Previous slide
Next slide

Editorial

E a frente ampla toma conta do governo

A postura que Lula adotou no início de seu mandato, marcada por críticas ao mercado financeiro, foi substituída por uma política de ajuste fiscal conduzida por seus ministros

Nos últimos dias, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) se tornaram os principais porta-vozes da política econômica do governo Lula, substituindo a presença ativa do presidente no debate sobre os rumos econômicos do País. A postura que Lula adotou no início de seu mandato, marcada por críticas ao mercado financeiro e defesa de investimentos em saúde, educação e áreas sociais, foi substituída por uma política de ajuste fiscal conduzida por sua equipe econômica.

Haddad e Tebet têm liderado um pacote de medidas de contenção de gastos – isto é, medidas para agradar os banqueiros. Tebet, que foi candidata à presidência em 2022 pelo MDB, tem defendido abertamente cortes em áreas essenciais, argumentando que “chegou a hora de levar a sério a revisão de gastos públicos”. Ao mesmo tempo, Haddad, embora seja do PT, atua como um interlocutor do grande capital.

O pacote de medidas que eles apresentam inclui ajustes no FGTS, seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A promessa de elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$5 mil, que poderia beneficiar milhões de brasileiros, continua sendo adiada, enquanto os cortes em áreas sociais avançam. O argumento principal da equipe econômica é que os gastos públicos “cresceram mais que a receita”, e que sem esses ajustes o Brasil não conseguirá cumprir as metas fiscais para 2026. Sobre a dívida pública, nem um pio. Essa mudança de direção ficou clara na recente reunião de Lula com os maiores banqueiros do País. O encontro, realizado no Palácio do Planalto, contou com a presença de líderes do setor financeiro, como Luiz Carlos Trabucco (Bradesco) e André Esteves (BTG Pactual).

A capitulação de Lula diante dos “aliados” da frente ampla fica evidente. Enquanto o governo se vê cada vez mais pressionado pela direita, figuras como Tebet e Haddad, ao invés de combaterem essa pressão, estão se aproveitando da fragilidade do governo para impor uma política que vai contra as promessas de campanha de Lula. A própria presidente do PT, Gleisi Hoffmann, expressou recentemente sua preocupação com o rumo que o governo está tomando. Hoffmann criticou a revisão de programas sociais e a falta de avanços na reforma do Imposto de Renda.

Essa política de ajuste fiscal, liderada por Haddad e Tebet, se assemelha à era neoliberal de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando o arrocho fiscal e os cortes em áreas sociais prevaleceram. Aqui, fica uma vez mais a lição: a política de “frente ampla” com a direita é uma política de criação de corvos. Do ponto de vista eleitoral, em nada ajudou o apoio de Tebet – pelo contrário, foram os trabalhadores, que nutrem um profundo desprezo pelo neoliberalismo, que garantiram a vitória de Lula. Agora, que o governo se vê cercado pela direita, os “aliados” também não se mostram verdadeiros aliados, mas sim infiltrados do grande capital no governo.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.