Em novembro de 2023, a professora de inglês de Mohammed na Baldi Middle School, Caroline Yang, junto com as professoras Emily Antrilli e Jordan Kardasz, perceberam que alunos muçulmanos e palestinos precisavam de um espaço seguro para se expressarem. Yang abriu sua sala de aula após o horário escolar, enquanto a guerra em Gaza tinha mais de um mes.
Os estudantes decidiram fazer cartazes. Um deles listava os nomes de crianças palestinas mortas por soldados israelenses. Outro exibia uma pomba entre as bandeiras de “Israel” e da Palestina. Alguns cartazes traziam slogans como “Fim do apartheid,” “Isso não é guerra, é genocídio,” e “Do rio ao mar, a Palestina será livre.” Alguns continham marcas de mãos vermelhas, enquanto outras exibiam as cores da bandeira palestina: vermelho, branco, verde e preto.
As professoras colocaram os cartazes, junto com uma bandeira palestina, no espaço comum da escola em 17 de novembro de 2023. Ela acompanharia as bandeiras de mais de 30 outras nações, incluindo a de “Israel”. Porém, dentro de uma hora, antes mesmo das aulas começarem, a escola removeu os materiais, segundo as professoras.
Rapidamente, os cartazes se tornaram o centro de acusações de preconceito contra palestinos, árabes e muçulmanos, bem como de antissemitismo. Quando o ano letivo terminou no verão passado, as consequências atingiram tanto alunos quanto professores. Alguns pais decidiram retirar seus filhos da escola. As três professoras deixaram seus empregos e decidiram entrar com uma denúncia federal por violação de direitos civis.
Um mês após os cartazes e a bandeira serem colocados e removidos, o diretor recomendou que o distrito suspendesse as professoras por cinco dias sem remuneração e as transferisse para outras escolas. A investigação subsequente, concluída em abril, confirmou as medidas disciplinares, embora, ao final do processo, a recomendação de transferência de Kardasz tenha sido revogada.
Em maio, com um mês restante para o fim do ano letivo, as autoridades do distrito ordenaram que as professoras parassem de lecionar e trabalhassem de casa. Antes que as suspensões fossem impostas, todas as três professoras pediram demissão, alegando que não se sentiam capazes de ser boas educadoras nas circunstâncias atuais.