Brasil

Enquanto identitários comemoram cotas, negros morrem de fome

Política identitária serve apenas para mascarar a situação real dos negros no País, submetidos a flagelos como a fome

A LATAM Brasil contratou 438 novos comissários, destacando amplamente que quase 50% deles foram negros. Segundo a propaganda identitária, trata-se de uma mudança de “paradigma” na sociedade, que começa a enxergar sem as lentes do “racismo”. A ação da LATAM seria, assim, exemplar, um compromisso com a diversidade, que contribui para o progresso do negro e o fim do racismo sistêmico.

O identitarismo retira do negro a responsabilidade pela sua própria libertação, como população oprimida pelo estado e transfere para própria burguesia, os responsáveis pela opressão do negro. É a iniciativa da burguesia que libertará o negro, dela mesmo diríamos. Assim, a propaganda identitária não é mais que um ode a grande burguesia e ao imperialismo que são os propagadores dessas ideias.

É uma operação de propaganda, obviamente que a grande burguesia e o imperialismo não pode promover a igualdade entre negros e brancos sem abalar profundamente seus interesses econômicos. O que se dá é uma propaganda no sentido de angariar certo apoio para si de uma camada da população negra, que, entroca de seus interesses matérias imediatos, apoia a burguesia. A massa da população negra oprimida continua absolutamente na mesma situação e, não raras vezes, em situação ainda pior.

No Brasil, em que as ideias identitárias ganharam certo peso e a própria imprensa capitalista as veiculam, onde os movimento identitarismo comemoram cada ação afirmativa das empresas e do Estado, que atingem uma ínfima e privilegiada parcela da população negra, onde a repressão contra a fala “racista” é duríssima, a situação da população negra pobre, oprimida não evolui.

Relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades, publicado no final de agosto, mostrou que a “insegurança alimentar” (um eufemismo para fome) é maior entre os negros. Pelo menos 12,5% das mulheres negras passam fome no País, seja de forma moderada ou grave, isto é, 12,5% das mulheres negras não apenas são pobres, número muito maior, como não tem o que comer, estão morrendo de fome literalmente. Também entre os homens se manifesta a mesma tendencia, 12,3% encontram-se atingidos pelo flagelo, contra 5,5% dos homens de outras raças.

O fato mostra claramente os objetivos do identitarismo, enquanto os negros morrem de fome, os identitarismo pequeno-burgueses comemoram suas próprias “conquistas”. Quanto maior a campanha identitária, mais difícil é a situação do povo negro pobre e oprimido. O identitarismo permite mascarar essa situação, assim como apresentar os responsáveis pela tragédia como aliados e até libertadores deste setor da população.

É preciso denunciar essa farsa completa e nefasta do identitarismo. A luta dos negros por direitos é necessariamente a luta contra a burguesia que os oprime e explora.

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