A recente fuga de Edmundo González, amplamente propagandeada pela imprensa imperialista, é cercada de mentiras e distorções. Como era de se esperar, a Folha de S. Paulo e outros órgãos de comunicação pró-imperialistas insistem em apresentar a retirada de González para a Espanha como resultado de um “cerco” à embaixada argentina em Caracas. No entanto, é preciso ser claro: essa versão é uma fantasia. A verdadeira razão por trás da fuga de González estava relacionada à sua já evidente intenção de evadir a justiça venezuelana, que há muito tinha expedido um mandado de prisão contra ele. O fascista, conhecido como “Anjo da Morte” pela esquerda hondurenha, já tinha organizado sua saída, passando dias entre embaixadas de países europeus — primeiro a Holanda e depois a Espanha — muito antes do suposto cerco que a imprensa tenta transformar no grande vilão da história.
A proteção dada a González por essas embaixadas não é uma surpresa. É o imperialismo europeu, sempre pronto a apoiar seus agentes na América Latina, que se posiciona como defensor dos “opositores políticos” quando, na verdade, estão protegendo sabotadores de um governo legítimo. González, envolvido diretamente nas mobilizações golpistas contra o governo de Nicolás Maduro, é o exemplo perfeito de como esses interesses imperialistas atuam de forma sincronizada para desestabilizar governos que não se dobram aos monopólios internacionais.
A Folha, claro, prefere ignorar fatos como esses. Escolhe focar na suposta “fuga” de última hora e no “cerco” à embaixada argentina como se fosse esse o ponto central da saída de González. O próprio histórico de suas movimentações diplomáticas entrega a farsa dessa versão.
A passagem do golpista por representações da Holanda e da Espanha, já mostra que sua fuga estava planejada. Ele sabia que não escaparia impune da justiça venezuelana por seu envolvimento nas tentativas de golpe contra Maduro. A imprensa, no entanto, prefere proteger González, blindando seu nome e suas ações.
A comparação com outros episódios na América Latina é reveladora. No Equador, por exemplo, o presidente Daniel Noboa ordenou a invasão da embaixada mexicana para capturar opositores políticos, e, curiosamente, não foi rotulado de “ditador” pela imprensa imperialista. Maduro, por outro lado, não invadiu a embaixada argentina, mesmo diante de um claro agente golpista abrigado ali. Essa diferença de tratamento expõe a hipocrisia dos jornais e das potências imperialistas: quem eles apoiam nunca é rotulado como autoritário, ainda que invadam embaixadas ou persigam opositores políticos. Mas um presidente como Maduro, que resiste ao cerco econômico e político, é chamado de ditador sem hesitação.
A crise venezuelana, resultado de uma imensa pressão externa, é continuamente agravada pelo imperialismo, e aqui é importante destacar o papel do Brasil sob o governo de Lula. A política pró-imperialista do presidente brasileiro não só mantém a crise, como facilita a intervenção externa em países que ousam seguir um caminho de independência. Lula, ao contrário de adotar uma postura de solidariedade com a Revolução Bolivariana, alinha-se aos interesses dos monopólios internacionais, colaborando para que a situação no país vizinho se deteriore ainda mais. A retórica de “mediação” e “paz” é apenas uma máscara para a verdadeira intenção: manter a Venezuela de joelhos perante o imperialismo.
A imprensa imperialista e os governos cúmplices no cerco a Maduro nunca reconhecerão a realidade por trás da fuga de González. Para eles, o importante é alimentar a propaganda de que a Venezuela está sob um regime opressor, enquanto escondem o papel decisivo do imperialismo na sabotagem econômica e política do país. González é apenas mais uma peça no jogo sujo que busca desestabilizar o governo venezuelano e, por extensão, a Revolução Bolivariana.
A única solução possível para a Venezuela é avançar contra os sabotadores internos e externos. A burguesia venezuelana, alinhada aos interesses imperialistas, continua a agir como agente de desestabilização, colaborando com o cerco econômico e promovendo a sabotagem constante. É necessário, portanto, que a Revolução Bolivariana avance para um novo estágio: a expropriação completa da burguesia e a constituição de um Estado operário pleno, capaz de resistir às investidas imperialistas de maneira decisiva.
Esse é o único caminho possível para garantir a soberania da Venezuela e a continuidade do processo revolucionário iniciado por Hugo Chávez. Enquanto agentes como González continuarem sendo protegidos por países europeus e pela imprensa imperialista, será necessário intensificar a luta interna, rompendo de uma vez por todas com os elementos que sabotam o progresso do país e perpetuam a crise. Somente a expropriação da burguesia, que age como marionete do imperialismo, poderá consolidar o Estado operário e garantir que a Revolução Bolivariana siga avançando.
Essa é a tarefa histórica colocada diante do povo venezuelano e de seu governo legítimo. E é por isso que a verdade precisa ser dita, contra as mentiras e distorções da imprensa imperialista, que jamais aceitará a independência de um país que desafia os interesses do capital internacional. O caso de González, assim como tantos outros, demonstra a necessidade urgente de não ceder um milímetro diante das pressões externas, mas sim de avançar com todas as forças para o aprofundamento da Revolução Bolivariana.