Ramadã

Durante o Ramadã ‘Israel’ impede entrada de palestinos em al-Aqsa

Em vídeo, tropas da polícia israelense foram flagradas agredindo brutalmente até mesmo mulheres palestinas

Na primeira noite do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos, que começou neste domingo (10), “Israel” restringiu o acesso dos palestinos à Mesquita de al-Aqsa, um dos três locais mais sagrados do Islã.

Conforme noticiado pela emissora libanesa Al Mayadeen, foram impedidos de entrar na mesquita homens palestinos com menos de 40 anos de idade. A realização de orações dentro da mesquita só foi permitida às mulheres e aos homens com mais de 40. 

Assim, a Polícia Israelense da Fronteira reprimiu centenas de palestinos que tentavam entrar em Al-Aqsa através dos portões de Hittá e Al-Qattanin para realizarem suas orações noturnas (orações de Taraí ou Taravide). Os palestinos foram agredidos violentamente com golpes de cassetete, como pode ser conferido nos vídeos abaixo:

Vejam que mesmo apesar de supostamente ser permitida a entrada de mulheres, elas também foram brutalmente agredidas pela polícia sionista, conforme consta no vídeo.

Apesar da repressão, os palestinos novamente mostraram a sua força de espírito, adentrando nos pátios da mesquita, para completar as orações de Taraí. Alguns reuniram-se perto do cemitério Bab al-Rahma e outros ao redor do Portão dos Leões da Mesquita. Confira o vídeo a seguir:

A repressão e as restrições impostas pela Polícia Israelense aos palestinos logo no primeiro dia do Ramadã ocorre seis dias depois de o primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu ter anunciado faria de “tudo para manter a liberdade de culto no Monte do Templo […] permitiremos que o público muçulmano celebre o feriado”. Contudo, já naquele anúncio estava presente uma ressalva para justificar a repressão contra os palestinos que ocorre agora “[…] ao mesmo tempo que mantemos adequadamente a segurança e as necessidades de proteção […]”.

Foi essa a justificativa utilizada pela polícia israelense para justificar a agressão contra os palestinos: disse que estava trabalhando para “permitir a liberdade de culto no Monte do Templo e, ao mesmo tempo, garantir a segurança e a proteção, de acordo com as instruções dadas pela liderança política”, conforme noticiado no jornal sionista The Times of Israel.

Vale ressaltar que após a Operação Dilúvio de al-Aqsa, na tentativa de conter a Revolução Palestina, “Israel” havia imposto à mesquita restrição e um cerco, com duração de cinco meses, para impedir o acesso dos palestinos. Além disto, conforme noticiou a agência de notícias palestina Wafa, dezenas de ordens de deportação foram emitidas contra palestinos residentes de Jerusalém Oriental, justamente para impedir seu acesso ao templo durante o mês sagrado do Ramadã.

Ademais disto, expondo ainda mais a arbitrariedade do Estado de “Israel”, Netaniahu declarou que “todas as semanas haverá uma avaliação da situação em termos de segurança e proteção e uma decisão será tomada em conformidade”. Os palestinos só podem rezar em al-Aqsa com a permissão do governo israelense.

Em face dessa repressão, já no primeiro dia de Ramadã, “Israel”, prevendo um possível levante generalizado do povo palestino durante esse mês, deslocou para a Cisjordânia 15 mil policiais militares e soldados das forças israelenses de ocupação, sendo esse efetivo dividido em 24 batalhões, 20 esquadrões da “polícia de fronteira” e mais duas unidades de forças especiais. As informações foram fornecidas pela emissora israelense Canal 12 e reproduzidas pela Al Mayadeen. Ainda segundo o Canal 12, esse número seria o dobro das tropas que estão mobilizadas na Faixa de Gaza. Veja abaixo vídeo de veículos das forças de ocupação entrando na cidade de Tulcarém, na Cisjordânia:

No mesmo sentido, Netaniahu ordenou que as prisões israelenses se preparem para um grande fluxo de milhares de prisioneiros palestinos em 2024, conforme noticiado pelo jornal sionista The Times of Israel. Vale lembrar que mais de 7 mil palestinos foram presos arbitrariamente, apenas na Cisjordânia, desde que “Israel” começou a retaliar contra o Dilúvio de Al-Aqsa, tentando conter a Revolução Palestina. O número total de prisioneiros já supera 12 mil. Assim, a ordem do primeiro-ministro é uma preparação para conter um possível levante das massas contra a repressão de “Israel” durante o Ramadã.

Para além da Cisjordânia, “Israel” continuou seu genocídio na Faixa de Gaza nesse primeiro dia do Ramadã. As forças de ocupação bombardearam a casa da família Baracat, na cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza, próxima a Rafá, matando pelo menos três palestinos:

Um deles foi o jogador de futebol Maomé Barakat, jogador do Ali Gaza e Palestina. Conhecido como “a lenda de Khan Yunis”, o jogador de 39 marcou 114 gols durante sua carreira. “Estou com muita raiva. Ele é um ícone do futebol. O esporte em Gaza perdeu muito durante a guerra”, declarou Khalil Jadalá, comentarista e analista de futebol palestino.

Ao longo do dia, as forças israelenses de ocupação assassinaram pelo menos 85 palestinos, em razão de mais de 60 bombardeios noturnos nas regiões centro e sul do enclave, em especial na cidade de Khan Younis.

A respeito da intensificação do genocídio que pode ocorrer durante o Ramadã, há três dias Benjamin Netaniahu anunciou que pretende avançar com a invasão de Rafá, para onde os bombardeios israelenses deslocaram mais de 1,5 milhão de palestinos, quase toda a população de Gaza.

“Nós iremos para lá. Nós não vamos embora. Você sabe, eu tenho uma linha vermelha. Você sabe o que é a linha vermelha? Que o 7 de outubro não volte a acontecer. Nunca mais acontece. E para fazer isso, temos que completar a destruição do exército terrorista do Hamas”.

Em meio a estes ataques e ameaças, a fome extrema em Gaza continua aumentando, de forma que “Israel” matou de fome mais duas crianças palestinas, já no primeiro dia do Ramadã, com o número chegando a 27. As crianças estavam internadas no Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia, norte de Gaza, e sucumbiram em razão de desnutrição, desidratação e acesso insuficiente ao adequado tratamento médico. 

Voltando a Jerusalém Oriental, as forças israelenses de ocupação foram filmadas instalando arame farpado no muro próximo à mesquita de al-Aqsa, mostrando mais uma vez que “Israel” é um regime verdadeiramente nazista.

Diante dessas atrocidades, em especial a proibição dos palestinos de realizarem suas orações livremente na Mesquita de al-Aqsa, a Jiade Islâmica emitiu um comunicado no domingo, alertando que o Estado de “Israel” está “brincando com fogo”:

A profanação da abençoada mesquita de al-Aqsa pela ocupação e pelas gangues de colonos, e a restrição do movimento e acesso dos fiéis [palestinos] a ela é brincar com fogo […] Que o nosso inimigo saiba que as almas estão fervendo… [nossa] raiva é iminente… e uma explosão está chegando em resposta a quaisquer restrições à entrada de muçulmanos na mesquita de al-Aqsa durante o mês do Ramadã”.

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