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América Latina

Esquerda deve se unir a Maduro na luta contra o golpismo

A prisão de González não é um ato arbitrário ditatorial, como querem fazer crer os governos submissos e a propaganda imperialista, mas um passo importante para encerrar o golpe

A decisão da Justiça venezuelana de pedir a prisão do notório golpista Edmundo González Urrutia, candidato derrotado do imperialismo às eleições gerais ocorridas em julho, gerou uma reação do imperialismo, que, com isso, reforçou a mobilização golpista contra a república bolivariana. Os EUA, a União Europeia e nove países latino-americanos (Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai) rejeitaram conjuntamente a decisão. As acusações contra González Urrutia incluem “desobediência às leis”, “conspiração”, “usurpação de funções” e “sabotagem”.

O chefe da diplomacia norte-americana para a América Latina e o Caribe Brian Nichols, condenou o que chamou de “ordem de prisão injustificada”. Em comunicado publicado na rede social X, Nichols declarou que, “em vez de reconhecer sua derrota eleitoral e se preparar para uma transição pacífica na Venezuela, Maduro agora ordenou a detenção do líder democrático que o derrotou de forma esmagadora nas urnas”.

Seguindo a mesma orientação política, o chefe da diplomacia europeia e notório defensor do nazismo ucraniano Josep Borrell rejeitou, “categoricamente”, a decisão da Justiça venezuelana, pedindo às autoridades do país sul-americano que “respeitem a liberdade, a integridade e os direitos humanos” de González Urrutia. Dito por alguém que defende a manutenção de um governo que não foi eleito na Ucrânia, poderia ser piada, mas fica pior.

Na América Latina, nada menos que Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai também expressaram rejeição “de maneira inequívoca e absoluta” o pedido de prisão contra González. Esse espetáculo de cinismo atinge novos patamares quando vemos países como Equador e Argentina, cujas ditaduras escancaradas tornam qualquer discurso sobre “democracia” uma piada de mau gosto.

No Equador, o governo, de tão anti-democrático, invadiu embaixadas estrangeiras, violando todas as normas internacionais. A recente eleição de Daniel Noboa não passou de um golpe de Estado disfarçado, marcado por assassinatos políticos e uma atmosfera de completo descontrole.

Já na Argentina, a ditadura fascista está às claras: o governo reprime duramente manifestações e tenta até proibir reuniões públicas. A simples presença desses regimes entre os que clamam por “democracia” revela o tamanho da farsa. Eis a conjuração de países encabeçando a “Santa Aliança” contra o governo nacionalista de Maduro.

Nos Estados Unidos, o país que mais intervém e patrocina golpes pelo mundo, a situação não é melhor. A eleição de Joe Biden foi uma fraude escandalosa, recheada de irregularidades que destroem qualquer pretensão de legitimidade. É um país que deveria ser o último a pregar sobre “eleições limpas”.

Em contraste, o governo venezuelano goza de um respaldo popular muito maior do que os de todos esses países mencionados, incluindo os EUA e os principais países da União Europeia. Não é difícil perceber que a campanha contra Maduro é movida por interesses imperialistas, e não por preocupações com “democracia” ou “direitos humanos”.

A reação do imperialismo em defesa de González não é surpreendente, dado o histórico desse serviçal de longa data, que, longe de ser um “opositor democrático”, é um notório agente da ditadura mundial na América Latina, envolvido diretamente em ações repressivas e antidemocráticas durante as ditaduras patrocinadas pelos EUA no continente.

Apresentado pela imprensa imperialista como um “democrata” injustamente perseguido, Edmundo González tem uma trajetória manchada de sangue. Durante a ditadura militar em El Salvador, ele, junto com o então embaixador venezuelano Leopoldo Castillo, coordenou e financiou operações de repressão brutal contra a esquerda, sendo responsável por incontáveis crimes contra o povo salvadorenho e recebendo a alcunha de “anjo da morte” devido ao seu papel destacado na função. Esse é o “democrata” do imperialismo.

Na Venezuela, o grupo político de González vem realizando atos de terror contra a população, desde o espancamento de simpatizantes do chavismo em praça pública aos incêndios em hospitais e mais recentemente, ataques à rede energética venezuelana, responsáveis por apagões.

A prisão de González, portanto, não é um ato arbitrário de uma “ditadura” venezuelana, como querem fazer crer os governos submissos e a propaganda imperialista. Pelo contrário, trata-se de uma medida necessária para proteger a Venezuela de uma escalada ainda maior do golpismo e da subversão promovidos pelo imperialismo. As reações de repúdio vindas dos EUA e de outros governos da região são apenas mais um sinal, indicando que a Venezuela continua sendo alvo de uma campanha coordenada para desestabilizar e derrubar o governo legitimamente eleito.

Neste cenário de pressão imperialista, é crucial que a esquerda se mobilize em defesa da soberania venezuelana e contra a intervenção estrangeira. A prisão de Edmundo González é um passo importante para desorganizar os golpistas e por um fim aos ataques que sofre a Revolução Bolivariana, que não tem outro interesse além de submeter a Venezuela aos interesses de potências estrangeiras.

Todos os países que criticam a Venezuela e mesmo o Brasil, que não participou do ataque mas auxilia a campanha pela vacilação do governo Lula, fez muito pior contra pessoas que fizeram muito menos do que González, Machado e toda a corja golpista venezuelana. É um momento decisivo para intensificar a luta pela soberania e autodeterminação dos povos da América Latina, resistindo ao avanço do fascismo e do imperialismo em nosso continente.

A esquerda deve se unir, em todo o continente, em apoio a Maduro e contra os ataques que a República Bolivariana vem sofrendo. O que acontece na Venezuela é problema dos venezuelanos e de mais ninguém, menos ainda do imperialismo, que deveria garantir um regime democrático em seus próprios países antes de se propor a ditar regras aos países atrasados.

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