Ebrahim Raisi, presidente do Irã, morreu no último domingo (19), em acidente de helicóptero aos 63 anos. O mandatário iraniano estava a caminho de uma província no Azerbaidjão Oriental, quando o veículo aéreo caiu em uma área florestal. Desde o início da operação Dilúvio de Al-Aqsa, em 7 de outubro do ano passado, o líder político iraniano foi muito atuante em defesa da Palestina, sempre denunciando o genocídio perpetrado pelos israelenses, clamando por uma intervenção internacional no massacre do povo palestino. Em pronunciamento oficial, o líder supremo do país, Ali Khamenei, disse que “a nação iraniana não deve se preocupar” e que “não haverá interrupção nas operações do país”.
Novas eleições
Após a morte de Raisi, o Irã antecipou as eleições para o dia 28 de junho, data definida durante uma reunião no Gabinete da Presidência em Teerã. Até a realização do processo democrático, o vice-presidente, Mohammed Mokhber, assume como interino nos próximos 50 dias, segundo relatório da agência estatal IRNA.
Apesar da principal liderança ser o aiatolá Khamenei (importante dirigente político desde a Revolução Iraniana em 1979), Ebrahim Raisi ocupava a segunda posição de liderança no país, fazendo com que sua morte implique em uma grande perda à organização política da nação. O ex-presidente era cotado para substituir o aiatolá Khamenei na Assembleia de Peritos (órgão responsável por eleger o Líder Supremo), sendo o candidato da ala que representava os interesses políticos de Ali Khamenei, ou seja, a ala revolucionária do governo iraniano.
Apesar da campanha da imprensa imperialista, de que Ebrahim Raisi e Ali Khamenei representariam a “ditadura”, o “autoritarismo”, ambos adotam uma política combativa anti-imperialista, após a revolução iraniana, o país persa se industrializou anos-luz em comparação com outros países árabes, sendo um dos países com o maior número de mulheres nas universidades, desde a revolução que derrubou o ditador Xá Pahlavi, o Irã tem aumentado os números de mulheres nas universidades, segundo dados recentes, de 2001 em diante, as mulheres ocupam 60% nas universidades.
A política anti-imperialista e de industrialização reflete o caráter dos governos atual do Irã. O aiatolá representaria, junto ao MRE, o que aqui na América Latina existe como a “Teologia da Libertação”, apesar de ser um governo religioso, após a revolução iraniana, houve inúmeras reformas benéficas à classe operária do país persa, inclusive é o país com a maior classe operária do Oriente Médio após a derrubada do regime ditatorial comandando pelo imperialismo. No entanto, o regime iraniano foi levado as últimas consequências, representando uma enorme diferença aos movimentos de libertação na América Latina.
Após a revolução de 1979, o Irã erradicou o problema educacional, antes do atual regime, a taxa de analfabetos era enorme, hoje, conforme o Banco Mundial, a taxa de alfabetização entre adultos subiu de cerca de 50% em 1976 para mais de 85% em 2016, além de expandir consideravelmente o ensino superior. Além disso, a criação de hospitais melhorou significativamente a situação sanitária do país.
A independência política, ou seja, a soberania nacional, o desenvolvimento da infraestrutura e o desenvolvimento industrial também foram objetos de um avanço extraordinário, tornando hoje o principal polo tecnológico do Oriente Médio, consequentemente combatendo pela raiz a pobreza, que antes era a norma no regime de Xá Pahlavi, escancarando que ao contrário do que diz a propaganda imperialista, a revolução, levada adiante por Khamenei significou um enorme avanço social no Irã.