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Guerra na Ucrânia

Dois anos do fracasso do imperialismo em subjugar a Rússia

Caso a vitória Russa se consolide, com o imperialismo também sendo derrotado no Oriente Médio pela resistência palestina, mais países oprimidos se levantarão

Neste dia 24 de fevereiro de 2024, completam-se dois anos do dia em que a Rússia reagiu à agressão imperialista dos Estados Unidos, que tentou colocar a Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), com a finalidade de cercar a Rússia para um futuro ataque imperialista.

Àquela época, o imperialismo não imaginava que estava diante do que seria uma das maiores derrotas de sua história. Mas estava.

Dois anos após a guerra, muito embora ainda a Rússia não tenha consolidado a vitória, a crise nos países imperialistas é a maior desde a Segunda Guerra Mundial, mostrando o efeito progressista da Operação Militar Especial russa.

A necessidade de se apoiar a Rússia contra a Ucrânia foi imediatamente afirmada por este Diário. Afinal, como órgão de imprensa revolucionário, constatou que a Ucrânia estava sendo usado pelos países imperialistas, especialmente os EUA, em uma manobra agressiva contra a Rússia, um país oprimido:

Por que os marxistas devem apoiar a guerra da Rússia na Ucrânia

Essa guerra de agressão por parte dos EUA, comumente conhecida como “Guerra na Ucrânia”, na realidade começou em 2014, quando o governo central ucraniano, em Kiev, iniciou uma guerra contra a população do leste do país, população essa de etnia majoritariamente russa. A guerra era uma resposta à resistência popular do leste contra o novo governo nacional, que havia sido colocado no poder pelo imperialismo, em um golpe de Estado que ficou conhecido como Euromaidan.

À frente do golpe, que assumiu a forma de uma “Revolução Colorida”, estiveram milícias armadas de nazistas, as quais passaram a fazer parte do novo governo. 

Os nazistas de Kiev, a manda do imperialismo, bombardearam o leste da Ucrânia durante 8 anos, até a Rússia finalmente invadir a Ucrânia

A necessidade veio quando o imperialismo passou a se movimentar concretamente para incluir a Ucrânia na OTAN, país cuja distância entre a fronteira e a capital russa, Moscou, é de apenas 841 km. 

Desde a queda da União Soviética, o imperialismo buscou cercar a Rússia, tentando incluir na OTAN todos os antigos países soviéticos e os que fazem fronteira com a Rússia. De forma que, em 2022, todos os antigos países soviéticos do Leste Europeu já faziam parte da OTAN, com exceção da Ucrânia e da Bielorrúsia.

Assim, a Rússia, liderada por Vladimir Putin, foi forçada a invadir a Ucrânia, em uma medida defensiva. 

O exército russo adentrou o que era o território da Ucrânia pelo leste, após decisão das Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk em tornar-se parte da Federação Russa. Era justamente essa região que estava sendo alvo dos nazistas ucranianos desde 2014, os quais já haviam assassinado pelo menos 14 mil ucranianos desde 2014, com seus bombardeios:

Ucrânia está fazendo um genocídio no Donbass e os santos se calam

Imediatamente, o imperialismo tentou retaliar o governo russo.

Os Estados Unidos e os países da Europa Ocidental impuseram sanções à Rússia, em especial à principal fonte de recursos financeiros do país: a exportação de gás e petróleo. Como ocorre com toda política de sanções imposta pelo imperialismo, o objetivo era sufocar economicamente a Rússia, para assim fazê-la recuar.

Não funcionou. Afinal, os países da Europa, principalmente a Alemanha, que é a principal economia europeia, é profundamente dependente do gás e do petróleo russo. Assim, as sanções e a tentativa de bloquear economicamente a Rússia provocaram o efeito oposto: crise energética e, consequentemente, aprofundamento da crise econômica do imperialismo europeu:

Ocidente cai em sua própria armadilha com sanções antirrussas

As sanções não foram as únicas medidas retaliatórias.

O imperialismo desatou uma censura contra tudo o que era russo. Não apenas notícias sobre a realidade do conflito eram censuradas, mas as próprias manifestações da cultura russa foram alvo do imperialismo. Nesse sentido, vale lembrar o caso do museu inglês National Gallery, que em 2022 alterou o nome da obra “Dançarinos Russos”, do pintor francês Edgar Degas, para “Dançarinos Ucranianos”:

Vandalismo cultural e censura: museu muda nome de obra de Degas

No que diz respeito à censura das notícias, o DCO expôs que a imprensa imperialista estava inclusive censurando reportagens que explicavam que a guerra começara de fato em 2014, com o golpe do Euromaidan:

Imprensa censura motivos da guerra na Ucrânia há 9 anos

Com as notícias sobre a guerra sendo censuradas de forma sistemática, e com a imprensa imperialista mentindo dia a dia sobre a guerra, Causa Operária decidiu enviar dois correspondentes para a região do Donbass, para fornecer informações de primeira mão e permitir a todos terem conhecimento da ditadura nazista sobre os ucranianos do leste.

Rafael Dantas e Eduardo Vasco foram para a Rússia no mês de Abril, para Rostov do Don. E, de lá, adentraram no Donbass.

Com correspondentes locais no leste da Ucrânia, algo inédito não só na imprensa de esquerda, mas em toda a imprensa brasileira, este Diário conseguiu fazer a cobertura mais ampla e mais fidedigna da Guerra na Ucrânia.

Algo muito interessante que foi relatado pelos correspondentes foi que em Lugansk, uma das Repúblicas Populares do leste da Ucrânia, estava em vigor um governo operário, pois a região estava sendo governada por um Conselho do Povo unicameral, por trás do qual os sindicatos eram o poder máximo, possibilitando aos trabalhadores o controle da sua própria produção:

Lugansk está sob controle operário

Na República Popular de Lugansk, o sindicato é a lei

 

Ademais, os correspondentes do DCO puderam constatar que, na Rússia, mais de 70% da população apoiava Putin na Operação Militar Especial, desmascarando a farsa que então era propaganda pela imprensa burguesa, de que o presidente não tinha apoio entre o povo russo:

Mais de 70% dos russos apoiam operação de Putin na Ucrânia

O povo russo apoia Putin e as ações militares na Ucrânia

 

Naturalmente, a imprensa imperialista seguiu propagando mentiras a respeito da guerra, seja nos anos de 2022, 2023 e atualmente, em 2024.

Os mínimos avanços das tropas ucranianas eram relatados como se fossem grandes vitórias e uma manifestação de uma iminente derrota da Rússia na guerra. Por diversas vezes, a imprensa burguesa noticiou que os russos ficariam sem munição dentro de meses ou mesmo dias. Contudo, isto nunca ocorreu.

O que ocorreu foi que as tropas russas seguiram obtendo as principais vitórias táticas, sendo estrategicamente vitoriosos na guerra.

Dentre as batalhas marcantes que podem ser citadas, e que configuram derrotas estratégicas para a Ucrânia, estão as seguintes:

  • Batalha por Kherson – com início em 24 de fevereiro de 2022, terminou em 22 de fevereiro de 2022, com vitória Russa
  • Batalha por Mariupol, na República Popular do Donetsk – com início em 24 de fevereiro de 2022, terminou em 20 de maio de 2022, com vitória russa.
  • Batalha por Rubijnie, na República Popular de Lugansk – com início em 15 de março de 2022, terminou em 12 de maio de 2022, com vitória russa.
  • Batalha por Sievierodonetsk, na República Popular de Lugansk – com início em 6 de maio de 2022, terminou em 25 de junho de 2022, com vitória russa.
  • Batalha por Artiomovsk (Bakhmut), na República Popular do Donetsk – com início em 1º de agosto de 2022, terminou em 20 de maio de 2023, com vitória russa.
  • Batalha de Marinka, na República Popular do Donetsk – com início em 17 de fevereiro de 2022, terminou em 25 de dezembro de 2023, com vitória Russa.

Graças a essas vitórias, no segundo semestre de 2022 as populações das regiões do Donetsk, de Lugansk, e as províncias de Zaporíjia e Kherson realizaram referendos para fazerem parte da Federação Russa. Afinal, eram regiões cuja maioria da população era composta de russos étnicos e foram alvos dos nazistas ucranianos. Conforme noticiado, 97% dos habitantes do Donbass apoiavam a adesão à Rússia:

97% dos habitantes do Donbass apoiam adesão à Rússia

Tais batalhas resultaram em enormes baixas para o exército ucraniano, que teve de ser reconstruído várias vezes durante a guerra, contanto inclusive com mercenários vindos de países imperialistas, por intermédio da OTAN.

No ano de 2023, após seguidas derrotas, o imperialismo e o governo ucraniano, do fantoche Vladimir Zelenski, anunciaram que uma contraofensiva seria realizada, e que, através dela, o exército ucraniano conseguiria retomar as posições que a Rússia e o povo ucraniano do leste havia conquistado. A imprensa imperialista passou meses alardeando que essa contraofensiva seria a derrota da Rússia na guerra.

Contudo, o que ocorreu foi justamente o contrário: a contraofensiva foi um fracasso monumental do imperialismo e da Ucrânia.

Nela, os Estados Unidos mobilizaram os ucranianos para serem mortos pelo exército russo. E foi o que aconteceu.

Ao fim, no segundo semestre de 2023, o governo russo noticiava que as baixas no exército ucraniano ultrapassavam 300 mil homens. Contudo, na imprensa independente, especialistas calcularam que esse número tinha ultrapassado 500 mil, com a possibilidade de que chegasse a 1 milhão. As baixas incluem mortos, feridos, desertores e todos aqueles que, por um motivo ou outro, não estão mais aptos a lutar na guerra.

Derrotas seguidas de derrotas apenas aprofundaram a crise do imperialismo.

Afinal, se em conflitos anteriores com países oprimidos (exemplo, a Guerra do Vietnã, a Guerra da Coréia, a Guerra da Argélia etc.), o imperialismo foi derrotado por uma revolução, na Guerra da Ucrânia o imperialismo estava sendo derrotado militarmente por um país oprimido, liderado por um governo nacionalista de direita. Algo inédito na história, e uma demonstração da profundidade da crise do imperialismo.

Mais recentemente, no 17 de fevereiro de 2024, o exército russo impingiu mais uma derrota à Ucrânia e ao imperialismo. Os russos tomaram a cidade Avdiivka, na República Popular do Donetsk, em uma ofensiva relâmpago, pondo fim a uma batalha que havia se iniciado em 21 de fevereiro de 2022, consolidando ainda mais a derrota definitiva do imperialismo na guerra. 

Diante de derrotas seguidas de derrotas, a crise do regime de Zelenski é profunda, de forma que recentemente o presidente lacaio do imperialismo teve de trocar o comandante do exército, por receio de ser alvo de um golpe de Estado com auxílio dos nazistas ucranianos.

Da mesma forma, com todo o bloco imperialista sendo derrotado militarmente pela Rússia, a crise interna dos países imperialistas só se aprofunda.

Há meses, em inúmeros países da Europa há manifestações de agricultores contra os altos preços dos combustíveis, uma decorrência direta da política de sanções contra a Rússia. Ante a inércia da esquerda, a extrema direita cresce dando apoio demagógico aos fazendeiros. Ao mesmo tempo, a classe operária segue ativa se mobilizando contra a piora nas condições de vida.

Por sua vez, nos Estados Unidos, o imperialismo não consegue de forma alguma aprovar mais envio de recursos financeiros para a Ucrânia. É ano de eleições presidenciais, e uma derrota clara para a Rússia poderia resultar na derrota de Joe Biden, funcionário dos monopólios imperialistas que controlam o Estado norte-americano. O envio de recurso à Ucrânia seria, então, fundamental para evitar essa derrota. Caso derrotado, o vencedor seria Donald Trump, representante de um setor menos agressivo da burguesia imperialsita. De forma que a reeleição do ex-presidente irá aprofundar ainda mais a crise do imperialismo.

Assim, após dois anos de guerra, o imperialismo, em especial os Estados Unidos, não só não conseguiu subjugar a Rússia, mas se vê diante de uma das piores derrotas de sua história.

Caso essa derrota seja consolidada, em especial neste ano de 2024, em que o imperialismo também está sendo derrotado no Oriente Médio, pela resistência palestina, a tendência é que vários países oprimidos por todo o mundo se insurjam contra a ditadura imperialista.

O que novamente confirma o quanto a Operação Militar Especial da Rússia, iniciada em 2022 contra o governo pró-imperialista da Ucrânia, foi e continua sendo progressista. 

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