Nessa segunda-feira (9), o programa Análise Internacional, do canal do Diário Causa Operária no YouTube, trouxe as primeiras impressões de Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), sobre a queda fulminante do presidente sírio Bashar al-Assad. Além de abordar o Oriente Médio, Pimenta discutiu a situação da América Latina, dos Estados Unidos, da Rússia e da Europa.
Um dos primeiros assuntos abordados foi o recente empréstimo de 50 bilhões de dólares à Ucrânia, descrito como parte de um esforço do governo Biden para fortalecer o regime de Vladimir Zelenski antes da transição presidencial nos EUA. “Trump já deu sinais de que buscará negociar com a Rússia. Esse empréstimo é uma tentativa de garantir fôlego para o regime ucraniano, sabendo que o apoio pode ser reduzido no futuro próximo”, analisou Pimenta.
Em seguida, o presidente do PCO analisou a tentativa de golpe na Geórgia, denunciada pelo governo local. “O que aconteceu na Geórgia é parte de uma estratégia maior para cercar a Rússia, como vimos na Moldávia e na Ucrânia. O imperialismo usa ONGs e outras ferramentas para desestabilizar governos que não se alinham aos seus interesses”.
O único país latino-americano debatido durante o programa foi a Colômbia, onde o plano de paz de Gustavo Petro fracassou. “O ELN [Exercito de Libertação Nacional] está certo ao recusar entregar as armas. Mais de 400 ex-membros das FARC foram assassinados desde o acordo de paz. Isso mostra que a política de repressão e controle imperialista continua operando mesmo em cenários de aparente normalidade”, afirmou Pimenta.
A análise sobre a Síria foi iniciada com uma avaliação acerca do colapso do governo Assad. Segundo Pimenta, a queda representa uma das maiores derrotas para o bloco anti-imperialista nos últimos anos. “É uma vitória expressiva do imperialismo e do sionismo, mas também expõe a fragilidade de regimes que, mesmo alinhados com forças anti-imperialistas, não conseguem resistir às pressões externas e internas”.
Desde o início da guerra civil em 2011, a Síria enfrentou uma campanha massiva de desestabilização promovida pelo imperialismo. Pimenta destacou que o bloqueio econômico, os ataques de mercenários financiados pelo imperialismo e a destruição sistemática da infraestrutura do país foram o que levou o regime ao colapso.
Um dos aspectos mais discutidos foi a traição dentro das forças armadas sírias. Pimenta apontou que a queda de Assad ocorreu de forma tão rápida devido à capitulação de comandantes-chave do exército. “Essa não foi uma derrota militar comum. O exército sírio simplesmente não lutou”.
A atuação de “Israel” também foi destacada como uma peça central na ofensiva. Com a queda de Assad, “Israel” já está expandindo sua ocupação na Síria, aproveitando a desorganização do país para avançar seus interesses territoriais. O presidente do PCO ainda alertou que é difícil que o imperialismo tenha, de agora em diante, o domínio do País. Ao que tudo indica, o seu objetivo imediato era apenas derrubar Assad – o imperialismo, portanto, estaria apostando no caos.
Para ficar por dentro de todos os detalhes sobre a situação na Síria, assista ao programa Análise Internacional na íntegra: