Golpes de Estado na Ásia

Ditadura pró-EUA prende jornalistas e intelectuais em Bangladexe

Governo interino chefiado por banqueiro persegue jornalistas e escritor opositores

Na última terça-feira (17), o governo intereno de Bangladexe prendeu dois jornalistas e um escritor, acusados de envolvimento em atos de violência durante os recentes protestos estudantis que derrubaram a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina no mês passado.

Essas acusações se somam à crescente lista de processos contra centenas de ex-apoiadores de Hasina e de seu partido, a Liga Awami, incluindo ex-ministros e parlamentares.

Pelo menos 25 jornalistas foram presos no mês passado por suposta ligação com atos violentos contra manifestantes. Essas medidas foram classificadas como “perseguição judicial sistemática” pela organização Repórteres Sem Fronteira.

Os três detidos estão sendo acusados de assassinato, com base em denúncias feitas por familiares de manifestantes mortos durante os protestos. Shyamal Dutta, editor do jornal Bhorer Kagoj, permaneceu detido por uma semana, acusado de assassinato. Mozammel Babu, editor-chefe da Ekattor TV, foi preso na delegacia de Ramna. Ambos os veículos de comunicação eram vistos como favoráveis à ex-líder do país.

O escritor Shariar Kabir foi preso e levado para a mesma delegacia que Babu. Kabir era um dos principais defensores de que os opositores políticos de Hasina fossem julgados, o que foi visto como uma tentativa de eliminar seus adversários.

O governo interino de Bangladexe busca a extradição de Hasina da Índia, acusando-a de cometer “massacres”, segundo o principal promotor do tribunal.

“Como a principal responsável fugiu do país, iniciaremos o processo legal para trazê-la de volta,” afirmou o promotor-chefe Mohammad Tajul Islam em 8 de setembro.

Bangladesh possui um acordo de extradição com a Índia, assinado em 2013, permitindo o retorno da ex-líder para ser julgada criminalmente. “Ela foi acusada de ser a principal responsável pelos massacres em Bangladexe, e vamos tentar trazê-la de volta legalmente para enfrentar o julgamento,” reforçou o promotor.

Apesar de terem revogado o passaporte diplomático de Hasina, o tratado com a India inclui uma cláusula que impede a extradição se o crime tiver caráter político. A perseguição a opositores, jornalistas e escritores consagragra um rápido aprofundamento do golpe de Estado pepetrado no início de agosto deste ano.

A ex-primeira-ministra Hasina, acusou os Estados Unidos de orquestrarem sua queda após ela se recusar a ceder a soberania sobre a ilha de St. Martin. Ainda em agosto, Hasina afirmou: “Eu poderia ter permanecido no poder se tivesse cedido a soberania da Ilha de Saint Martin e permitido que os EUA exercessem controle sobre a Baía de Bengala.”

No verão passado, Hasina declarou que Bangladexe não alugaria a ilha, sem dar detalhes sobre os termos ou a parte interessada. Dias depois, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, afirmou que os EUA nunca discutiram a intenção de controlar a ilha.

Hasina explicou que optou por renunciar “para não ter que ver uma procissão de corpos” e pediu ao país que não se deixe enganar por extremistas.

Ela acrescentou que, se tivesse permanecido no país, “mais vidas teriam sido perdidas, mais recursos destruídos”, e afirmou ter tomado a “extremamente difícil decisão de sair.”

O presidente de Bangladesh, Mohammed Shahabuddin, dissolveu o parlamento, após a renúncia de Hasina, que fugiu para um local seguro nos arredores de Nova Délhi, depois de violentas repressões durante os protestos estudantis anti-cota, permitindo a formação de um governo interino.

Hasina renunciou e deixou o país, após milhares de manifestantes invadirem sua residência oficial em meio aos protestos violentos. Pelo menos 356 pessoas morreram desde julho deste ano.

Sheikh Hasina afirma que, se tivesse cedido a soberania da Ilha de Saint Martin e permitido o controle dos EUA sobre a Baía de Bengala, ela teria permanecido no poder.

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