A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, visitou na quinta-feira (14) uma clínica de procedimentos abortivos em Minnesota, um dos 20 estados americanos em que ainda a prática ainda é permitida. 14 estados proíbem completamento o aborto e 12 estados impõe restrições em um intervalo que vai da 6ª a 26ª semana de gestação, além de limitações nos acessos serviços de aborto. A conservadora Suprema Corte americana derrubou em 24 de junho de 2022, no caso Dobbs v. Jackson Women’s, a proteção constitucional do direito ao aborto conquistada em 1973 no caso Roe versus Wade.
Sendo esta a primeira visita de uma vice-presidente a uma clínica de aborto, essa visita vem a calhar no atual momento político, que o presidente Joe Biden afirma que o direito ao aborto é fundamental, contrapondo-se a decisão da suprema corte. Na oportunidade, Kamala afirmou que o país vive uma crise sanitária grave e que essa visita seria a confirmação da liderança exemplar do estado de Minnesota na luta política pelo direito ao aborto.
A questão é que Biden, como proposta de campanha, ataca a Suprema Corte, afirmando que reverterá a situação caso seja reeleito e, como consequência dessa posição política, lança Kamala Harris para fazer campanha em diversos estados sobre o tema.
Trata-se de um desespero. A campanha de guerra americana tem trazidos grandes derrotas para o governo e atualmente, o financiamento e participação direita no genocídio palestino tem diminuído drasticamente a popularidade de Biden. Não se tratando assim da defesa dos direitos das mulheres diante da crise sanitária vivida no país mais importante do imperialismo, mas um método desesperado para não parecer tão reacionário e angariar simpatia entre eleitores mais progressistas, que fizeram Biden vitorioso em 2020, mas que no momento estão pulando fora do barco ao ver o sanguinário regime posto sobre o mundo e principalmente na Palestina.
A defesa do aborto por Kamala “Chave de Cadeia” Harris é pura demagogia do Partido Democrata, uma defesa oportunista e eleitoreira para maquiar a banho de sangue do governo na Palestina. A defesa dos direitos das mulheres é uma luta política travada pela sociedade e não uma mesa de negociação jurídica e parlamentar. Harris mesmo tem histórico horrível no que diz respeito a população negra e a demagogia identitária, que serve apenas para mascarar o fato de que a preocupação dos identitários com os direitos das mulheres – e demais setores oprimidos – é nula.





