Nesta sexta-feira (9), o Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) publicou em seu perfil na rede social X que caças F-22 da Força Aérea norte-americana teriam chegado à sua área de responsabilidade a fim de “mitigar a possibilidade de escalada regional por parte do Irã ou seus procuradores”. A CENTCOM, um dos treze braços do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, é responsável pelo Oriente Próximo, Ásia Central e partes do sul da Ásia.
Os jatos norte-americanos caracterizariam uma tentativa de dissuasão já que eles poderiam “operar impunemente no espaço aéreo iraniano sem que o Irã saiba”, afirmou o tenente-general aposentado David Deptula ao portal de notícias Bloomberg. Desde o dia 31 de julho, o mundo aguarda uma resposta do Eixo da Resistência ao Estado de “Israel”. No mesmo dia, ataques sionistas assassinaram o comandante militar do Hesbolá, Fuad Shukr, em Beirute e o chefe do birô político do Hamas, Ismail Hanié, em Teerã, que estava na capital iraniana para observar a cerimônia de posse do presidente recém-eleito.
Tanto o líder do Hesbolá, Hassan Nasseralá, como o Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei, advertiram o governo israelense por sua provocação. Nasralá declarou que “vocês [os israelenses] não sabem que linhas vermelhas cruzaram”, ao passo que Khamenei prometeu uma “dura punição” a “Israel”.
Ao mesmo tempo em que o CENTCOM se reposicionava no Oriente Próximo, o jornal diário libanês Al-Akhbar denunciou que essa não era a única atividade militar do imperialismo na região. O Chipre, pequeno país insular no Mar Mediterrâneo, próximo a Grécia, Turquia e Palestina, teria sido alistado para o conflito, assim como outros Estados satélite na região.
Segundo a denúncia, uma delegação militar dos Estados Unidos teria ido ao Chipre esta semana para realizar reuniões em caráter urgente tanto com o ministério da Defesa cipriota como com seus serviços de inteligência.
“A delegação foi acompanhada por uma força logística, militar e de segurança que trazia consigo uma grande quantidade de equipamentos, armas e modernos sistemas de defesa aérea, além de helicópteros“, disse o artigo. Os equipamentos, em quantidade inédita para a ilha, serviriam para transformar o Chipre “numa das plataformas de interceptação contra ataques esperados do Irã, Iêmen e Hesbolá” contra “Israel”.
O artigo acrescenta que o Reino Unido também teria reforçado suas bases militares no país, com especialistas militares e equipamento antiaéreo. As Forças Armadas britânicas detém duas grandes bases militares no Chipre que chegam a 2,5% do território do país. O esforço imperialista seria completado com intenção alemã de enviar sua marinha para o país a fim de facilitar evacuações numa guerra de grandes proporções.
“As autoridades cipriotas têm se esforçado para se comunicar com (…) o Eixo de Resistência, especialmente o Hesbolá, para transmitir a mensagem de que o que está acontecendo ‘está acontecendo contra a vontade deles e que eles não querem envolver seu país em nenhuma guerra’. Eles expressaram seu medo de que a ilha pudesse se tornar uma arena para um confronto com o Irã, o Hesbolá e até mesmo o Ansar Alá“, acrescenta o artigo.
O Chipre realiza exercícios militares com “Israel” desde 2017, mas em 2022 negou declaração israelense de que a parceria teria como objetivo simular uma situação de guerra dentro do Líbano, buscando manter a mesma neutralidade que a fonte de Al-Akhbar conta.
A denúncia ainda aponta outras peças-chave para a operação de dissuasão e defesa imperialista no Oriente Próximo: Jordânia e Grécia. A Jordânia teve papel importante no primeiro ataque iraniano contra “Israel” em abril deste ano, apoiando as forças imperialistas no abate de drones e mísseis enviados contra “Israel”. Os gregos ainda não tiveram participação direta no apoio à guerra em Gaza, mas são o país da OTAN mais próximo da região além da Turquia, que, sendo um país de maioria muçulmana, teria muita dificuldade para participar da operação genocida.