Prevista para durar quatro dias, a convenção do Partido Democrata norte-americano teve início nessa segunda-feira (19). Realizada no United Center em Chicago, o evento contou com a presença de diversos quadros do partido, incluindo: Hillary Clinton, a congressista Alexandria Ocasio-Cortez e o presidente Joe Biden. O primeiro dia de convenção também foi marcado por manifestações pró-Palestina e contra a política do Partido Democrata.
A principal fala da segunda-feira foi a do presidente Joe Biden, marcado pela hipocrisia e por suas mentiras. Anunciado ao palco por sua esposa e sua filha, o genocida entrou no palco em lágrimas.
Biden exaltou suas “realizações” durante seu tempo na Casa Branca e condenou o racismo nos Estados Unidos, dizendo que não havia lugar para isto em sua nação. O curioso é que ele próprio, durante uma entrevista em fevereiro deste ano, havia afirmado ser um sionista, ou seja, partidário de uma ideologia racista que persegue e assassina palestinos.
Durante sua fala, Biden também atacou o ex-presidente Donald Trump, chamando-o de perdedor e o acusando de deixar a OTAN em “frangalhos”. Ao mesmo tempo, chamou Putin de “ditador” e disse que Trump havia se subordinado ao presidente russo.
“Graças a vocês, tivemos um dos quatro anos de progresso mais extraordinários de todos os tempos. Quando falo ‘nós’, quero dizer Kamala e eu”, disse Biden. Se progresso extraordinário significar assassinato indiscriminado, o presidente americano está correto. Durante os 4 anos de governo Joe Biden bombardeou a Somália, foi vergonhosamente expulso do Afeganistão, foi o maior impulsionador da guerra contra o povo russo e promoveu o assassinato de mais de 40.000 palestinos.
Porém, a parte mais destacada de seu discurso foi sua “passada de bastão” para Kamala Harris. O presidente dos EUA disse ter acertado em escolher Harris como vice-presidente e que ela é “forte, experiente e tem uma enorme integridade”.
As saudações à candidata continuaram ao longo da noite. Hillary Clinton também discursou durante o evento. Primeiramente, prestou tributo à Biden como “campeão da democracia” e por ter trazido “dignidade, decência e confiança de volta à Casa Branca”. A ex-candidata, agradando os identitários, declarou que a vitória de Harris seria um passo para o futuro e que sua mãe e avó estariam orgulhosas de ver uma mulher neste cargo.
A congressista Alexandria Ocasio-Cortez proferiu talvez uma das maiores mentiras ditas no primeiro dia da convenção democrata. Ao saudar Kamala, Cortez disse que a candidata a presidência estava “trabalhando incansavelmente para garantir um cessar-fogo em Gaza e trazer os reféns para casa”. Cortez também atacou o ex-presidente Donald Trump, acusando-o de trabalhar apenas para Wall Street, esquecendo-se do fato de que a candidatura de Biden, assim como a de Kamala, foram amplamente aplaudidas e apoiadas por Wall Street.
A campanha de Harris teve um dos investimentos mais rápidos da história americana. Em apenas um mês sua campanha arrecadou US$500 milhões. Segundo o jornal Reuters, em apenas dois semanas Harris já havia arrecadado mais de 200 milhões de dólares. Somando à arrecadação de Biden, a campanha democrata arrecadou mais de um bilhão de dólares. Para título de comparação, durante o mês de julho, Harris havia arrecadado 377 milhões de dólares, enquanto Trump havia arrecado apenas US$137 milhões e possuía um total de arrecadação de US$327 milhões.
Para além dos discursos proferidos durante a convecção do partido Democrata, o dia foi marcado por um protesto pró-Palestina na cidade de Chicago. Milhares de manifestantes marcharam nos arredores do evento contra a política do governo Biden-Kamala.
“Somos a favor do assassinato em massa de bebês ou somos contra? Para mim, é uma equação bem simples”, disse um manifestante, Rich Barnes, à emissora catariana Al Jazeera.
Apesar do ato pacífico, 13 pessoas foram presas durante a manifestação. Segundo a polícia, 10 dessas prisões foram feitas quando um grupo de manifestantes adentraram o perímetro de segurança da convenção.