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Brasil

Esquerda pequeno-burguesa se une a sionismo para tentar calar PCO

Surgem uns palpiteiros em portais que se dizem "progressistas" para justificar a política de censura promovida pelas mesmas potências que hoje promovem o genocídio dos palestinos

Enquanto Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e “Israel” levam adiante um esforço inacreditável para calar os que denunciam seus crimes, eis que surgem uns palpiteiros em portais que se dizem “progressistas” para justificar a política de censura promovida pelas mesmas potências que hoje promovem o genocídio do povo palestino. Francisco Fernando Ladeira é um deles.

No artigo Seguindo a tradição, PCO defende Neymar em discussão sobre privatização das praias, publicado na revista Fórum, Ladeira procura apresentar as posições do Partido da Causa Operária (PCO) como uma “voz dissonante” no debate em torno da Proposta de Emenda Constitucional 3/2022, hoje conhecida como PEC das Praias. O PCO, segundo o autor, não teria seguido a posição da “esquerda”, que, “por uma questão de princípios”, teria saido “em defesa” da atriz lavajatista Luana Piovani e repudiado o atacante brasileiro Neymar Jr.

Para Ladeira, a atividade jornalística consiste, portanto, não em lidar com fatos. Para contestar o que diz o PCO, o autor não se dá ao trabalho de provar que o Partido mentiu, que o Partido errou, que o Partido foi impreciso em sua colocação. Basta dizer que o PCO não seguiu a opinião “da esquerda” para dizer que sua opinião de nada vale. É a mesma orientação que tem, por exemplo, qualquer ministro do Estado nazista de “Israel”. Critique seu governo por assassinar crianças, por queimar pessoas vivas, por abrir fogo contra uma fila de pessoas esperando comida ou por torturar seus prisioneiros e você ouvirá a mesma ladainha: quem critica “Israel” é antissemita. Isto é, não tem o direito de falar. Não tem o direito de se defender.

“Israel” reprime as opiniões contrárias porque os fatos atestam contra o sionismo. Quanto mais informação, tanto mais comprometido fica a sua política. O método de calar os adversários acusando-os de estar do lado moralmente correto serve justamente para impedir que a verdade venha à tona. Ladeira, por sua vez, parte para o jogo sujo porque, para ele, dizer a verdade sobre o PCO é muito, muito inconveniente.

Se é fato que Luana Piovani é contra a privatização das praias, isso não tem a menor importância. A atriz, em 2016, participou de um ato em apoio ao então juiz Sergio Moro. Em 2018, comemorou a prisão de Lula e se reuniu com o então coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol. Trata-se, portanto, de uma pessoa que deu apoio político a um golpe de Estado. A esquerda não tem obrigação nenhuma de defendê-la. Mas Ladeira, na medida em que diz que é dever da esquerda defendê-la, enuncia que sua política é a defesa não de princípios, mas de pessoas. Basta, portanto, que a grande imprensa apresente alguém como “mocinho” que Ladeira estará pronto para abraçá-la.

A defesa de pessoas, por sua vez, é apenas um expediente de Ladeira para defender a posição do conjunto da burguesia. Ao dizer que é preciso defender Luana Piovani, ele está admitindo que está disposto a abraçar figuras execráveis como Reinaldo Azevedo, como Geraldo Alckmin ou como qualquer outro picareta que participou do golpe de 2016 e que hoje seja apresentado como uma pessoa íntegra porque defende o tema da moda. Ladeira não é, portanto, uma pessoa que possa se dizer progressista. Ele é tão-somente um claque da política dos inimigos de qualquer coisa progressista.

A posição do PCO incomoda Ladeira por isso. Porque o PCO se opõe à privatização das praias não para fazer disso um pretexto para apoiar a Rede Globo. O PCO é contra a privatização das praias porque é contra a selvageria neoliberal, defendida por vigaristas como Luana Piovani. Porque é contra a entrega de áreas estratégicas para empresários de outros países, tornando o nosso território mais vulnerável à incursões estrangeiras.

O apoio de Ladeira à figura de Luana Piovani também explica a sua hostilidade ao craque do Al-Hilal e da Seleção Brasileira. Em nenhum momento Neymar Jr. veio a público defender a privatização das praias. Ao dizer que, “por interesses econômicos, [Neymar] é favorável à PEC 3/22”, Ladeira está caluniando o jogador. Está contando, como conta todos os dias o primeiro-ministro israelense Benjamin Netaniahu, mais uma mentira.

Mas o que leva Ladeira a se posicionar dessa forma contra o jogador? Em primeiro lugar, porque ele, realizando um magnífico trabalho jornalístico, toma a palavra de Luana Piovani como verdade. Assim, age como a Rede Globo e como Joe Biden, que, em vez de apurar os acontecimentos, reproduzem as mentiras disparadas pelo aparato de propaganda de “Israel”. Rede Globo e Joe Biden, no entanto, não reproduzem inconscientemente as mentiras sionistas: eles agem com base no interesse que há em comum com os israelenses. Da mesma forma, Ladeira não apenas se mostra uma toupera enquanto jornalista, mas também reproduz justamente aquilo que há em comum entre ele e Luana Piovani: o interesse em caluniar os jogadores de futebol brasileiros e, assim, caluniar o futebol brasileiro em si.

Ladeira dá a entender que o embate entre Piovani e Neymar teria sido um grande debate de ideias, em que um argumentou a favor da PEC, e outro, contra. Não é nada disso. Neymar Jr., como explicamos, não defendeu a PEC em nenhum momento, tendo se pronunciado tão-somente para defender a sua própria figura, diretamente atacada por Piovani. E a atriz lavajatista, por sua vez, ao falar sobre o jogador brasileiro, não procurou rebater nenhum argumento pró-PEC (até porque não há), mas sim ofendê-lo pessoalmente, dizendo coisas de alto nível como:

“Como consegue fazer tanta m*? Como pode ser tão mau-caráter? Quanta m* grave esse ‘garoto’, que de ‘garoto’ não tem p*rra nenhuma, já fez. […] O ignóbil é seguido praticamente por metade do planeta Terra. Agora, que pena que nossos adolescentes estão assim tão sem discernimento? Será que isso é o sonho do menino pobre, ficar trilionário? Será se isso são nossas escolas que não repetem mais nossos alunos e eles saem semi-analfabetos? [….] Mau caráter, péssimo pai e exemplo.”

É por esse barraco que Ladeira aplaudiu Piovani, e não pela posição em relação à PEC das Praias. E por quê? Simples: porque Ladeira é parte de um meio social que vê o futebol brasileiro com desprezo, que trata os jogadores de futebol como uma raça inferior, composta majoritariamente por negros, pessoas pouco escolarizadas, de família humilde. Para Ladeira, o futebol que presta é futebol europeu, onde todos são “fair play“, ainda que quem assista morra de tédio. É por isso que o autor vibra quando vê qualquer crítica a qualquer jogador de futebol brasileiro.

Neymar está fazendo lobby no Congresso para aprovar o projeto? É dele o projeto? Ele apoiou? Ele saiu em público apoiando o projeto? Não. Então por que criticar a pessoa? É uma picuinha. É uma perseguição. E não é à toa. A toda hora, a imprensa aparece com algum escândalo envolvendo um jogador brasileiro. Curiosamente, o mesmo não se vê com jogadores de futebol argentinos, inglêses ou francêses, a não ser quando cumpre interesses específicos.

Enquanto isso, as acusações contra os craques brasileiros já devem ter chegado à casa das centenas. Assim, ou o brasileiro é um povo especialmente criminoso, ou os outros povos são especialmente íntegros. Não seria de se espantar que Ladeira pensasse isso – afinal, para estar disposto a fazer uma frente com uma garota propaganda da Lava Jato, é preciso realmente acreditar que o Departamento de Estado norte-americano seja uma coisa pura.

Para os que não estão em namoro com a Lava Jato, cabe lembrar um caso importante relacionado à perseguição dos jogadores de futebol. O jogador Robinho foi preso ilegalmente no Brasil por um julgamento que foi feito na Itália, como se nosso País fosse colônia do país europeu. Não há nada na lei brasileira que implicasse que o julgamento de um tribunal europeu tivesse validade no território nacional. “Ah, mas ele foi julgado”, dirão pessoas como Ladeira. Elas esquecem, no entanto, que um outro cidadão, chamado Cesar Battisti, também foi julgado pela Justiça Italiana e é reconhecidamente um preso político de um regime bastante fascista.

Essas verdades inconvenientes, que esclarecem que a posição de Ladeira é a de veneração dos grandes opressores mundiais, é o que faz com que o autor se dedique a usar os métodos sionistas contra o PCO. Em outro momento, ele deixa ainda mais clara as suas intenções, quando diz que, “em postagem no X, o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, cuja opinião deve ser seguida fidedignamente por todos os seus militantes […] [grifo nosso]”. Aqui, temos, uma vez mais, uma calúnia. De onde Ladeira tirou que as opiniões do presidente do PCO devem ser seguidas fidedignamente por todos os militantes do Partido? A calúnia, no entanto, tem um objetivo: dizer, uma vez mais, que nada do que o presidente do PCO diz deve ser levado a sério. Que, mesmo que alguém concorde com ele, isso não demonstraria a força de seu argumento, mas sim que ele obrigaria os militantes do Partido a seguir a sua opinião!

Também não faltarão exemplos, na propaganda sionista, de declarações desse tipo. Se o mundo inteiro se levanta contra o massacre dos palestinos, se o mundo inteiro chama o genocídio de “genocídio”, é por causa da manipulação da imprensa comprada pelos “terroristas” do Hamas.

O autor continua, então, caluniando o Partido:

“Sobre esta questão, vale a pena resgatar as duas maiores críticas feitas pela esquerda ao jogador, antes do atual debate sobre a PEC 3/22. Em 2020, no auge da pandemia da Covid-19, quando havia a necessidade de manter o distanciamento social para evitar a rápida propagação do novo coronários entre a população, Neymar promoveu uma festança para cerca de 500 convidados, em uma mansão em Mangaratiba (RJ). Dois anos depois, na eleição presidencial, ele declarou apoio a ninguém menos do que Jair Bolsonaro. Naturalmente, a esquerda abominou as duas posturas.

Porém, o PCO aplaudiu o Menino Ney em ambos os casos, pois também é negacionista e vive flertando com a extrema direita em busca de engajamento digital.”

O PCO não aplaudiu Neymar em nenhum dos casos. Mas uma vez mais, as calúnias servem para revelar a posição de Ladeira. O PCO não pode ser acusado de ser “negacionista” justamente porque foi o partido mais atuante durante a pandemia de coronavírus, exigindo que as autoridades públicas tomassem medidas emergenciais diante da crise sanitária. Medidas como o fim dos despejos, o fim das demissões, a testagem gratuita e ampla para toda a população, a estatização da indústria farmacêutica etc. Mas o que dá margem para o autor acusar o Partido de “negacionismo” é o fato de que o PCO, de fato, se negou a dizer para a população que a indústria farmacêutica era confiável. O PCO se negou a dizer que quem desconfiasse da vacina de empresas macabras como a Pfizer deveria ser preso. Se é a isso que o autor se refere, temos, então, mais um fato sobre o senhor Ladeira que mostra de que lado ele está na luta política.

Ladeira também insinua que o PCO seria “bolsonarista”, já que aplaudiu “o Menino Ney” quando declarou apoio a Jair Bolsonaro (PL). O problema é que ele ignora que o PCO foi o primeiro partido a propor a candidatura de Lula, antes mesmo do partido do próprio presidente. E o único a apoiá-la incondicionalmente.

A parte que é mais interessante do texto, no entanto, é quando as calúnias contra o PCO se fundem à própria concepção antidemocrática de Ladeira no que diz respeitos aos direitos individuais. Diz ele:

“[O PCO] também é negacionista e vive flertando com a extrema direita em busca de engajamento digital.”

Dizer que o PCO flerta com a extrema direita é outra vigarice, uma vez que o Partido é conhecido, nas redes sociais, como o partido que “bate no MBL” – isto é, que expulsa a extrema direita todas as vezes em que ela vem para uma manifestação da esquerda com o intuito de provocá-la. Mas quando Ladeira diz que há um “flerte”, é porque ele considera que a defesa dos direitos democráticos, que o PCO faz como nenhuma outra organização política no Brasil, seja um princípio da extrema direita, e não da esquerda. Não é possível entender de onde ele tirou tal ideia, uma vez que, na ditadura militar, a esquerda sempre defendeu o direito de greve, o fim da censura etc. A única explicação possível é que, uma vez que os bolsonaristas fizeram alguma demagogia em torno da liberdade de expressão quando seus interesses foram atingidos, Ladeira acredita que a esquerda deva abrir mão de tais princípios.

Abrir mão de seus princípios levará, como já dissemos, a apoiar os piores inimigos da esquerda. Mas há uma outra conclusão importante sobre essa questão. Ladeira também considera que as liberdades individuais não devem ser defendidas porque supostamente são as liberdades dos bolsonaristas que estão sendo atingidas. Nada poderia ser mais estúpido.

Peguemos um caso extremo para comprovar isso. A esquerda tradicionalmente é contra a pena de morte, por uma questão de princípios. Se, no entanto, amanhã aparecer alguém que tenha assassinado 40 bebês, como “Israel” já acusou o Hamas de fazer, a esquerda deveria, então, passar a apoiar que o Estado possa assassinar uma pessoa? É óbvio que não. Não se pode fazer política de acordo com a cara do freguês, como se estivéssemos em uma feira do troca. Defender tal coisa é defender a mais completa barbárie política.

Não bastasse todos os casos acima em que ficou comprovado que Ladeira está sempre com a posição mais pró-imperialista possível, cabe uma última questão. Se Ladeira dedicou um artigo inteiro para caluniar o PCO, para acusar o Partido daquilo que não fez ou não disse, é porque há uma intenção. A desonestidade não é gratuita, o autor está interessado, conscientemente, em combater o Partido. Mas fica a pergunta: o senhor Ladeira, que é tão “antibolsonarista” ao ponto de fazer uma frente com uma atriz bolsonarista, poderia responder qual é o partido que, hoje, mais leva adiante uma luta contra o bolsonarismo no Brasil? A resposta é simples: o PCO, na medida em que luta em defesa incondicional do povo palestino, está em choque com o sionismo, o imperialismo e o bolsonarismo.

Ladeira, ao sair furiosamente em campanha contra o Partido, está, acima de tudo, revelando de que lado está.

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