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Coluna

Direções põem fim a greve dos bancários no Rio

A não aceitação da proposta dos banqueiros serviu como um termômetro para demonstrar a enorme disposição de luta presente entre a maioria dos bancários nacionalmente

Realizado no último dia 16 de setembro, no Rio de Janeiro, com a participação de um pouco mais de 2 mil bancários do Banco do Brasil, a assembleia VIRTUAL que pôs fim à greve dos bancários do BB e a aceitação das miseráveis propostas dos banqueiros em reajustar os salários em apenas 4,64% (INPC + 0,9% de “ganho real).

A não aceitação das propostas dos banqueiros por parte dos bancários do BB do estado do Rio de Janeiro, e de outras base sindicais também, serviu como um termômetro para demonstrar a enorme disposição de luta presente entre a maioria dos 850 mil bancários de todo o Brasil que desenvolveram sua campanha salarial em meio à grave crise econômica e social por que passa o Brasil, aprofundada com os planos pró-imperialista do governos passados de Michel Temer e Jair Bolsonaro, que levou a categoria a acumular gigantescas perdas salariais e, de comum acordo com o reacionário Congresso Nacional acabou com direitos dos trabalhadores, conquistados a duras penas através de mais de 100 anos de lutas.

Um exemplo disso é a situação dos funcionários do Banco do Brasil que hoje contam com um piso salarial de apenas dois salários mínimos, necessitando de um reajuste de 200%, segundo cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicos) para recompor o seu poder de compra.

Além desse violento arrocho salarial, a maioria dos bancários têm de enfrentar as constantes pressões para realização de trabalho fora da jornada normal, gratuitamente, e viver ameaçada pelo fantasma das demissões e submeter ao constante assédio moral para o atingimento de metas. 

Diante de tamanho arrocho salarial a Campanha Salarial deveria ser uma questão vital e não poderia ficar no mesmo pântano das campanhas salariais anteriores que foram derrotadas pelo predomínio da política das direções do movimento de entendimento com os banqueiros e o governo.

Esses dirigentes são os principais responsáveis por uma sucessão de derrotas das mobilizações e das greves da categoria, que permitiram que os banqueiros impusessem aos bancários esse violento achatamento salarial, com perdas acumuladas de mais de 30%. Colocaram-se como um obstáculo na organização das mobilizações e das greves, propondo a aceitação das migalhas caídas das mesas de negociações com os banqueiros e naquelas regiões onde a categoria não aceitou as propostas dos banqueiros, fizeram de tudo para pôr fim ao movimento.

Apesar das derrotas, a própria agitação em torno da atual Campanha Salarial já demonstra que o Comando Nacional não mudou sua política de tentar obter acordos miseráveis em contraposição à uma luta decidida dos bancários por suas reivindicações. Os cartazes e demais materiais têm como destaque, não as reivindicações da campanha salarial, não as denúncias contra a superexploração dos bancários, etc., mas um tema genérico: “todas essas lutas nos conectam!” ou “futuro se faz juntos”. E aí cabe a pergunta: que lutas, caras pálidas! Junto com quem… com os banqueiros!? Ou seja, sem futuro para os bancários.

As mobilizações e a greve dos bancários do Rio de Janeiro, que passou por cima das determinações da direções sindicais e aceitar as propostas miseráveis dos banqueiros, é um exemplo de combatividade da categoria que sempre atendeu aos chamados de luta em todo o País, organizando grandes e combativas greves nacionais. No entanto, estas têm sido constantemente golpeadas pela política de colaboração da burocracia sindical com os patrões.

Para a categoria bancária a necessidade de organizar uma nova direção para os bancários, isso passa em primeiro lugar pela construção de oposição revolucionárias em todos os sindicatos e a construção de uma fração anti burocrática, que agrupe os ativistas sob um programa classista que deve colocar em pauta, em primeiro lugar, a questão de uma verdadeira unificação das campanhas salariais (hoje mesmo tendo uma mesa única com a Fenaban,  há os acordos específicos por bancos, as assembleias sem virtuais sem a participação efetiva do bancários e realizados por bancos, etc.) e o fim da política patronal de divisão dos setores mais avançados dos setores mais atrasados.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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