O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decretou a interdição da casa do Atlético Mineiro, a Arena MRV, a partir de terça-feira (12) após incidentes durante a partida da equipe contra o Flamengo, disputada no último domingo (10), valendo o título da Copa do Brasil.
Na partida, que rendeu a conquista do campeonato ao Flamengo, copos de plástico e uma bombinha foram lançados ao campo, e houve invasão do gramado por parte de um torcedor após o gol de Gonzalo Plata, que foi comemorar junto à bandeira do escanteio, onde se encontrava parte da torcida mandante.
“A medida estará em vigor até que ocorra a comprovação, pelo clube, da adoção de medidas logísticas, estruturais, administrativas e disciplinares necessárias e suficientes para garantir a segurança adequada na Arena MRV, ocasião em que a medida será objeto de nova deliberação pelo Pleno deste tribunal”, impõe o Tribunal através de seu presidente Luiz Otávio Veríssimo Teixeira.
A decisão, que entrou em vigor imediatamente após sua divulgação, visa pressionar o clube para que este reprima suas torcidas organizadas, que acabam sendo responsabilizadas pelas ações, mesmo neste caso em que nada do que aconteceu partiu dos setores que ocupam no estádio.
Como resultado, nos próximos jogos, o Atlético Mineiro não poderá receber sua torcida em sua própria casa. O clube tem dois dias para apresentar sua defesa.
As torcidas organizadas são organizações populares que abrigam milhares de indivíduos, o que explica o esforço da burguesia para tentar de tudo para dissolvê-las, inclusive atribuindo a essas agremiações a ação de qualquer grupo de torcedores.
O futebol, por se tratar de um esporte popular que desperta paixões entre a maioria da população e ser um traço importante da cultura nacional, é mais um alvo do imperialismo, que procura desmoralizar ou destruir tudo o que é característico da cultura brasileira.
Confusões envolvendo o esporte são comuns, e as torcidas organizadas são as entidades mais visíveis nessas situações, tornando-se, assim, um alvo fácil para que se atribuam a elas quaisquer atos praticados por torcedores em geral.
A imprensa capitalista cumpre um importante papel nessa perseguição. Sempre que possível, procuram exagerar qualquer ação minimamente violenta que ocorra entre as diferentes torcidas no Brasil.
Em nota, a Galoucura, principal torcida organizada do clube mineiro, declarou: “diante de todos os fatos ocorridos no jogo de domingo, na final da Copa do Brasil, sobre todos os objetos que foram arremessados no gramado e as tentativas de invasão, a Torcida Organizada Galoucura repudia completamente e considera inadmissíveis esses acontecimentos dentro da nossa casa. Manifestamos nossa solidariedade ao fotógrafo que foi atingido e precisou ser hospitalizado…”
A entidade também declarou que nenhum dos atos ocorridos partiu de seus setores e destacou que tais atitudes podem prejudicar o clube.
Dessa forma, temos mais um caso de punição coletiva praticada por um tribunal. Nesse caso, aplicam a punição ao clube e a toda sua torcida por ações individuais ou de um pequeno grupo.