A retaliação iraniana ao atentado realizado pelo Estado fictício de “Israel”, teve uma tentativa de supressão por partes de países imperialistas como os Estados Unidos, Grã-Bretanha e França. O único país árabe junto aos três países imperialistas que apoiou a tentativa de bloquear a legítima resposta do Irã aos sionistas foi a Jordânia, cuja posição chamou atenção de um modo bastante negativo.
Segundo o jornal The Cradle: “Particularmente notável foi o papel da Jordânia em impedir a chegada de drones e mísseis do Irã. O Reino Hachemita foi o único Estado árabe ou muçulmano a atuar como ‘firewall’ de Israel, proporcionando proteção militar direta a Telavive em um quadro militar multilateral e regional.”
Com o passar dos anos, a Jordânia vem diminuindo suas relações com os palestinos e também com as causas árabes. Em 1968, o rei jordano Abdullah II comemorava que seu país mandava ajuda médica em um hospital de campanha na Faixa de Gaza. Como foi visto agora durante a operação iraniana, a Jordânia não apenas apoia os crimes dos sionistas como atua em conjunto aos países resistentes à ocupação.
Esta mudança não é apenas uma medida reacionária, mas o culminar de anos de extensa coordenação militar com o Estado de ocupação, como foi sublinhado por um ativista da oposição jordaniano em declarações ao The Cradle. Uma testemunha jordaniana relata que o subúrbio de Marj al-Hamam viu o maior número de interceptações contra drones e mísseis iranianos, com relatos de destroços em toda a área.
O canal 12, de “Israel”, informou que caças israelenses teriam interceptado drones iranianos no espaço aéreo da Jordânia e da Síria. No entanto, um dia depois da operação do Irã, o governo jordano emitiu uma declaração, dizendo que “alguns objetos voadores não identificados que entraram no nosso espaço aéreo ontem à noite foram tratados e interceptados para evitar pôr em perigo a segurança dos nossos cidadãos e áreas habitadas”.
Apesar da Jordânia tentar, de forma sútil, não se associar a defesa de “Israel” em relação à retaliação do Irã, parece claro que foi o que aconteceu. Segundo informações do jornal iraniano, uma fonte militar do Irã, tem avisado que “irá monitorar os passos dos militares jordanos e se estiverem a cooperar com ‘Israel’ serão o próximo alvo.” A fonte teria “alertado a Jordânia e outros países da região antes do início do ataque contra a cooperação com a entidade ocupante”.
A questão entre a Jordânia e a Resistência Palestina começa nos anos 1970, no episódio que ficou conhecido como “Setembro negro”, destinados a expulsar a OLP do país – com o aval do antigo rei Hussein bin Talal, que alegadamente recebeu apoio de Israel e dos EUA. No mesmo ano “Israel” deu suporte ao rei Hussein contra uma revolta palestina. Após o acordo de paz Amã-Tel Aviv de 1994, os dois estados firmaram vários acordos de defesa, incluindo Israel fornecendo à Jordânia jatos F-16 e helicópteros Cobra.
Conforme The Cradle, as forças militares do Reino Unido e da França estão presentes em vários locais estratégicos na Jordânia, incluindo a Base Aérea King Faisal em Al-Jafr e a base Humaymah perto de Aqaba, onde desempenham funções na defesa regional e conduzem operações de inteligência.
Há também tropas francesas na Base Aérea King Faisal, conhecida como Base Al-Ruwaished, que fica perto de Al-Tanf. A partir desta base, as atividades que envolvem operações de espionagem na Síria, Iraque, Líbano e Irã são realizadas, em um centro de reconhecimento de última geração. Acredita-se que o seu aeroporto seja utilizado por drones israelenses e norte-americanos.
No entanto, as colaborações da Jordânia com “Israel” são bastante impopulares entre os cidadãos do país, inclusive com manifestações em defesa dos palestinos em frente à embaixada israelense em Amã, todas elas estão sendo brutalmente repreendidas pelo governo e militares jordanos.
O espaço aéreo da Jordânia, em relação aos conflitos na região, é de extrema importância neste momento e está sendo usado pelo imperialismo contra os oprimidos da região. Porém, esse apoio e cooperação da monarquia com Telavive, pode custar muito caro ao longo do tempo. Visto que a derrocada da ocupação e ofensiva israelense contra a resistência armada palestina vai de mal a pior.