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Rio Grande do Sul

É o neoliberalismo do PSDB o responsável pela destruição do Sul

Na semana anterior à inundação, as 14 comportas do Muro Mauá foram escoradas com sacos de areia amontoados. Era o “plano de prevenção contra a cheia”.

Segundo boletim da Defesa Civil publicado no final da tarde desta segunda-feira, dia 6 de maio, são registradas 85 mortes no Rio Grande do Sul em decorrência das inundações. O estado predominantemente com clima subtropical úmido e relevo baixo tem um histórico com inundações.

Dados oficiais

Além das 85 mortes, as autoridades estatais informam existirem 339 feridos, 134 desaparecidos em todo estado. Ainda foi contabilizado o deslocamento de ao menos 201 mil pessoas de seus lares. Dentre estas, apenas 47.676 foram recebidas em abrigos públicos; os 153.824 restantes encontram-se desalojadas.

Entretanto, os danos à população são bem maiores: com 7 focos de inundações pelo estado, ao menos 385 municípios foram atingidos. Estima-se que 1.178.226 gaúchos foram afetados, o que equivale a 10,82% da população estatal. 

Inundação em Porto Alegre

O ocorrido na capital gaúcha ilustra a realidade do restante do estado. Em Porto Alegre, uma das 14 comportas do muro da Avenida Mauá, rompeu. Esse muro separa Porto Alegre do Rio Guaíba, protegendo a capital da elevação das águas. Foi com o rompimento desta comporta que iniciou o avanço da cheia sobre a cidade.

Esse sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre tem 68 quilômetros de extensão e, além das 14 comportas, conta com 19 casas de bombas para drenagem. O problema é que o sistema está obsoleto e, principalmente, sucateado, tendo sido construído há mais de 70 anos, pouco mais de uma década após a enchente em abril e maio de 1941, segunda maior enchente documentada até então.

A tragédia atual foi anunciada, tendo a administração pública plena ciência proximidade do evento. Na semana anterior à inundação, as 14 comportas do Muro Mauá foram escoradas com sacos de areia amontoados, era o “plano de prevenção contra a cheia”.

Ocorre que esse tipo de assistência às necessidades elementares da população não são prioritárias ao governo estadual de Eduardo Leite (PSDB) ou municipal de Porto Alegre, cujo prefeito é Sebastião Melo (MDB).

Em resumo, Porto Alegre sofre pelo sucateamento do sistema de proteção contra cheias, do sistema de drenagem, e da atuação imediata ineficaz do poder publico. Esse é o resultado da entrega à iniciativa privada das empresas estatais, isto é, resultado da privatização.

Os frutos do “Estado Mínimo”

A inundação da capital gaúcha pelas águas do Rio Guaíba era certa, os alertas foram diversos. Um dos que apontou essa possibilidade foi Augusto Damiani, engenheiro hidrólogo, servidor público aposentado, ex-diretor-geral do Departamento de Águas e Saneamento de Porto Alegre (Dmae).

A razão desta certeza de Damiani deu-se em razão da ausência de manutenção das comportas por parte da prefeitura. Além da atual inoperância do sistema de drenagem do município, algo comum nas cidades brasileiras.

Não apenas isto, o “plano de prevenção contra a cheia” neste exercício de 2024 com pequenos sacos de plástico com areia, comumente usados em obras domesticas, utilizados no reforço das comportas, era inadequado. Deveriam ser usados recipientes maiores, mais resistentes e com outros materiais de contenção, até mesmo cimento. As frestas das comportas também não contavam com vedação adequada, com borrachas.

Como resultado, com os vazamentos das comportas, os sacos se esfarelaram e a água levou todo o esforço pífio de contenção. Sem drenagem, os bueiros estouraram e as águas do Guaíba tomaram Porto Alegre novamente.

Política neoliberal de Leite

Como apontado por Damiani, que também já esteve a frente do Departamento de Esgotos Pluviais (Dep) de Porto Alegre, hoje é estimadao a necessidade de mais 2 mil servidores no Dmae. Já o Dep opera com aproximadamente um terço do dimensionamento de pessoal adequado.

Para o professor do Instituto de Geociências da UFRGS, Rualdo Menegat, os políticos responsáveis pela política neoliberal, além de vender tudo, “desmontaram também a inteligência estratégica do Estado”.

Esses danos à população são um resultado direto da política neoliberal de Leite, e demonstra o erro de parte da esquerda em apoiar o político tucano, entre outros candidatos da burguesia. 

Esses políticos burgueses trabalham para destruir o Estado em tudo aquilo que serve a população. Ignoram completamente todas as medidas necessárias para impedir que esse tipo de tragédia ocorra.

Problema comum

A princípio o cenário aparenta ser o somatório de pequenos e grandes desastres, naturais e humanos, mas se trata da materialização de uma política. Não é à toa que as áreas que sofrem os maiores danos são justamente as mais degradadas e abandonados pela gestão publica. 

Essa é uma realidade comum dos brasileiros, que se não são obrigados a lidar com enchentes, sofrem sem saneamento básico e infraestrutura mínima. 

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