A seleção brasileira de futebol foi eliminada nas quartas de final pelo Uruguai na Copa América de 2024. O jogo terminou 0 a 0 e, nas disputa de pênaltis, o Brasil levou a pior.
O jogo foi duro, brigado, com muitas faltas. Ambas as equipes tiveram poucas chances. O Brasil criou as melhores oportunidades, com Raphinha e Endrick no primeiro tempo. O Uruguai ofereceu perigo nas bolas aéreas.
Desde o início do torneio, a seleção brasileira encontrou dificuldades. Dificuldades na saída de bola, quando pressionada. Dificuldades na criação do ataque. Dificuldades para controlar o jogo, acelerar ou desacelerar, segundo as circunstâncias. Sob pressão, por conta do jejum de mais duas décadas sem conquistar uma Copa do Mundo e por conta dos resultados ruins nas Eliminatórias, o Brasil não conseguiu encontrar um caminho para se impor sobre os adversários.
A Copa América escancarou a importância de Neymar na seleção. Sua ausência foi um dos componentes mais explícitos durante toda a competição. Contra o Uruguai, por exemplo, ficou evidente a necessidade de um jogador para pensar o jogo, dar um pouco de claridade e lucidez às jogadas, em meio ao frenesi de faltas e marcação forte em que as duas equipes se meteram. Era o papel que Neymar conseguiria exercer com maestria.
O jogo foi brigado. Havia pouco tempo e pouco espaço para pensar e desenvolver as jogadas. Os jogadores brasileiros, sobretudo os meio campistas e atacantes, entraram nesse clima, igualaram os uruguaios na força e na marcação, e deixaram a cadência e a criatividade na armação das jogadas de lado. Era difícil imaginar, dentre os jogadores que estavam em campo, alguém com capacidade para imprimir essa tendência necessária ao jogo. Talvez Rodrygo pudesse ser esse jogador, mas o atacante do Real Madrid pouco apareceu no jogo. Faltou, claramente, Neymar.
Um comentarista da imprensa burguesa, reconhecendo o que ela mesma não gostaria de reconhecer, disse: “Neymar foi o único que saiu fortalecido da Copa América”. A afirmação é correta na sua quase integralidade. Isso porque há um outro jogador que sai fortalecido: Endrick, a nova joia brasileira. Mas o comentarista ressalta um fato fundamental: comprovou-se que não há outro jogador brasileiro que possa no curto e médio prazo desempenhar um papel semelhante, em qualidade, ao que Neymar pode exercer.
Terminada a Copa do Mundo de 2022, os abutres da imprensa capitalista correram para decretar que o futuro da seleção passava pela ausência de Neymar. Seria preciso reconstruir o Brasil sem Neymar. Dois anos depois, não há nem sombra de essa perspectiva se materializar. Neymar é mais necessário do que nunca. Sua história na seleção está longe de estar no fim. E mais: o caminho das vitórias passa necessariamente pelos seus pés.