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Partidos políticos

Eleições de 2024 foram prego no caixão do PSDB

O partido que já foi governo federal, já competiu com o PT em várias eleições e era o principal partido do imperialismo, pode começar o ano com 1 governador apenas

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) está acabado. O maior partido da burguesia brasileira se encontra despedaçado e ameaçado pelo bolsonarismo. Com apenas três governos estaduais, o PSDB pode perder dois de seus governadores.

O PSDB era o partido que representava a burguesia financeira brasileira. Com Fernando Henrique Cardoso controlou o executivo brasileiro de 1994 até 2002 e em 2010, no auge de sua dominação política, chegou a controlar oito estados da federação (Alagoas, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Roraima, Tocantins e São Paulo).

Desde 2010 o partido passa por uma decadência política. Nas eleições de 2014 o partido elegeu cinco governadores, sendo quatro reeleitos, e em 2018 apenas três foram eleitos. Em 2022, o PSDB também elegeu apenas três governadores: Eduardo Leite (RS), Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS).

Na última eleição, o PSDB perdeu espaço para o bolsonarismo. Apesar do Partido Liberal (PL) de Bolsonaro ter eleito apenas dois governadores – Cláudio Castro (RJ) e Jorginho Mello (SC) – outros sete governadores de partidos aliados a Bolsonaro foram eleitos: Ronaldo Caiado (GO), Wilson Lima (AM), Marcos Rocha (RO) e Mauro Mendes (MT) do União Brasil; Wanderlei Barbosa (TO) do Republicanos; Gladson Cameli (AC); Antônio Denarium (RR) do Progressistas.
De acordo com membros do PSDB, o partido atravessa atualmente a maior crise de sua história. O caso de Raquel Lyra é o mais emblemático. A governadora de Pernambuco foi eleita em 2022 pelo PSDB, entretanto, apoiou diversos candidatos do PSD durante as eleições municipais de 2024. A governadora é crítica à oposição sistemática de seu partido ao governo Lula – grande cabo eleitoral de Pernambuco.

Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, disse ao jornal Folha de São Paulo que há “grande especulação” em torno do partido. Chamou a governadora de “grande quadro” e apontou o fato dos tucanos terem o maior número de prefeituras no estado, 32 contra 31 do PSB. Perillo afirmou que Raquel “nunca mencionou a vontade de deixar o partido”.

No Mato Grosso do Sul, o governador Eduardo Riedel também ameaça sair do partido. Alinhado a Bolsonaro, Riedel vem sendo procurado pelo PL para uma possível migração.

O PSDB venceu neste ano 44 das 79 prefeituras sul-mato-grossenses. Entretanto, integrantes do PL-MS afirmam já haver um acordo informal esboçado para que Riedel e grande parte dos prefeitos tucanos migrassem para a sigla de Bolsonaro. Riedel e Perillo negam a intenção do governador de deixar o partido.

A manutenção do governo de Eduardo Leite é inacreditável. Apesar de em nenhum momento ter ameaçado deixar o PSDB, Leite poderia facilmente ter deixado o cargo neste ano. As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul quase o derrubaram, sua manutenção foi graças a um esforço descomunal do PT.

Com apenas um governador de destaque e outros dois ameaçados de sair, o PSDB já está enterrado. A migração de diversos setores para o PSD é apenas uma improvisação política, uma última tentativa da burguesia de manter sua política da direita “democrática”. Contudo, a política da “democracia” burguesa do PSDB já não é suficiente para manter o partido vivo. O avanço do bolsonarismo sobre as prefeituras em 2024 provou a derrota da política dos tucanos. O PSDB acabou e, caso siga a mesma política, o PSD também acabará.

A continuidade das alianças do PT com estes setores apresenta um risco enorme para a sigla. Apostar na manutenção do poder político do governo se aliando a partidos politicamente fracassados virá a preços caros. Se Lula e o PT continuarem nesta política, terão o mesmo fim dos tucanos.

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