Apesar da boa vontade e flexibilidade demonstradas pelos negociadores da Resistência Palestina, representados pelo Hamas, nas negociações que estão se desenrolando há vários meses e, agora, com a intermediação do Egito e do Catar, “Israel” faz jogo duríssimo e não quer ceder nada. Na verdade, o Estado sionista não abandona seu projeto genocida de expulsão completa dos palestinos de suas terras ou morte total desse povo autóctone.
O sítio de notícias árabe, Al Mayadeen, teve acesso a um informante anônimo da Resistência Palestina que disse que as negociações entre “Israel” e o Hamas estão em um impasse, porque a contraproposta atual de “Israel” é inaceitável para os palestinos.
O Hamas cedeu na questão da troca de reféns, demonstrando seu desejo de chegar a uma negociação razoável, aceitando um número menor de reféns palestinos por cada um dos reféns israelenses. Os sionistas, no entanto, em nenhum momento das negociações aceitaram a proposta de um cessar-fogo permanente, conforme explicado pelo informante palestino.
Quanto aos refugiados e deslocados da Faixa de Gaza, a proposta de “Israel” ao Hamas foi recusada peremptoriamente pelos palestinos: dos 800 mil palestinos, deslocados de Gaza, o Estado sionista propôs que apenas 60 mil teriam seu retorno garantido. Mesmo assim, ficariam em tendas, no norte, e sob a custódia da ONU.
O Hamas exige que todos possam voltar aos seus locais de origem, mesmo que tenham sido destruídos pelos bombardeios das “Forças de Defesa de Israel”. O Hamas exige também o retorno da Agência da ONU para ajuda aos refugiados de guerra (UNRWA, na sigla em inglês) à Gaza e à Cisjordânia, o que “Israel” não quer aceitar. Outra exigência da Resistência Palestina, a retirada do exército de “Israel” da Faixa de Gaza, tem sido ignorada pelos negociadores sionistas.
“Israel” vive uma gigantesca crise interna, com a tentativa do governo de aprovar no parlamento uma lei que obrigaria os judeus ortodoxos, os “haredim”, a se alistar e servir o exército de “Israel”. Esses judeus ortodoxos foram tradicionalmente dispensados do serviço militar por “objeção de consciência”; mas devido ao grande êxodo de israelenses desde o início da guerra, mais de 350 mil já deixaram o país artificial, o exército de sionista passa por uma grave crise de falta de pessoal. Netanyahu precisa ganhar tempo. (ver Crise no governo Netaniahu aumenta).
No plano externo, o Hamas comemorou a recente decisão do Conselho de Segurança da ONU que aprovou um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O apoio dos povos árabes em toda a região está cada vez mais forte e concreto. A posição estratégica e firme do Iêmen, controlando o tráfego de embarcações no Mar Vermelho, é outro trunfo da Resistência Palestina. Já nos EUA, patrocinador do genocídio contra o povo palestino, o povo mostra-se cada vez mais consciente e ativo no repúdio ao genocídio, assim como em muitos países europeus, há muita movimentação em apoio aos palestinos.
O Hamas, apoiado pela imensa maioria do povo palestino, continua firme e decidido a se livrar da opressão sionista contra os palestinos, que já dura por mais de 100 anos. “Israel”, com seu projeto de apartheid sionista, expôs, desde a operação “Dilúvio de Al Aqsa”, em 7 de outubro de 2023, todo seu caráter racista e monstruoso ao mundo inteiro. O planeta todo assiste perplexo, angustiado e em grande revolta, à maior carnificina contra civis indefesos já vista em tempo real, graças à internet, na Faixa de Gaza, com muitos ataques e combates ocorrendo também na Cisjordânia ocupada.




