Na segunda-feira (2), o governo dos EUA sequestrou um avião usado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, alegando que a aeronave viola as sanções norte-americanas. A notícia foi divulgada pela CNN.
Segundo o portal imperialista, um funcionário do governo dos EUA afirmou que: “confiscar o avião de um chefe de estado estrangeiro é algo inédito em questões criminais. Estamos enviando uma mensagem clara de que ninguém está acima da lei, ninguém está fora do alcance das sanções dos EUA“. Ou seja, o governo Biden estaria tomando a ação para enviar uma mensagem de que estão dispostos a fazer tudo para derrubar Maduro.
O avião vale cerca de US$ 13 milhões e foi confiscado em cooperação com o governo da República Dominicana. Ele foi apreendido no país caribenho e levado para Miami, nos EUA. Os departamentos de Segurança Interna, Comércio e Justiça dos EUA estiveram envolvidos na apreensão.
O Miami Herald identificou o jato como um Dassault Falcon 900EX, um jato construído na França que anteriormente visitou Cuba, Brasil e São Vicente e Granadinas, “frequentemente com Maduro a bordo“. Ele parece estar registrado em San Marino.
O Herald ainda citou registros da Administração Federal de Aviação dos EUA mostrando que uma empresa com sede na Flórida vendeu o avião para uma empresa em São Vicente, que então o revendeu para San Marino. O governo dos EUA alega que o revendedor era uma empresa fantasma venezuelana e que a venda violou suas sanções contra a Venezuela.
Não está claro como o avião foi parar na República Dominicana, já que a Venezuela suspendeu o transporte aéreo comercial com a ilha após a eleição presidencial de 28 de julho.
Segundo a CNN, os EUA pretendem confiscar o avião através de um processo de confisco de bens. Isso significa que a Venezuela poderia teoricamente contestar o caso na justiça – se conseguir encontrar uma maneira de contornar as sanções para fazê-lo.
Este é o segundo jato venezuelano confiscado pelos EUA este ano. Em fevereiro, a Argentina enviou aos EUA um avião de carga Boeing 747-300M, confiscado em 2022, porque o governo Maduro supostamente o comprou de uma empresa iraniana sancionada. Maduro chamou a apreensão de “um roubo flagrante” por parte do governo do presidente argentino Javier Milei.
No mesmo artigo da CNN a fonte do governo dos EUA afirma que o imperialismo norte-americano confiscou contas bancárias e ativos venezuelanos no valor de US$ 2 bilhões nos últimos anos.
Maduro luta contra o golpe de Estado
O presidente Nicolás Maduro luta contra uma investida golpista do imperialismo desde que foi reeleito no fim do mês de julho. O governo dos EUA chegou a reconhecer a oposição como vitoriosa mesmo sem nenhuma evidência de que o candidato Edmundo Gonzalez havia vencido. Ao fim do fechamento dessa edição o governo ainda não havia se posicionado sobre o roubo do jato.
Maduro, no entanto, esteve presente no encontro com as 5 gerações no Palácio Miraflores, sede do governo, e se pronunciou sobre diversos temas. Durante o encontro, ele relembrou a história de libertação da Venezuela e dos povos latino-americanos. Recordou os líderes dos processos históricos e revolucionários da América.
Lembrou as diversas tentativas de suborno que recebeu durante sua fase como deputado. Reafirmou a necessidade de trabalhar no avanço em direção ao socialismo, realizando uma nova revolução, “uma revolução dentro da revolução com o povo, para o povo e desde o povo”. Falou sobre o setor fascista e entreguista, que está surgindo atualmente, vendida aos países imperialistas, e as ações que empreenderam contra a Venezuela.
Convocou a participação, entre os próximos dias 4 e 6 de outubro, no Congresso do Bloco Histórico. Nele, será projetada a política para os próximos 30 anos da Venezuela, um “planejamento estratégico que será um legado para as novas gerações de venezuelanos”. Ao fim nomeou os que serão os organizadores do Congresso, todos representantes das 5G, e comentou sobre a necessidade de “integrar, unir e expandir as 5 gerações protagonistas da revolução bolivariana”. Como este evento o presidente Maduro realiza muitos outros que envolvem a população da Venezuela.
O roubo do avião pelos EUA é mais uma evidência de que Maduro está sofrendo um ataque do imperialismo que tenta derrubá-lo com um golpe de Estado. É dever de toda a esquerda latinoamericana declara apoio total ao governo de Maduro na Venezuela. A derrota do imperialismo na Venezuela é uma vitória de todos os brasileiros e todos os povos do mundo.