Na contramão da política de toda a esquerda brasileira, o Partido da Causa Operária (PCO), em sua 37ª Conferência Nacional, decidiu votar nulo no segundo turno das eleições municipais de 2024.
A política de frente ampla, adotada pela esquerda pequeno-burguesa nas últimas eleições, revelou-se um completo desastre. Os resultados do primeiro turno das eleições municipais mostraram que o apoio aos inimigos do povo, em vez de frear o avanço da extrema direita, está causando o desaparecimento da esquerda enquanto força política.
Partidos que são abertamente bolsonaristas, como o PL e o Republicanos, tiveram um resultado espetacular. Enquanto isso, os “aliados” da esquerda, que seriam de uma suposta direita “moderada”, como PSDB, PDT, Cidadania, Rede e PV, retrocederam.
A esquerda está a caminho de sua dissolução porque decidiu abrir mão da luta política contra a extrema direita. Em São Paulo, por exemplo, o PT não lançou candidato próprio e optou por apoiar Guilherme Boulos (PSOL). Boulos, que é paparicado pela imprensa burguesa, já demonstrou ser um traidor da esquerda, uma figura diretamente ligada ao golpe de Estado de 2016. Da mesma forma, na segunda maior cidade do País, o Rio de Janeiro, a esquerda decidiu declarar apoio a um candidato notoriamente de direita, o atual prefeito Eduardo Paes (PSD).
Estamos diante de um cenário de catástrofe política, onde os “aliados” do PT são, na verdade, neoliberais comprometidos com políticas de direita. A política de frente ampla, ao invés de fortalecer a esquerda, só resultou em alianças com neoliberais que não têm o menor interesse em apoiar a classe trabalhadora.
A esquerda se verá em uma situação cada vez mais delicada caso não rompa definitivamente com a atual política de alianças. Neste sentido, em oposição à pressão em torno do apoio ao “mal menor”, a esquerda deve rejeitar as alianças com os inimigos do povo e levantar as suas próprias bandeiras. É preciso, portanto, defender o voto nulo, como forma de protestar contra o sistema eleitoral antidemocrático e contra a política desastrosa da esquerda que a colocou a reboque de seus inimigos.