Desde a invasão israelense contra o Líbano, no início de outubro, o Iraque tornou-se um dos principais fornecedores de ajuda humanitária, por vias terrestres, para a população libanesa. No entanto, a destruição promovida pela entidade sionista, exatamente na principal rodovia que liga o Líbano à Síria, vem impossibilitando os esforços humanitários.
Enquanto Washington continua a se intrometer na política interna de Beirute, o portal de notícias Al Akhbar relata que a embaixada dos EUA é responsável por obras rodoviárias “misteriosas” na área de Dbayeh, ao norte de Beirute.
“As [escavadeiras] começaram no início da agressão a abrir uma passagem entre a estrada marítima adjacente ao quartel Al-Fuhoud [das Forças Armadas Libanesas] em Dbayeh e o mar […] Depois que alguns moradores suspeitaram dessas obras e perguntaram ao exército sobre sua natureza, a instituição militar negou qualquer conhecimento sobre o assunto”, afirma a reportagem.
Na mesma toada, o Ministério de Obras Públicas e Transportes do Líbano também negou qualquer conhecimento sobre a obra relatada, que, segundo a reportagem, está sendo construída a pedido da embaixada dos EUA sob a “aprovação implícita” do comando do exército libanês para supostamente “preparar evacuações” de cidadãos americanos.
Não é apenas a embaixada dos EUA que está “investindo” em obras públicas no Líbano. Os engenheiros das Forças Armadas israelenses vêm trabalhando dia e noite abrindo novas rotas de acesso no sul do Líbano, criando caminhos mais seguros contra minas terrestres e uma rota menos favorável à emboscadas.
Imagens com engenheiros militares israelenses queimando a vegetação nativa e pavimentando trechos de terra tornaram-se cenas comuns no perímetro de três quilômetros adentro das fronteiras libanesas, nos territórios agora ocupados pelas forças sionistas.
A notícia vem na esteira de uma operação do comando israelense, que levou cerca de duas dúzias de soldados a desembarcarem na cidade de Batroun, no norte do Líbano, para sequestrar um capitão de embarcação civil”. Sob a cobertura da noite e, segundo relatos, trabalhando ao lado da marinha alemã, as forças israelenses levaram o homem, identificado como Imad Amhaz, reagrupando de volta para o mar usando lanchas rápidas.Um menino dorme em cadeiras na escola onde sua família está abrigada depois de ser deslocada por ataques aéreos israelenses em Sidon, também conhecida como Saida, no Líbano.
No mês passado, a imprensa local informou que a embaixada dos EUA no Líbano estava em diálogo com seus aliados locais para desencadear uma “revolta interna” que ajudaria Israel a alcançar seus objetivos, o que pode explicar (ao menos parcialmente) o vergonhoso fato do exército libanês ainda não ter levantado armas contra a invasão do país.
A embaixada dos Estados Unidos no Líbano foi muito clara em seu posicionamento, bloqueando o estabelecimento de uma ponte aérea humanitária entre Bagdá e Beirute, insistindo, em vez disso, que qualquer ajuda humanitária seja entregue via Jordânia, “para inspeção prévia”, de acordo com uma reportagem do jornal libanês Al Akhbar.
Segundo informações, Washington também ameaçou a companhia aérea nacional do Líbano, a Middle East Airlines (MEA), com sanções se seus aviões fossem usados para transportar os feridos dos ataques israelenses que causaram a explosão de dispositivos de comunicação (pagers) em todo o país. A embaixada dos EUA no Líbano recebe da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA em inglês) um “relatório diário” de todos os passageiros que passam pelo aeroporto de Beirute.
As ações norte-americanas não se limitam apenas ao financiamento do Estado sionista. Ao contrário, são partícipes na invasão do Líbano, da mesma forma que também o são no massacre palestino em Gaza e na Cisjordânia. Outro fato fundamental no desenvolvimento da invasão israelense ao Líbano, foi o ataque por parte das forças sionistas aos “capacetes azuis” da missão de paz da ONU, o que aumentou as tensões internacionais sobre o conflito.
Originalmente, a UNIFIL (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) foi criada pelo Conselho de Segurança em março de 1978 para assegurar a retirada israelense do Líbano, restaurar a paz e a segurança internacional e auxiliar o governo libanês a restaurar sua autoridade efetiva no sul do país. O mandato teve que ser ajustado duas vezes, devido aos acontecimentos de 1982 e 2000.
Após a invasão israelense de julho/agosto de 2006, o Conselho de Segurança reforçou suas forças de paz na região e decidiu que, além do mandato original, ela deveria, entre outras coisas, monitorar a cessação das hostilidades; acompanhar e apoiar as forças armadas libanesas em seu deslocamento pelo sul do Líbano; e estender sua assistência para ajudar a garantir o acesso humanitário às populações civis e o retorno voluntário e seguro das pessoas desalojadas.