A entrada de Dorival Júnior na Seleção Brasileira claramente fez muito bem para o escrete. Não apenas pelos resultados, que não são ruins, apenas quatro jogos com duas vitórias – sobre Inglaterra e México – e dois empates – contra Espanha e Estados Unidos, mas pela postura dos jogadores, dentro e fora de campo.
Há muito o que melhorar? Certamente. Afinal, estamos falando do melhor futebol e da melhor seleção do mundo. Mas Dorival parece estar arrumando a casa.
Vale lembrar que a culpa pela bagunça desde o fim da Copa de 2022, com a saída de Tite, é da CBF e da imprensa capitalista que colocou em marcha uma campanha vergonhosa em favor de um técnico estrangeiro na Seleção. A CBF, não sabemos por qual motivo, afirmou que havia um acerto com o atual treinador do Real Madrid, Ancelotti. Nesse meio tempo, o Brasil ficou desgovernado. O competente Fernando Diniz pegou a Seleção como interino enquanto treinava o Fluminense. A experiência foi horrível, não por culpa de Diniz, mas pela política da CBF que capitulou diante da pressão da imprensa, a serviço dos interesses imperialistas anti-nacionais.
Finalmente, Ancelotti não veio e – ainda bem! – não virá. Assim, nas palavras de Dorival, a CBF o convocou para treinar a Seleção.
Mesmo com a óbvia melhora do time, mesmo com os quatro jogos invictos – vale lembrar que os dois primeiros jogos contra Inglaterra e Espanha, na casa do adversário, não eram fáceis – eis que a imprensa anti-nacional continua numa campanha contra a Seleção mostrando que a preocupação não é com o desempenho. A preocupação é desmoralizar o futebol brasileiro.
Endrick faz um gol e comemora tirando a camisa e jogando-a. Coisa normal. E eis que uma reportagem vai insinuar que o jovem craque estaria desrespeitando a camisa canarinho. A Seleção ganha um jogo contra o México, eis que aparecem dezenas de matérias para dizer que aquilo não vale nada.
A ordem dada para a imprensa “nacional” pelos seus patrões é clara: todo ataque contra a Seleção e os jogadores é bem-vindo. Os patrões estão nos países imperialistas, os principais interessados em desestabilizar a Seleção Brasileira.
Mas há um lado positivo nessa história toda. Todas as vezes que o Brasil foi campeão do mundo, a Seleção sofreu com a avacalhação da imprensa. Então, que seja assim e que Dorival possa organizar os melhores jogadores do mundo para trazerem o hexa em 2026.
Dorival mostrou que além de grande treinador, sabe jogar mata-mata, como foi com o título inédito da Copa do Brasil com o São Paulo, como foi com o Flamengo na Copa do Brasil e na Libertadores em 2022. Esse é o é tipo de competição da Copa do Mundo. É disso que o Brasil precisa para ser campeão, porque em mata-mata não basta ter o melhor time, é preciso ter sangue-frio, clareza, precisão porque qualquer erro é fatal.
Que Dorival treine os seus convocados para esse momento da guerra final, ignorando a pressão da imprensa, ignorando tanto as críticas infundadas quanto a bajulação desnecessária. A Copa América será o primeiro teste, importante, mas muito longe de ser decisivo. Muito trabalho ainda precisará ser feito, principalmente fora de campo, com o psicológico dos jogadores.