A campanha salarial dos bancários deste ano permite inaugurar uma nova etapa para o movimento da categoria a nível local, com projeções nacionais, rumo à superação dos problemas que estão bloqueando e comprometendo o esforço de luta.
É um fato que, apesar da grande disposição de luta historicamente demonstrada pela categoria, a mesma tem amargado sucessivas derrotas nos últimos anos, que se traduzem em acordos verdadeiramente miseráveis que os bancários são impingidos. A explicação de tal fato deve ser buscada na ação conciliadora que fundamenta a política do conjunto das direções bancárias, em primeiro lugar da corrente majoritária nacionalmente, a Articulação (direita do PT e da CUT), mas também de correntes que, embora se digam autônomas, como a CTB, e algumas até autoproclamadas de “oposição”, como a CSP/Conlutas, por carecerem de personalidade e política próprias, são de fato versões, mais ou menos moderadas, da política da Articulação.
Contra essa situação e a partir da experiência dos últimos anos, a Corrente Sindical Nacional Bancários em Luta apresenta um conjunto de ideias políticas, em torno das quais tem lutado nos congressos da CUT e nos encontros da categoria, como no cotidiano da sua intervenção.
Essas ideias fazem parte de um programa político. Não se trata de uma lista de reivindicações, mas de um conjunto de caracterizações do País, suas classes sociais, sua estrutura política e prognósticos do desenvolvimento possível de luta de classes no Brasil. Baseado nisso, se apresenta às reivindicações que, no ponto de vista dos Bancários em Luta, correspondem à situação e aos interesses não apenas da categoria bancária, mas de todos os trabalhadores.
Este programa, que cotidianamente é submetendo à discussão na categoria, através de boletins, plenárias, reuniões nas dependências bancárias etc., pretende não só oferecer um rumo claro às lutas no próximo período, como propiciar a formação de uma sólida corrente de militantes classistas bancários que, atuando com uma clara consciência dos interesses comuns a todos os trabalhadores, constitua-se numa verdadeira direção para os sindicatos e seja parte integrante da luta por uma nova direção para o movimento bancário brasileiro: uma direção classista, antiburocrática e anticapitalista.
Os sindicatos, como instrumento de luta, precisam ter um plano que unifique não só a categoria bancária, como o conjunto dos trabalhadores do País num só combate através das reivindicações fundamentais, dentre elas: salário mínimo vital; reposição integral das perdas salariais; estabilidade no emprego; isenção do imposto de renda para os assalariados; não ao pagamento da dívida pública; não às privatizações; estatização do sistema financeiro.
Para tanto, é fundamental travar uma verdadeira luta para superar as limitações das atuais direções bancárias, em completa sintonia com as tendências de luta presentes no interior da categoria bancária para a conquista de suas reivindicações fundamentais, luta essa que se deve travar, desde agora, no sentido de organizar a categoria, através dos seus próprios métodos de luta (greves, piquetes, ocupações etc.), contra a sanha reacionária dos banqueiros.
