Desde a revogação da histórica decisão Roe vs. Wade, a taxa de mortalidade infantil nos Estados Unidos aumentou 7%, conforme aponta o estudo recente publicado na Jama Pediatrics. Realizado pelas pediatras Parvati Singh e Maria F. Gallo, da Universidade de Ohio, o estudo utilizou dados preliminares de 2023 dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), comparando-os com registros de 2018 até o final de 2022. Esses números revelam que a mortalidade infantil foi de 5,6 para seis mortes a cada 1.000 nascidos vivos.
A pesquisa aponta para um aumento ainda maior nas mortes de bebês nascidos com anomalias congênitas, que subiu 10%, registrando 1,43 óbito para cada mil nascidos vivos em 2023. Estados com restrições mais severas ao aborto, como Texas e Georgia, também registraram aumentos expressivos em mortalidade materna e infantil. No Texas, por exemplo, a mortalidade infantil cresceu 12,9% entre 2021 e 2022, enquanto no restante dos EUA houve uma leve queda de 1,8%. Em meio a esse contexto de alta, alguns especialistas sugerem que, sem a possibilidade de aborto legal, gestantes enfrentam complicações graves que poderiam ser evitadas com o acesso seguro ao procedimento.
O impacto dessas medidas restritivas sobre o aborto mostra a farsa da política de “proteção à vida” que sustenta essa proibição, revelando que a mortalidade de bebês e gestantes aumenta quando os direitos das mulheres são cerceados. Ao contrário do argumento de “defesa da vida”, o aumento na mortalidade infantil indica que a revogação do direito ao aborto põe em risco a saúde pública.