A criminosa empresa Enel, que já vem provocando apagões em diversos pontos da cidade de São Paulo, dessa vez deixou no escuro o coração da capital Paulista. Desde o início da última semana os bairros da República, Santa Cecília, Vila Buarque, Higienópolis e Bela Vista, na região central, sofreram apagões que levaram até três dias para serem normalizados.
Edifícios que são verdadeiros ícones paulistanos como o COPAN e Edifício Itália, no bairro da República, ficaram completamente apagados.
“Eu estou trabalhando usando a bateria que tem no meu notebook e roteando a internet do meu celular, só que isso não vai durar muito tempo. Eu não posso nem ir trabalhar presencialmente, porque a empresa, que é na frente do meu prédio, também está sem luz. Então, não sei o que eu vou fazer”, disse o corretor de imóveis Gabriel Marino, morador do edifício COPAN.
Os prejuízos são imensuráveis. Às 18 horas de quinta-feira, a avenida São João, uma via arterial fundamental no deslocamento pela cidade, estava no mais absoluto breu.
À exceção de pouquíssimos estabelecimentos que contavam com a ajuda de geradores a diesel,o que custa muito caro para ter acesso, todos os outros tiveram que fechar as portas ou atender de forma precária uma quantidade reduzida de clientes amargando perdas financeiras que chegam a dezenas de milhares de reais.
“Somando vendas físicas, entrega e alimentos estragados, estou contando perder uns R$ 5.000 por dia”, relatou o comerciante Marcelo Souza, dono de um restaurante na região da Vila Buarque. Outra comerciante na rua Dalva Campos, disse enquanto via derreter os sorvetes e picolés da sua loja: “a situação é desesperadora. Tá tudo perdido, não tem como vender depois.”
É uma situação completamente absurda que no coração da cidade mais importante do País e uma das mais ricas do mundo, falte energia elétrica por dias a fio. Isso já é motivo mais do que suficiente para reverter a privatização das empresas públicas de energia.
Não é possível ficar refém de uma empresa privada que obtêm lucros bilionários, como na Enel, que apenas no último ano chegou a R$1,41 bilhão de reais, enquanto sucateia um serviço fundamental para a sobrevivência da cidade e da população.
É preciso exigir imediatamente a reestatização de todo o serviço de energia, desde a produção até à distribuição.