Os EUA estão pressionando blocos parlamentares do Líbano para redigir uma lei que vise estender o mandato do chefe do exército libanês apoiado pelos EUA, Joseph Aoun, por um ano. A denúncia foi feita pelo jornal Al-Akhbar.
“A embaixadora dos EUA em Beirute, Lisa Johnson, falou muito francamente com as forças políticas sobre isso, pedindo uma sessão para votar a extensão”, informou o diário libanês em 5 de novembro.
Segundo o relatório, o governo do primeiro-ministro interino Najib Mikati está “se distanciando” da ideia de estender o mandato de Aoun, e o ministro da Defesa libanês, Maurice Slim, pode contestar a proposta.
O presidente do Parlamento, um aliado do Hesbolá e líder do Movimento Amal, Nabih Berri, disse: “ainda não sabe se os deputados de [seu partido] votarão, como no passado, no projeto de lei que prevê a extensão dos mandatos dos comandantes dos serviços militares e de segurança”.
Berri analisou uma proposta para a lei apresentada pelo deputado George Adwan, do partido Forças Libanesas (FL), apoiado pelos EUA, segundo o relatório. Berri recebeu o general Aoun em 4 de novembro em sua residência em Beirute, em Ain al-Tineh, onde discutiram a questão do deslocamento no Líbano e os desdobramentos atuais relacionados à guerra de “Israel” contra o país.
Enquanto isso, o chefe do exército está “agindo como se estivesse acima de todos”, confiando na “imunidade dos EUA,” e está “convencido de que os norte-americanos pressionarão [o Líbano] para aprovar a extensão de seu mandato,” escreveu o Al-Akhbar.
Alguns dos assessores do chefe do exército o aconselharam a abordar os blocos parlamentares libaneses com ideias para incluir outras questões na lei de extensão – para evitar contestações.