na mira dos sionistas. O representante norte-americano no conselho deixou bem clara qual é a função da FINUL: “Devemos enfrentar as táticas do Hesbolá para impedir a implementação da missão e restringir o movimento da FINUL, transformando a área ao sul do rio em uma zona desmilitarizada”.

Ou seja, a ONU está na região apenas para desarmar o lado da resistência ao sionismo. Afinal, é assim mesmo que o sionismo está acostumado a travar suas batalhas militares, usando seu poderio bélico contra populações indefesas. É isso que fazem impunemente desde que a mesma ONU inventou “Israel” e o que estão fazendo agora na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Essa situação onde apenas um lado ataca é o que o imperialismo cinicamente chama de “paz” na região.

O artigo publicado no Al-Akhbar denuncia ainda que os batalhões da FINUL contam com três radares instalados e ativos na região, que poderiam ser usados em benefício dos ataques sionistas. A justificativa da FINUL é que eles serviriam para “ajudar as forças internacionais a monitorar as violações aéreas israelenses e alertar as tropas sobre projéteis que possam cair nas bases”. Acredita quem quiser, certamente os grupos que combatem a máquina de guerra sionista não acreditam.

A missão que deveria ter durado apenas seis meses quando foi criada, se arrasta para quase cinco décadas e em nenhuma medida contribuiu para a segurança das populações atacadas por “Israel”. Está claro desde o início que se trata de um artifício do imperialismo para se infiltrar na área de atuação do Hesbolá e ajudar a sabotar a resistência.

O embaixador dos Estados Unidos, Robert Wood, assinou uma “explicação” para o voto no Conselho de Segurança da ONU, o texto foi publicado no portal da Missão dos Estados Unidos nas Nações Unidas. Sem qualquer pudor, o embaixador joga por terra a visão de que a FINUL possa atuar de maneira imparcial, intercedendo junto aos dois lados do conflito para buscar alguma espécie de acordo de cessar-fogo. Seguindo a linha política do governo dos Estados Unidos, ele reafirma o apoio ao que chama de “direito de se defender” de “Israel”. Ao mesmo tempo, define o Hesbolá como “organização terrorista brutal”.

O assassinato de civis desarmados, incluindo dezenas de milhares de mulheres e crianças, não é considerado como ato terrorista. A retaliação a essa violência covarde, sim. Wood tem a cara de pau de acusar o Hesbolá de atrapalhar o trabalho da FINUL. Para ele, a resistência teria que contribuir para sua própria sabotagem. Argumentação típica dos representantes do imperialismo, que apoiam e produzem os maiores crimes contra os chamados “direitos humanos” e ainda se apresentam como os representantes oficiais da defesa desses direitos.

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