Editorial

Eleições na Europa mostram fracasso da frente ampla

Na França e na Inglaterra, a frente capituladora da esquerda com o imperialismo mostra a ineficiência dessa política para combater a extrema-direita

Recentemente, ocorreram as eleições na França e na Inglaterra, que elegeram os parlamentares para o próximo período. Nos dois casos, a esquerda pequeno-burguesa comemorou a suposta vitória da esquerda. No entanto, a realidade passa longe disso. A tese que esse setor defende é a de união com todos os supostos democratas, incluindo a direita golpista e pró-imperialista, para derrotar a extrema direita.

Na Inglaterra, ganhou o candidato social-democrata Keir Starmer. Ele era promotor público, profissão na qual raramente se encontra um esquerdista, por mais direitista que seja. Enquanto tal, foi uma peça-chave na perseguição a Julian Assange e na proposta de extraditá-lo para os Estados Unidos. Apenas isso já mostra que esse é um político pró-imperialista, invalidando a tese dos esquerdistas.

No entanto, o currículo dele é ainda pior. Após a crise do Brexit, ele operou um verdadeiro golpe para retirar Jeremy Corbyn, da ala mais esquerdista, da presidência do partido e, em seguida, expulsou o próprio Corbyn e vários de seus apoiadores. Ou seja, quem ganhou na Inglaterra foi um verdadeiro criminoso político mais perigoso que a própria extrema direita – ironicamente, em nome da luta contra a extrema direita.

Na França, a capitulação e a demonstração do fracasso dessa política é ainda mais evidente. Primeiro, os defensores da frente ampla comemoraram a vitória da Nova Frente Popular (NFP) francesa e argumentaram que essa era uma frente de esquerda. Porém, o Partido Socialista francês não é de esquerda, mesmo que tenha setores esquerdistas dentro dele. Para exemplificar, foi esse partido que iniciou a guerra na Argélia, e não os conservadores.

O golpe na França foi realizado da seguinte maneira: diante da vitória da extrema direita no primeiro turno, o partido de Macron e o Partido Socialista se aliaram com o partido França Insubmissa (FI), de Mélenchon, que havia ficado em segundo lugar. Dessa forma, a frente ganhou em segundo turno, com a França Insubmissa na liderança, o que, em tese, garantiria o cargo de primeiro-ministro a eles. No entanto, pouco depois da vitória, o atual presidente, Emmanuel Macron, declarou que não vai negociar com a FI. Um golpe no qual a esquerda caiu porque tem uma política errática diante da extrema direita.

No Brasil, o seguidor mais importante dessa política é o Partido dos Trabalhadores (PT), que, mesmo contra todas as provas, aposta em uma aliança com a direita que deu o golpe no próprio PT em 2016 para tentar derrotar o bolsonarismo. Apesar disso, o bolsonarismo não recua, e a esquerda não avança, muito pelo contrário.

A aliança com esses setores da direita é uma aliança direta com o imperialismo. Alckmin, mesmo que tenha mudado de partido, segue sendo um representante da política do PSDB, o principal partido do imperialismo no Brasil. A Rede Globo, com quem essa parte da esquerda tenta manter um acordo, mal pode ser considerada uma imprensa brasileira, com sua política de destruição do País em favor dos interesses imperialistas.

A esquerda levou um golpe duríssimo na França, extremamente desmoralizante. Na Inglaterra, outra derrota. No Brasil, não é difícil prever o que acontecerá caso a mesma política seja levada adiante. O PT e a esquerda precisam mudar para uma política de enfrentamento contra o imperialismo e seus representantes nacionais, não de aliança. O que ocorre na Palestina evidencia claramente quem é o principal inimigo dos países oprimidos e dos povos do mundo.

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