Depois dos banqueiros do Santander e do Bradesco apresentarem os seus lucros, agora foi a vez dos banqueiros do Banco Itaú/Unibanco, que acabaram de apresentar os seus números correspondentes ao primeiro trimestre de 2024.
No seu demonstrativo financeiro, o Itaú apresentou mais um estrondoso lucro, cujo lucro líquido, somente no 1º trimestre de 2024, foi de R$9,771 bilhões, alta de 15,8% em relação ao mesmo período de 2023 e de 3,9% em relação ao trimestre anterior, que atingiu a bagatela de R$9,401 bilhões.
Mas, uma questão que chama muita a atenção é que esse extraordinário lucro do Itaú/Unibanco se dá em meio a uma onda de demissões jamais vista nos últimos anos.
Segundo dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em fevereiro de 2024, os banqueiros do Itaú/Unibanco jogaram no olho da rua, somente nos últimos 12 meses, 3.561 trabalhadores, com 216 agências fechadas em todo o território nacional.
Este dado é uma prova do que efetivamente vem acontecendo nos bancos. Enquanto que meia dúzia de banqueiros parasitas lucram absurdos, a categoria bancária come o pão que o diabo amassou através do desemprego, arrocho salarial, aumento da carga de trabalho etc.
Com a diminuição do número de efetivos bancários, aqueles que permanecem no emprego passarão a realizar as tarefas de três ou mais trabalhadores. A consequência disso é que a categoria bancária ocupa hoje o topo da lista de casos de adoecimento laboral, principalmente em doenças relacionadas a problemas psíquicos – estresse, depressão, síndrome de pânico, dentre outras. O excesso de serviço e a política dos banqueiros de assédio moral, para que o trabalhador cumpra as metas de vendas de produtos estabelecidas pelos patrões, tem levado o bancário, literalmente, à loucura.
O caso do Banco Itaú/Unibanco não é um isolado. Como foi dito, o Bradesco e o Santander também, recentemente, apresentaram os seus demonstrativos financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2024 e, da mesma forma que o Itaú, apresentaram os seus gigantescos lucros e número de trabalhadores que eles dispensaram nesse período.
O Bradesco, nos últimos 12 meses, eliminou, definitivamente, 578 postos de trabalho e fechou 151 agências em todo o País. Somente no trimestre anterior ao ano de 2024, foram 588 demitidos.
No Santander, no trimestre anterior, foram 400 postos de trabalho encerrados definitivamente e, no ano de 2023, o banco fechou 374 pontos de atendimento (agências físicas, postos de atendimento bancário e lojas).
Diante de toda essa situação pela qual passa a categoria bancária, a única forma de barrar essa ofensiva reacionária dos banqueiros, arrancar as suas reivindicações e dar um basta às demissões é unificar os trabalhadores bancários e preparar uma contra-ofensiva através de um forte movimento.
Os bancários já se preparam para a sua Campanha Salarial, cuja data base da categoria é no mês de setembro. Em junho, está marcado o Congresso dos Bancários, onde serão debatidas e definidas as reivindicações e a preparação das mobilizações para o enfrentamento com os banqueiros.