Não é do feitio dos burocratas serem muito criativos. É preciso, no entanto, reconhecer que o inistro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não sofre desse mal.
Imbuído da missão de perseguir todos aqueles que contrariam os interesses do grande capital, o “Xandão do STF” vem se mostrando capaz de, a cada dia que se passa, inventar uma nova estripulia para conseguir driblar a Lei. As mais recentes delas foram as promovidas contra o dono da plataforma X, Elon Musk, uma vez que a política de censura da plataforma não está de acordo com os mandamentos dos chefes de Moraes.
Para tentar enquadrar o X de todas as formas possíveis na política de censura da Rede Globo e do grande capital, Xandão tentou de tudo. Chegou até a ameaçar de prisão os funcionários da empresa de Musk. Não surtiu efeito: o bilionário sul-africano preferiu fechar as portas da empresa no Brasil que ceder às chantagens do ministro careca.
Em reação, Moraes decidiu intimar o próprio Elon Musk pelo… X! Isto mesmo, inventou a intimação por rede social. Mas não está aí a única ilegalidade: Xandão não poderia intimar Elon Musk, seja pelo X, seja por qualquer outro meio, porque ele não é o chefe executivo da empresa, mas apenas o seu dono.
Na intimação, mais uma novidade sinistra: Moraes ainda prometeu derrubar o X caso Musk não indicasse um representante legal no Brasil. Isto é, caso Musk se negasse a cumprir a intimação tosca de Moraes, o ministro do STF irá punir 9,3 milhões de usuários, em um caso de censura sem precedentes na história brasileira.
Uma vez mais, Musk não cedeu. E a resposta de Moraes? Sequestrar os cofres de outra empresa de Musk, que nada tem a ver com o X: a empresa de satélites Starlink.
Esse breve histórico das arbitrariedades de Moraes mostra claramente como é a sua atuação. O ministro, muito longe de defender a Constituição, é uma fábrica de leis criadas por sua própria cabeça com o único objetivo de perseguir aqueles que seus patrões mandarem. Não há diferença entre Moraes, que faz qualquer coisa para tentar incriminar e punir aquele com quem tem divergências, que um general da ditadura militar.
Ou melhor, há diferença. No caso de Xandão, há um setor da esquerda que o aplaude porque supostamente ele age em nome do “combate ao bolsonarismo”. Fato é que o bolsonarismo não para de crescer. E, enquanto isso, cresce também os poderes de Xandão para perseguir qualquer um no Brasil. Não há como isso acabar bem para a esquerda.