No dia 4 de agosto o acampamento Esperança, organizado pelo MST no município de Dourados (MS) foi atacado por jagunços enviados pelos fazendeiros da região. A ação criminosa ocorre em um momento de radicalização da luta pela terra no Sul do MS, iniciada pelos índios guarani-caiouá.
As retomadas dos índios vem sendo atacadas no último dia 3 de agosto, quando a selvageria dos latifundiários deixou diversos índios feridos em estado grave.
O acampamento Nova Esperança cresceu de modo muito rápido neste último período. Isso não é de se espantar, tendo em vista a crise econômica aguda em que o País entrou desde o golpe de 2016, atingindo mais duramente as camadas mais pobres da população, que hoje mesmo trabalhando, não tem condições de pagar aluguéis e os boletos de serviços essenciais como água, energia, telecomunicações e demais serviços essenciais a uma vida digna das famílias trabalhadoras.
As famílias já estão acampadas no local há 8 anos decidiram buscar mais companheiros para assumir de vez a luta contra a gigante JBS que, apesar da enorme dívida com o Estado Brasileiro, tenta sorrateiramente se apropriar “de mão beijada” de mais terras do povo. A disposição da comunidade que ali se forma é muito grande, todos os domingos há assembleias para organizar o movimento.
No Mato Grosso do Sul, a luta pela terra está se radicalizando e colocando a questão da estatização das terras na ordem do dia, assim como a luta pela reforma agrária, a única solução para os camponeses, tanto índios quanto os trabalhadores rurais, que sobrevivem sendo duramente explorados por latifundiários com apoio do governo tucano. A esquerda deve apoiar a radicalização dos oprimidos no campo e impulsionar a formação dos movimentos de autodefesa das comunidades rurais, tendo em vista o papel do Estado no apoio aos grandes proprietários criminosos.