Segundo estudo feito pelo Observatório da Branquitude, o qual utiliza dados do Censo Escolar 2021, escolas públicas nas quais a maioria dos alunos é negra apresentam uma estrutura pior que nas unidades onde a maior parte dos estudantes é branca. O levantamento fala de “estrutura” no que diz respeito à existência de bibliotecas, laboratórios, quadra de esportes e rede de esgoto.
Em relação a esses quatro pontos, o estudo mostra que 55,29% das escolas majoritariamente brancas possuem biblioteca, 74,69% possuem laboratório de informática, 80,33% possuem quadra de esportes e 72,28% possuem rede de esgoto. Já em relação às instituições de ensino de maioria negra, estes índices diminuem, respectivamente, para 49,8%, 53,1%, 51,79% e 56,56%.
O dado mais significativo do levantamento, entretanto, é o seguinte: nas escolas de maioria negra, três em cada quatro estudantes (75%) possuem renda familiar mensa entre 1 e 1,5 salário mínimo. Nas escolas de maioria branca, por outro lado, 88% dos alnos estão na faixa socioeconômica que diz respeito às famílias que possuem renda mensal acima de cinco salários mínimos.
Ou seja, fica claro que o problema é, antes de tudo, um problema de classe, e não de raça. A confusão acontece porque, no Brasil, a maioria da população é negra, o que faz com que a maioria dos negros seja, consequentemente, pobre, já que a maioria da população brasileira é pobre.