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Redes sociais

Dirigente do PCO é censurada por defesa da Palestina

Pivô de uma crise envolvendo a repressão a opiniões políticas na internet, rede de Elon Musk cede à pressão dos sionistas e censura militante apoiadora do Hamas

A rede social X censurou o perfil de Natália Pimenta, dirigente do Partido da Causa Operária (PCO), que, no último dia 23, publicou uma mensagem em seu perfil fazendo alusão à operação heróica empreendida pela Resistência Palestina. “O céu da Palestina num dia glorioso de outubro”, escreveu Pimenta, com o texto acompanhado por uma fotografia com pessoas saltando de paraquedas e uma marca d’água em árabe. A mensagem pode ser conferida na captura de tela abaixo:

 

A censura da plataforma contra a militante ocorreu após uma avalanche de denúncias de perfis sionistas contra a publicação de Pimenta. Segundo a própria, a movimentação de sionistas em seu perfil já tem “alguns meses”, porém, desta vez, os “sionistas ficaram enlouquecidos com esse tuíte”, acrescenta:

“Eu fiz um post sobre o dia 7 de outubro, coloquei uma imagem, acho que foi no domingo, dos paraquedistas do dia 7 de outubro e coloquei uma frase falando do céu da Palestina em um glorioso dia de outubro, apenas. Os sionistas ficaram enlouquecidos com esse tuíte. Já faz algumas semanas, meses talvez, que muitos sionistas têm visto meu perfil, o perfil do Rui [Costa Pimenta, presidente nacional do PCO] e do Partido, eles viram que a gente está fazendo uma campanha grande, não só a favor da Palestina, mas também a favor do Hamas e da Resistência [Palestina], e eles estão em cima da gente”, diz Pimenta.

A dirigente do PCO destaca ainda que, entre os sionistas que vêm monitorando o Partido e seus militantes nas redes sociais, destaca-se o perfil Web Judaica, dedicado à agitação política sionista no X. Além deste perfil, Pimenta lembra outros notórios sionistas que costumam acompanhar suas publicações:

“Tem alguns perfis [conhecidos], de um rapaz que disse ter sido presidente de uma juventude sionista e outro que é o Web Judaica, um que também está sempre atrás dos nossos perfis, e tem ainda uma advogada sionista, quer dizer, várias personalidades que ficam indignadas com a nossa posição. Não se conformam que a gente defenda o Hamas. Já tivemos várias discussões nessa bobagem de ‘Hamas terrorista’, inclusive expus a essa advogada, por exemplo, que o Hamas não é considerado terrorista, não sendo, portanto, ilegal defendê-lo”.

A dirigente do PCO diz então que a publicação inicial gerou um debate, levando a um comentário seu “super técnico” sobre o respaldo da ação empreendida pela Resistência Palestina, inclusive à luz do direito internacional. Segundo Pimenta, nisso houve um estranho “disparo” de visualizações de sua publicação, incomum na sua avaliação, com “50, 60, 70 mil visualizações”:

“Um dos comentários que fiz era super técnico, que o Hamas não era terrorista e o que eles fizeram no dia 7 de outubro foi uma ação legítima, inclusive com respaldo no direito internacional. Esse comentário foi o que deu mais repercussão inicialmente, mais do que a postagem dos paraquedistas. Ele que disparou, assim, 50, 60, 70 mil visualizações, comentando, retuitando. Ontem (23) à noite estava em 100 mil visualizações.”

Nisso, a comunista disse ter percebido que sua singela homenagem ao ato de bravura da Resistência Palestina chamou atenção. “Eles conseguiram colocar uma nota falando que apologia ao terrorismo era crime”, recorda.

“De manhã, fui notificada de que a conta havia sido bloqueada por violar as regras da comunidade, embora não digam claramente qual a violação. Você vê as regras, mas vê que [a publicação] não se encaixa em nada disso. A única questão é que turba de sionistas denunciou para colocarem a nota e depois, mantiveram as reclamações. Como muita gente estava reclamando, eles acabaram derrubando [o perfil]”.

De acordo com Pimenta, a plataforma deu a ela “prazo de cinco a sete dias para avaliar a situação da conta, dar uma resposta sobre o caso”, o que a dirigente do PCO classifica como uma situação “incrível”. “É uma questão bem clara de censura”, diz, acrescentando que “eles [os sionistas] estão defendendo o genocídio, estão defendendo ‘Israel’ e qualquer um que fale contra é considerado um ‘criminoso’, que tem de ser censurado, banido e preso”.

Com o País imerso em um debate sobre a liberdade de expressão, os ataques aos direitos democráticos da população e o clima criado pelas campanhas de perseguição política protagonizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, Pimenta lembra que “o que mais se via lá [nos comentários] era ‘MPF, atenção, Alexandre de Moraes, você não vai censurar isso’? Os comentários eram assim, ‘prender, censurar’, é o modo deles discutirem porque ninguém mais está do lado deles e nem acreditando na propaganda sionista..”

“É uma política bem clara de intimidação”, conclui Pimenta, lembrando que outros militantes da causa palestina já foram alvos de ações do tipo. “Tentaram fazer isso com outras pessoas, inclusive o pessoal da FEPAL e outros que fazem campanha a favor da Palestina, Breno Altman e outros. Eles conseguiram se agarrar na questão de que era um elogio à ação do Hamas, colocaram isso como não só apologia ao terrorismo, mas também elogio de, sei lá, atrocidades, barbaridades, etc.”.

Como destacado por Pimenta, a popularidade nula da campanha sionista torna ações ditatoriais desse tipo uma necessidade, dado que o debate aberto inevitavelmente tende a beneficiar os apoiadores do povo palestino, com quem a população brasileira tem uma simpatia muito maior. Há ainda que se destacar que o caso ocorre em meio a um acirramento do debate nacional em torno da liberdade de expressão.

O Partido da Causa Operária, através de seus órgãos de comunicação e sua militância, tem insistido que, embora a ditadura judicial liderada hoje por Alexandre de Moraes seja inimiga dos direitos políticos e da livre expressão, as redes sociais também levam adiante uma política de censura contra os seus usuários.

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